Reestruturação da Natura (NTCO3) prevê menos conselheiros e remuneração menor a executivos; Citi vê melhora em governança

Ainda segundo a empresa, Fábio Colletti Barbosa, principal executivo do Grupo, deixará de ser membro do Conselho de Administração

Estadão Conteúdo

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A Natura (NTCO3) deu mais um passo no seu processo de reestruturação e propôs alterações para tornar a companhia mais enxuta, em busca de reverter a trajetória de resultados fracos recentes do grupo. A empresa pretende reduzir de 13 para nove o número máximo de integrantes do seu Conselho de Administração. Além disso, finalmente separou os cargos de presidente do Conselho de Administração e de CEO. A companhia aproveitou para reduzir a remuneração de seus executivos, que passará de um teto de R$ 115 milhões para R$ 77 milhões por ano.

Nesta segunda-feira, 27, a Natura informou que Ian Martin Bickley, Jessica DiLullo Herrin, Wyllie Don Cornwell, Nancy Killefer e Fábio Colletti Barbosa apresentaram ao Conselho de Administração da empresa, suas cartas de renúncia dos cargos de membros do colegiado.

As cartas de renúncia foram apresentadas no contexto da proposta da administração para reformulação da estrutura de governança corporativa da Natura &Co. Essa proposta foi publicada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim de semana e será deliberada na assembleia-geral do dia 26 de abril de 2023.

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Ainda segundo a empresa, Fábio Colletti Barbosa, principal executivo do Grupo, deixará de ser membro do Conselho de Administração e deverá ser eleito para o cargo de diretor-Presidente (CEO), logo após a aprovação do novo Estatuto Social.

“A redução do Conselho de Administração visa uma estrutura corporativa mais enxuta para a holding, permitindo maior autonomia às unidades de negócios e apoiando, ainda mais, sua trajetória de crescimento para continuar entregando valor de longo prazo aos acionistas”, afirma a companhia em documento enviado a acionistas para assembleia sobre o tema.

Como parte das novas mudanças propostas que vieram a público no fim de semana, também estão previstas alterações no número de diretores e a extinção do cargo de diretor de Operações e Compras Globais.

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Além disso, a empresa propõe fixar a remuneração global dos administradores em no máximo R$ 77,8 milhões, incluindo remuneração fixa, variável e baseada em ações. “O valor proposto para a remuneração global dos administradores para o período de maio de 2023 a abril de 2024 é 32% inferior ao valor de R$ 115.155.770,56 aprovado na Assembleia Geral Ordinária realizada em 20 de abril de 2022, para o período de maio de 2022 a abril de 2023?, destaca a companhia.

Para o Citi, as mudanças são consistentes com o objetivo da Natura de aprimorar a governança corporativa. “Vale lembrar que a empresa foi criticada por permitir que o CEO anterior ocupasse o cargo de presidente do conselho”, observam os analistas.

João Pedro Soares e Felipe Reboredo afirmam ainda que a redução da remuneração de executivos “é consistente com a meta de redução de despesas corporativas”.

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A Natura diminuiu suas despesas corporativas em 2022 para 1,1% da receita, de 1,4% em 2021 (uma redução total de R$ 168 milhões).