Fleury (FLRY3): Cade dá aval para compra do Pardini (PARD3); quais os próximos passos e como os analistas veem as ações?

Itaú BBA está otimista com as ações FLRY3, enquanto JPMorgan vê potencial limitado de ganhos e mantém recomendação neutra

Equipe InfoMoney

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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação da compra do Hermes Pardini (PARD3) pelo Fleury (FLRY3) sem remédios, disseram as empresas de medicina diagnóstica na quinta-feira em fato relevante conjunto.

O aval se torna definitivo pelo Cade caso não haja recurso por terceiros ou avocação pelo tribunal da autarquia no prazo de 15 dias corridos contados da publicação do despacho no Diário Oficial da União.

A aquisição da rival pelo Fleury foi anunciada em meados de 2022, em negócio por troca de ações e dinheiro.

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O Itaú BBA destaca que, após os resultados divulgados do quarto trimestre e a aprovação do Cade para a combinação de negócios com Hermes Pardini sem remédios, optou  por atualizar suas estimativas para o Grupo Fleury e Hermes Pardini.

Os analistas veem a companhia combinada negociando a 13 vezes e 10 vezes o preço em relação ao lucro (P/L) em 2023 e 2024, respectivamente, o que parece atraente. Assim, mantêm o preço-alvo de R$ 19 para FLRY3 ao final de 2023 (potencial de valorização de 33,5% frente o fechamento da véspera) e reiteram indicação de “compra” ao nome.

Em relação à receita, o Fleury espera crescimento de volume orgânico em base anual na faixa de um dígito alto para 2023, enquanto as aquisições também devem contribuir, levando a algum crescimento no resultado consolidado. É esperado que o resultado orgânico seja favorecido pela expansão de capacidade nas unidades atuais e por novas aberturas (10 a 13 unidades), principalmente em marcas de acesso. Além disso, outra alavanca de crescimento é também o aumento de participação do atendimento móvel, que já representou 8,5% da receita bruta consolidada em 2022.

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O BBA ressalta que, apesar de um ambiente desafiador para as operadoras de planos de saúde, o Fleury não tem percebido mudanças significativas nas negociações de preços com os pagadores, o que leva a empresa a esperar continuar reajustando
os preços levemente abaixo da inflação.

Apesar da deterioração da rentabilidade operacional ajustada no quarto trimestre causada pela menor alavancagem operacional em volumes sazonalmente menores, bem como por um aumento nos custos de pessoal e material devido à incorporação da Saha, para 2023 espera-se margens praticamente estáveis.

O JPMorgan, por sua vez, manteve recomendação equivalente à neutra para os ativos do grupo Fleury avaliando que, no geral, a notícia era amplamente esperada pelo mercado, pois a rejeição do negócio era improvável, uma vez que não havia grandes sobreposições.

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Sobre as próximas etapas, nos próximos 15 dias os conselheiros antitruste e terceiros interessados (neste caso, apenas a Alliar AALR3) ingressou como terceira interessada durante o processo) poderão questionar a aprovação. Sem isso, se for o caso, é improvável que haja uma mudança na decisão que atrasaria ainda mais a aprovação final e o sinal verde para a fusão.

Tomando como proxy a aquisição da SulAmérica pela Rede D’Or (RDOR3), o processo de fusão pode ser concluído até meados de abril.

Os analistas do JP veem potencial limitado de ganhos para as ações do Fleury a partir dessa operação, considerando os custos de empréstimo e execução, uma vez que as ações PARD3 já estão refletindo totalmente os termos de aquisição.

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“Em suma, permanecemos neutros em relação ao Fleury, dada a relação de risco-recompensa equilibrada, uma vez que estimamos que o mercado já está precificando cerca de 60% das sinergias da fusão, enquanto a Hermes Pardini está sendo adquirida com um prêmio de cerca de  1% sobre o que vemos como seu valor justo com base em nosso preço de aquisição estimado de R$ 19,60 por ação”, afirmam os analistas do JP.

(Com Reuters)