Por que a queda do Signature Bank é mais um golpe para as criptomoedas

Os bancos Signature, Silvergate e Sillicon Valey foram, de alguma forma, considerados mais favoráveis às criptomoedas nos EUA

Bloomberg

Escritório do Signature Bank, na Quinta Avenida, em Nova York (Bloomberg)

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O fechamento do Signature Bank, um banco que contava com várias empresas do setor cripto como clientes, marca outro grande revés para os ativos digitais, à medida que o setor se torna cada vez mais isolado do sistema bancário.

O Departamento do Tesouro disse que o Signature Bank foi fechado pelos reguladores do estado de Nova York no domingo (12) e que os depositantes terão acesso ao seu dinheiro na segunda-feira (13).

A paralisação ocorre logo após os colapsos do Silvergate Capital Corp. e do Silicon Valley Bank. Todos os bancos foram, de alguma forma, considerados como instituições financeiras mais favoráveis às criptomoedas nos EUA.

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O Signature começou a recuar dos ativos digitais após o colapso da bolsa FTX, mas ainda tinha US$ 16,5 bilhões em depósitos de clientes relacionados a cripto em 8 de março, apoiando a liquidez de ativos digitais.

A Coinbase, a maior exchange de criptomoedas dos EUA, disse na noite de sexta-feira (10) que tinha um saldo de US$ 240 milhões no banco. “No fechamento dos negócios na sexta-feira, a Coinbase tinha um saldo de aproximadamente US$ 240 milhões em caixa corporativo na Signature. Conforme declarado pelo FDIC, esperamos recuperar totalmente esses fundos”, afirmou a empresa via Twitter.

A Paxos, que já havia feito parceria com a Binance para emitir a stablecoin BUSD, disse que tinha US$ 250 milhões no Signature. No tweet, a Paxos disse que “mantém seguro de depósito privado bem acima de nosso saldo de caixa e limites FDIC por conta”.

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“As criptomoedas foram basicamente desbancarizadas, especialmente para trilhos de pagamentos rápidos 24 horas por dia, 7 dias por semana”, disse Austin Campbell, professor adjunto da Columbia Business School. Ele acrescentou que a solução mais provável para as criptomoedas é “procurar outras jurisdições daqui para frente”.

O banco Signature administrava a Signet, uma rede de pagamento que permitia que clientes comerciais de criptomoedas fizessem pagamentos em dólares em tempo real a qualquer momento, sete dias por semana.

Após o fechamento da rede SEN do rival Silvergate no início de março, o Signet era a única solução disponível para muitos clientes cripto quando se tratava de enviar pagamentos rapidamente para bolsas e fornecedores ou pagar funcionários. A LedgerX, uma plataforma de derivativos cripto, instruiu anteriormente os clientes a enviar transferências eletrônicas domésticas para o Signature em vez de o Silvergate.

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A Circle, emissora da stablecoin USDC, disse que possui US$ 3,3 bilhões no Silicon Valley Bank e mantém contas de transação e liquidação para o USDC no Signature. O CEO da Circle, Jeremy Allaire, twittou que a empresa não será capaz de processar emissão e resgate de USDC por meio da Signet e dependerá de acordos por meio do BNY Mellon.

Menor liquidez

A Coinbase integrou a Signet para permitir que os clientes transferissem fundos instantaneamente em outubro do ano passado. Em 2021, a stablecoin TrueUSD (TUSD) foi integrada à Signet para liquidações instantâneas.

A Fireblocks, uma plataforma de custódia, transferência e liquidação de ativos digitais, disse que atualmente não tem exposição ao Signature Bank.

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Se a Signet ficar fora de serviço, os usuários podem ter problemas para entrar e sair rapidamente das exchanges, impactando drasticamente a liquidez do mercado de criptomoedas.

A facilidade de negociação para transações de Bitcoin (BTC) para dólar e Bitcoin para Tether (USDT) em algumas bolsas dos EUA caiu entre 35% e 45% desde o início de março até sábado (11), de acordo com a empresa de pesquisa Kaiko. O colapso do Signature provavelmente aumentará o impacto.

Os preços dos principais ativos digitais subiram nesta segunda-feira (13), juntamente com um salto nos futuros de ações dos EUA. Os reguladores americanos agiram para proteger os fundos dos depositantes após o colapso do Silicon Valley Bank e estabeleceram um novo apoio financeiro, reforçando o sentimento dos investidores.

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O Bitcoin subia cerca de 8,6% e era negociado a US$ 22.161 às 8h de Brasília. Já o Ethereum acompanhou o movimento e subia mais de 8%, e tokens menores, como Maker (MKR) e Optimism (OP), disparavam mais de 25% no período.

© 2023 Bloomberg L.P.