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As ações da Gol (GOLL4) perderam o fôlego na tarde desta terça-feira (7), depois de subirem quase 7% no período da manhã e serem negociadas acima de R$ 8. Os papéis terminaram o pregão em baixa de 1,97%, a R$ 7,47.
Inicialmente, os papéis reagiram positivamente à notícia de injeção de mais de US$ 400 milhões na companhia pela Abra, holding que vai reunir as operações da Gol e da colombiana Avianca, por meio da compra de títulos de dívidas.
A holding vai adquirir títulos de dívida da Gol no exterior, com vencimento em 2024, 2025 e 2026, e a aérea vai emitir papéis com vencimento em 2028.
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A emissão dos títulos de dívida com vencimento em 2028 será garantida por propriedade intelectual e pela Smiles –marca do programa de fidelidade da Gol–, “os quais foram avaliados por um terceiro avaliador em aproximadamente US$ 3,7 bilhões”, afirmou a companhia aérea brasileira em fato relevante nesta terça-feira.
Além disso, há ainda “compartilhamento de garantias em relação a direitos de propriedade intelectual, marca e peças de reposição da Gol, os quais foram avaliados por um terceirizado avaliador em aproximadamente US$ 1,5 bilhão”, acrescentou a companhia.
Os controladores da Gol e da colombiana Avianca anunciaram em maio passado a formação da holding Abra sob a qual os dois grupos de aviação vão compartilhar a mesma plataforma de negócios.
O novo grupo tinha expectativa de que o negócio fosse concluído no segundo semestre de 2022, reunindo operações da Gol, maior companhia aérea do Brasil, e da Avianca, um dos maiores grupos sul-americanos de aviação, com operações na Colômbia, Equador e El Salvador e rotas para América do Norte, Europa e América Central.
Mas no fato relevante desta terça-feira, a Gol afirmou que a implementação da reorganização societária para a formação da Abra “não foi finalizada até a presente data”, e que o processo está condicionado a uma série de fatores, incluindo as transações anunciadas nesta terça-feira.
Antes do comunicado oficial da reestruturação, o Bradesco BBI afirmou que reestruturação da dívida combinada com a injeção de capital seria a chave para a Gol fortalecer sua posição de caixa e enfrentar a baixa temporada no segundo trimestre de 2023 (2T23).
Contudo, em uma segundo análise, os analistas entendem que o valor gerado pela reestruturação da dívida será retido pela Abra, não pela Gol.
“Embora a dívida líquida não deva mudar, a GOL fortalecerá sua posição de caixa com US$ 400 milhões em novas dívidas e alongará o perfil da dívida. A empresa ainda precisa para tratar dos pagamentos de leasing de aeronaves de R$ 2,7 bilhões em 2023 e R$ 2,4 bilhões em 2024”, diz o texto do BBI.
A casa mantém recomendação neutra para o papel GOLL4 e preço-alvo de R$ 11.
O Goldman Sachs também afirma estar buscando um melhor entendo sobre a operação. “Porém, acreditamos que tal injeção de liquidez, se confirmada, seria positiva dado o contexto atual de ambiente macro ainda incerto”, diz a análise do banco.
Enquanto isso, o Goldman mantém recomendação de compra para os papéis GOLL4, com preço-alvo de R$ 14,90.
(com Reuters)