Prates negocia com PT diretorias da Petrobras (PETR4), dizem fontes; também busca nomes no mercado

Prates tem falado também com integrantes do mercado, acadêmicos e da Petrobras, em busca de indicações para compor a diretoria da empresa

Reuters

Jean Paul Prates (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Publicidade

RIO DE JANEIRO/HOUSTON (Reuters) – Indicado para a presidência da Petrobras (PETR3;PETR4), o senador Jean Paul Prates (PT-RN) tem tido reuniões nesta semana com diferentes alas do seu partido para fechar sua lista de indicados para a diretoria da estatal, segundo quatro fontes com conhecimento das conversas.

Prates tem falado também com integrantes do mercado, acadêmicos e da Petrobras, em busca de indicações para compor a diretoria da empresa, disse uma das fontes.

As reuniões apontam que o PT terá a palavra final sobre a escolha dos diretores, com o PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin tendo pouca voz, embora o companheiro de chapa de Lula tenha se reunido com alguns indicados, segundo uma das fontes. Partidos como o PCdoB e do chamado Centrão também gostariam de emplacar nomes, mas a maioria das indicações deve vir do partido do presidente.

Continua depois da publicidade

Com a Petrobras buscando nos últimos anos uma gestão mais independente do governo após o escândalo da Lava Jato, o movimento de consulta partidária pode atrair criticismo sobre o nível de interferência política na petroleira estatal, em momento em que o mercado aguarda detalhes sobre anunciadas mudanças na gestão de preços de combustíveis pelo governo Lula.

Prates passou a semana entre encontros na Petrobras, onde busca conhecer detalhes da empresa, e reuniões para angariar apoio político para seus indicados. Ele incluiu funcionários da ativa e aposentados da petroleira entre os nomes para a futura diretoria. Há também candidatos de fora da companhia, segundo fontes, que falaram à Reuters na condição de anonimato.

Todos precisarão ter seus nomes respaldados politicamente, num primeiro momento, e pelo Conselho de Administração, num segundo momento, após passarem pelo crivo da governança interna da empresa.

Continua depois da publicidade

OS INDICADOS

Prates, que trabalha com sua aprovação como conselheiro da Petrobras e CEO, pelo Conselho de Administração, entre o final deste mês e o início do próximo, quer formar a nova diretoria até 15 de fevereiro, disse uma das fontes ligada às negociações.

As indicações incluem Sérgio Caetano Leite, sócio de Prates em empresas. Ele seria indicado para a diretoria financeira, disse a pessoa próxima do tema.

Publicidade

O economista William Nozaki e o ex-diretor da ANP Aurélio Amaral também compõem no momento a lista indicada para a diretoria financeira.

Entre os cotados para postos de liderança na Petrobras também estão o ex-presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Maurício Tolmasquim, para uma nova diretoria de transição energética, e William França, diretor de Transporte e Dutos da Transpetro, para a diretoria de Refino, segundo a fonte.

A diretoria mais cobiçada pela ala política é a de Integridade, que inclui a área de Comunicação da empresa, segundo a fonte.

Continua depois da publicidade

Magda Chambriard, ex-diretora-geral da agência reguladora ANP, está cotada para uma cadeira, segundo as fontes.

Claudio Schlosser, ex-executivo da Petrobras America, está sendo considerado para a diretoria de comercialização.

Alcides Santoro, diretor de Gás e Energia da Petrobras durante o governo Dilma Rousseff, também aparece entre os indicados.

Publicidade

O conselho, que deverá aprovar os novos diretores, ainda é formado por integrantes indicados pela administração Jair Bolsonaro, mas as fontes não veem isso como um problema, em princípio.

Um novo colegiado, com indicados pela União e minoritários, deverá ser eleito em assembleia de acionistas nos próximos meses, mas antes Prates deve ser aprovado pelo conselho atual, ocupando a vaga aberta pelo ex-CEO Caio Paes de Andrade.

O ex-secretário de Energia do Rio Wagner Victer teria conseguido apoio político para um assento no Conselho de Administração, segundo uma fonte.

Procurada, a assessoria de Prates não comentou o assunto imediatamente.

A Petrobras preferiu não comentar. “Qualquer informação sobre o processo será divulgada por meio de comunicado a mercado”, disse a empresa.