Como “acelerar” o rendimento do dinheiro que está aplicado na poupança?

Felipe Mandarino, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitora do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 26 anos, R$ 8 mil aplicados na poupança e queria acelerar o rendimento desse dinheiro nos próximos dois anos. Meu plano é aplicar cerca de R$ 200 por mês até o fim do ano, contudo tenho um projeto e acredito que em dezembro eu utilize uma boa parte desse dinheiro guardado. Por isso, gostaria de saber como acelerar o rendimento para que o dinheiro sacado não cause tanto desfalque na quantia guardada.

Leitora: Bruna

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Resposta de Felipe Mandarino, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Olá Bruna,

Dois anos de investimentos é considerado um período de investimento de curto a médio prazo, portanto farei uma abordagem conservadora nas minhas recomendações de investimentos.

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A poupança tem retorno de TR + 0,5% a.m., bem próxima de 6% a.a. Duas alternativas possíveis seriam as letras financeiras do tesouro (LFTs) ou os chamados fundos DIs. Essas duas modalidades de investimentos tem a característica de terem seu retorno “pós-fixado” ou seja, o retorno da LFT e o retorno dos ativos que compõe a carteira de um fundo DI, variam de acordo com as taxas de juros de mercado. Como estas taxas estão elevadas e com perspectivas de ainda aumentarem, essas duas modalidades em um primeiro momento me parecem interessantes.

Se considerarmos o atual patamar da taxa básica de juro da economia, a Selic, estamos falando de algo próximo de 11%, quase o dobro da poupança.

O ponto é que essas aplicações tem imposto de renda: para um período de mais de dois anos, a alíquota é de 15% sobre a rentabilidade do período (a menor para fundos de investimentos e títulos do tesouro. Os fundos de investimentos ainda possuem a cobrança de IR nos meses de maio e novembro, o chamado “come-cotas”), descontando-se o IR de 15%, obtemos 9,35% a.a, ainda superior a poupança.

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Ainda é preciso considerar que os fundos de investimentos possuem taxa de administração e a corretora taxa de custódia/corretagem o que também dilui o retorno do investimento por isso recomendo que você pesquise os custos antes de optar por alguma das modalidades ofertadas pelos bancos e corretoras.

Felipe Mandarino é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

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Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF