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SÃO PAULO – Quando a família de um dekassegui, como são chamados os brasileiros que moram e trabalham no Japão, decide colocar os filhos em uma escola japonesa, não são apenas as crianças que precisam se preparar.
Em primeiro lugar, se os pais não souberem a língua local, isso se torna um sério obstáculo na relação com a instituição de ensino, além de poder prejudicar a educação da criança.
Isso porque é comum que os professores enviem recados aos pais através do caderno do estudante, seja sobre seu desempenho, seja sobre tarefas como a lição, ou ainda a respeito de excursões escolares e reuniões com responsáveis.
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Sistema educacional rigoroso
Existem também as diferenças culturais. O sistema educacional do Japão é um dos mais rigorosos do mundo e muito apoiado pelos adultos de lá que reagiram negativamente, por exemplo, quando o governo diminuiu a semana letiva para cinco dias, em vez de seis.
Para se ter uma idéia da importância que é dada ao assunto, essa rigidez levou os créditos pela competência e dedicação dos profissionais que reconstruíram o país no período após a II Guerra Mundial. Para enfrentar as exigências, as crianças precisam do apoio dos pais.
Maus tratos
Além disso, são comuns os casos de maus tratos nas escolas, principalmente por parte de alunos mais velhos. Segundo a Associação Brasileira de Dekasseguis (ABD), por serem mestiços, os filhos de dekasseguis chamam a atenção e são alvos freqüentes da prática, chamada ijime.
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Nem todas as vítimas desses maus tratos, que vão da humilhação à extorsão, procuram ajuda e muitos dos que o fazem não a recebem. Pai e mãe brasileiros têm de ficar atentos às possíveis reclamações dos filhos, mesmo se estiverem cansados da rotina puxada de trabalho, e procurar a diretoria se estiverem enfrentando esse problema.
Transporte
Outra diferença está no transporte: no Japão, os pais não podem levar seus filhos de carro e não existe um sistema transporte escolar. O costume é os alunos andarem até a instituição.
Para garantir a segurança dos pequenos, existem voluntários adultos responsáveis por observá-los durante o percurso. Quando a criança for faltar ou chegar atrasada, cabe aos pais enviar um recado através desses líderes de grupo, para que a escola não fique alarmada.
Sempre que houver algum problema, o dekassegui pode procurar ajuda nas prefeituras (algumas têm atendimento em português), em Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações de apoio aos brasileiros.