Natura (NTCO3) tem lucro líquido de R$ 269,6 milhões, queda de 28,6% na base anual

Segundo companhia, baixa dos lucros se deve a base de comparação alta e dificuldades econômicas em regiões nas quais atua

Vitor Azevedo

Loja da Natura (Divulgação)

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SÃO PAULO – A Natura (NTCO3) lucrou de forma líquida R$ 269,6 milhões no terceiro trimestre de 2021, número 28,6% menor do que aquilo registrado no mesmo intervalo do ano passado.

Parte da queda, segundo a companhia em documento publicado na noite desta quinta-feira (11), se deve a queda de 8,4% da receita líquida, que saiu de R$ 10,4 bilhões para R$ 9,5 bilhões.

“O desempenho Natura &Co no terceiro trimestre, como esperado, reflete nossa maior base de comparação da história, diante do mesmo período do ano passado, bem como um ambiente externo difícil, com efeitos contínuos e desiguais da pandemia nos principais mercados, com aumento da inflação e interrupções na cadeia de suprimentos e no frete”, explicou a Natura.

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Olhando de forma segmentada, a Avon International, que exclui América Latina, foi a principal âncora da receita, com seu faturamento caindo 16,4% na base anual, para R$ 2,05 bilhões. A Natura &CO América Latina, responsável por todas as marcas na região, também registrou queda, mas menor, de 4,2%, saindo de R$ 6,06 bilhões para R$ 5,5 bilhões. The Body Shop ex-Latam e Aesop ex-Latam viram seus faturamentos aumentarem, respectivamente, 0,4% e 12% na base anual.

Algumas controladas da Holding se viram ainda impactadas pelas restrições causadas pela pandemia da Covid-19, caso da Avon Internation na Europa e da The Body Shop na Austrália.

Natura controla gastos com produtos vendidos, apesar de inflação

Apesar da inflação, que tende a elevar os preços de insumos, a Natura, no geral, conseguiu aumentar sua margem bruta, que chegou a 65,3%, frente 65,4% no terceiro trimestre de 2020. “Commodities como óleo de palma, resinas plásticas e papel e celulose aumentaram 55% e 65% e 94%”, pontuou a empresa.

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A margem Ebitda, referente ao total da receita que vira lucro operacional, entretanto, recuou de 14% para 10%, por conta, principalmente, de maiores despesas de transformação e custos para capturas de sinergias. Além disso, despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram, 3,4%, para R$ 5,9 bilhões.

Com esses maiores gastos, e recuo da receita, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na siga em inglês, ficou em R$ 953,9 milhões, ante R$ 1,45 bilhão.

Por fim, o resultado da Natura foi impactado pelas despesas financeiras – essas se mantiveram praticamente estáveis na comparação anual, ficando em R$ 293 milhões. A manutenção se deu mesmo com a holding tendo diminuído a sua dívida líquida consideravelmente, saindo de R$ 9,8 bilhões para R$ 6,6 bilhões – isso porque houve mais gastos com variações monetárias e cambiais.