Vendas no varejo caem 3,1% em agosto após quatro taxas positivas, número bem pior do que o esperado

Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,7% das vendas em agosto na comparação com julho e alta de 2% frente agosto de 2020

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As vendas do comércio varejista caíram 3,1% em agosto na comparação com julho de 2021, informou nesta quarta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira queda após quatro taxas positivas consecutivas. No ano, o varejo acumula alta de 5,1% e nos últimos doze meses, crescimento de 5,0%.

Em um ano, na comparação com agosto de 2020, o comércio varejista teve queda 4,1%, depois de cinco taxas positivas consecutivas.

Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,7% das vendas em agosto na comparação com julho e alta de 2% frente agosto de 2020.

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Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%), que teve a principal influência negativa sobre o indicador do comércio varejista. Essa atividade é composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento.

“Foi um setor que sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet. Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho (19,1%) com o lançamento das plataformas de marketplace. Com muitos descontos, o consumidor antecipou o consumo em julho, fazendo com que o mês de agosto registrasse uma queda grande de 16,0%. Esse recuo, contudo, não é suficiente para retirar os ganhos dos quatro meses anteriores”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Também recuaram no período os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%).

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“Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero (0,3%) e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, acrescenta Cristiano Santos.

As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas caiu 2,5% em agosto na comparação com julho. A atividade de veículos, motos, partes e peças teve variação positiva de 0,7%, enquanto material de construção variou negativamente (-1,3%).

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Comparação anual

Frente agosto de 2020, a queda foi de 4,1%,, a primeira taxa negativa interanual desde fevereiro.

Esse resultado veio dos recuos nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-19,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,1%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,7%).

Por outro lado, outras quatro atividades tiveram aumento no indicador interanual: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,3%), tecidos, vestuário e calçados (1,0%) e combustíveis e lubrificantes (0,4%).

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O comércio varejista ampliado ficou estável (0,0%), frente a agosto do ano passado, registrando alta de 16,8% na atividade de veículos e motos, partes e peças e queda de 7,1% no setor de material de construção.

“Essa é a primeira taxa interanual negativa desde fevereiro. As cinco taxas positivas anteriores refletiam a base muito baixa de comparação daquele momento de 2020”, observa Cristiano Santos. “Apesar do recuo em agosto, o varejo está 2,2% acima do período pré-pandemia. Esse nível, porém, não é homogêneo entre os setores. Há atividades que ainda não recuperaram as perdas, como material para escritório, informática e comunicação; combustíveis e lubrificantes e tecidos; e vestuário e calçados”, acrescentou.

O comércio varejista teve resultados negativos em 24 das 27 unidades da federação em agosto frente ao mesmo mês do ano passado, com destaques para Rondônia (-19,7%), Paraná (-11,0%), Mato Grosso (-10,9%), Acre (-10,2%) e Santa Catarina (10,1%). Os três estados que ficaram no campo positivo foram Ceará (2,0%), Maranhão (1,0%) e Roraima (0,3%).

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Já no comércio varejista ampliado, a variação negativa foi seguida por 20 das 27 unidades da federação, sendo as principais Amapá (-9,2%), Paraná (-9,0%) e Rondônia (-7,4%). Por outro lado, registraram as principais altas o Pará (1,3%), Ceará (1,1%) e Sergipe (1,1%). O Alagoas ficou estável (0,0%).

(com Agência de Notícias do IBGE)

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