Juros é como um chuveiro. Demora pra esquentar, mas é preciso cuidado pra não queimar as costas!

Banco Central entre a cruz e a espada

Josué Guedes

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Nesse episódio do Coffee & Stocks Sextou, Rachel de Sá e Caio Megale, Economista Chefe da XP, batem um papo sobre a alta de juros no Brasil, e os desafios de política monetária à frente.

Para Caio, a alta de 1pp da taxa Selic observada nessa semana (que levou a Selic para 6,25% a.a.) foi na direção correta de controlar a alta de preços recente. Por que não subir mais? Porque o que vemos de preços pressionados hoje é reflexo das políticas fiscal e monetária expansionistas de ontem, implementadas para combater os efeitos da pandemia na economia. De acordo com o economista chefe da XP, o Banco Central hoje foca em trazer a inflação de volta para a meta no ano que vem, e no próximo. Afinal, “juros é como um chuveiro. Demora para esquentar, mas é preciso cuidado para não queimar as costas”.

O “trade off” entre desemprego e inflação também foi pauta da discussão, o que, para Caio, tem uma mensagem clara: sem o remédio amargo dos juros, a economia pode acabar ficando no pior do mundos, com inflação e desemprego altos.

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Por fim, o economista lembrou de Friedman e dos efeitos deletérios da inflação em uma economia: Quando você for pra um guerra, ao invés de ficar soltando bomba, vai distribuindo moeda para todos. Isso vai destruir a economia do país inimigo rapidinho, e você não precisará matar ninguém.