De olho em aumento de 0,50 ponto da Selic hoje, gestores de fundos veem juros de 5,00% em dezembro, com inflação de 4,9%

Gestores de estratégia multimercado macro seguem posicionados em Bolsa; maior parcela dos consultados não apresenta apostas direcionais em juros

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – Passado um longo período em que gestores projetaram a queda ou a manutenção da taxa básica de juros nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, as perspectivas se voltam hoje para um aumento da Selic.

Essa deverá ser a primeira alta no Brasil após cerca de seis anos, desde que o Copom subiu a taxa básica para 14,25% ao ano em 29 de julho de 2015.

Pesquisa feita pela equipe de fundos da XP com 35 gestores de estratégia multimercado macro ao longo de segunda (15) e terça-feira (16) mostra que a maioria (29) projeta elevação de 0,50 ponto percentual da taxa Selic hoje, para 2,50% ao ano.

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Há uma parcela (quatro gestoras) que espera um aumento maior, de 0,75 ponto, enquanto apenas uma gestora espera a manutenção dos juros no patamar atual e outra, a elevação de apenas 0,25 ponto.

Com isso, a mediana das projeções para a taxa Selic ao fim do ano foi elevada de 3,63% para 5,00%, se comparado à pesquisa feita antes da última reunião do Copom, em janeiro.

Por trás da expectativa de início do ciclo de aperto monetário estão as pressões inflacionárias. A pesquisa feita pela XP mostra que a mediana das projeções para a inflação medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 3,50%, em janeiro, para 4,87%, em março.

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Na direção contrária, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano caiu de 3,50% para 3,20%, no período.

A expectativa para o câmbio também foi reformulada, com a mediana dos gestores apontando para o dólar cotado a R$ 5,38% ao fim de 2021, acima dos R$ 5,00 projetados em janeiro.

Alocação dos fundos

No que diz respeito ao posicionamento dos gestores, mesmo com a volatilidade vista no primeiro bimestre, o mercado acionário continua a ter apelo para a maioria dos gestores, que estão posicionados a favor da alta da Bolsa no Brasil. Um grupo de 76% tem uma aposta pequena a média na valorização da bolsa local (via índice ou ações).

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Já na parte de juros, a XP diz, em relatório, que a maior parcela dos consultados não apresenta apostas direcionais, e um terço carrega posições a favor da alta dos juros – contrário ao que foi visto ao longo dos últimos anos.

Por fim, no mercado de câmbio, há maior dispersão nas expectativas, com apostas importantes a favor da alta do dólar contra o real, assim como posições relevantes a favor da alta do real contra o dólar. O posicionamento majoritário é de apostas pequenas a médias a favor da queda do dólar contra o real.

As seguintes gestoras foram consultadas para o levantamento (uma delas não divulgou sua projeção apenas para a Selic na reunião de hoje do Copom): Absolute, Ace Capital, ARX, Asa Investments, Asset 1, AZ Quest, Bahia Asset, Blue Line, BTG Pactual, Canvas, Claritas, Gap Asset, Garde, Gauss Capital, Genoa Capital, Grimper Capital, Ibiúna, JGP, Kairós, Kinea, Legacy, Macro Capital, Mauá Capital, MZK, Novus, Opportunity, Pacífico, Panamby, Perservera, SulAmérica, Truxt, Ventor, Vinci Partners, Vinland, Vintage e XP Asset.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.