Lojas Americanas e B2W destoam do Ibovespa e disparam com estudo para fusão: o que esperar para as companhias?

Analistas destacam pontos positivos da união das duas empresas, justificando a forte alta das duas ações nesta segunda-feira

Lara Rizério

Fachada de loja física das Americanas

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SÃO PAULO – Logo após o fechamento do mercado na sexta-feira (19) a Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3) emitiram um comunicado conjunto informando que irão criar comitês especiais independentes para avaliarem uma combinação de suas operações. A decisão ocorre em um momento de forte avanço do comércio eletrônico por conta da pandemia do coronavírus.

Em comunicado, as empresas disseram que o resultado da combinação dos negócios será chamada Universo Americanas. Não houve detalhes, porém, de quando o movimento deve ocorrer.

Apesar do comunicado ter sido publicado após o fechamento, o anúncio teve impacto nas ações, com os ativos da B2W saltando quase 7% na sexta.

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E nesta segunda-feira (22), apesar da forte queda do Ibovespa, as duas companhias destoaram com uma disparada de suas ações. Os ativos BTOW3 fecharam com ganhos de 1,15%, cotados a R$ 89,67, enquanto os papéis da Lojas Americanas saltaram 19,88%, a R$ 28,95.

Com uma fatia de 62,5%, hoje a Lojas Americanas já é controladora da B2W, que por sua vez é dona de alguns dos maiores sites de e-commerce do País, como o Submarino.

No comunicado, ao justificar a intenção de união, as companhias afirmaram que a combinação criará um “poderoso motor de fusões e aquisições”.

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Juntas, as empresas possuem uma rede de 1.700 lojas físicas em 750 cidades do país e um marketplace online com mais de 87 mil vendedores. As companhias também citaram que a união poderá criar um “poderoso negócio” de publicidade integrado, reunindo fornecedores, vendedores e outros parceiros.

A XP Investimentos diz ver a potencial transação como positiva, por eventualmente garantir uma melhor gestão estratégica, agilidade e uma “precificação mais justa das ações”. Os analistas acreditam que a tendência do setor de e-commerce é oferecer um ecossistema mais amplo, abarcando todas as etapas de compra pelos clientes.

Diante disso, eles reiteraram a sua recomendação de compra para ambas as empresas, com preço-alvo de R$ 121 para a B2W, frente os R$ 88,65 negociados na sexta para os papéis BTOW3; e de R$ 36 por ação para as Lojas Americanas, frente os R$ 24,15 para os papéis LAME4, que são os preferidos da XP no setor.

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O Bradesco BBI também comentou a notícia, que classificou como muito aguardada pelos investidores e positiva para os papéis de ambas as empresas.

Os analistas do banco avaliam que a notícia deve ser bem recebida pelo mercado, já que investidores vêm questionando as empresas há anos sobre a racionalidade da estrutura existente. Eles dizem que a reestruturação aumentaria a competitividade do Universo Americanas.

O Bradesco destaca ainda que a fusão gerará um banco de dados unificado, que permitirá análise mais rápida e assertiva do comportamento de clientes, unificação de estoques, plataforma mais ampla para serviços de anúncios oferecidos a vendedores e fornecedores, que devem elevar o faturamento, uma visão única sobre os investimentos e aquisições da empresa.

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No curto prazo, o banco diz esperar que as ações de ambas as empresas devem ter desempenho acima da média do mercado. No curto prazo, o Bradesco diz ver as Lojas Americanas como a melhor aposta para faturar com a transação, mas mantém avaliação neutra para a empresa, devido a preocupações com o aumento da concorrência. A Enjoei continua sendo sua top pick (escolha preferida) para o setor.

Já a Levante Ideias de Investimentos ressalta que, apesar de ser a maior plataforma de e-commerce do Brasil em termos de GMV (Volume Bruto de Mercadoria), a B2W negocia com desconto quando comparam seus múltiplos com nomes como Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre (MELI34).

“Na nossa visão, parte desse desconto é devido a separação entre o negócio físico e digital, uma vez que a companhia opera o e-commerce da Lojas Americanas. A fusão traria a empresa a um modelo de negócios mais atraente e por isso, ao ser concluída, deve trazer um aumento significativo nos múltiplos”, concluem os analistas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.