Quem são os integrantes da equipe do governo de Joe Biden

Biden terá uma das equipes mais diversas com 9 homens e 9 mulheres para os cargos de secretários (ministros)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Joe Biden, presidente eleito dos EUA, assume o cargo na próxima quarta-feira (20), mas já anunciou os principais nomes que trabalharão em seu gabinete. A formação da sua equipe, por sinal, é uma das mais diversas da história dos EUA, além de resgatar muitas pessoas que fizeram parte do governo de Barack Obama, no qual o próprio Biden foi vice-presidente.

Nos EUA são 15 cargos dos chamados secretários, que são equivalentes aos ministros no Brasil, e mais 8 com status de gabinete. Diferentemente daqui, para serem integrados ao governo eles precisam ser aprovados pelo Senado americano por maioria simples.

Existem ainda três vagas que não precisam ser aprovadas: chefe de gabinete, conselheiro de Segurança Nacional e representante especial da Presidência para o Clima, sendo este último um cargo recriado por Biden e que não existia desde 2011.

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Biden indicou 9 homens e 9 mulheres para os cargos de secretários (ministros), reforçando sua campanha de aumentar a representatividade em seu governo.

Conheça a equipe de Biden:

Cargo Indicado por Biden Perfil
Secretário de Estado Antony Blinken Diplomata, foi Secretário de Estado Adjunto de 2015 a 2017 e Assessor Adjunto de Segurança Nacional de 2013 a 2015 sob o presidente Barack Obama
Secretário do Tesouro Janet Yellen Primeira mulher a comandar o Federal Reserve e a segunda a liderar o conselho de assessores econômicos do presidente dos EUA (durante o governo de Bill Clinton)
Secretário de Defesa Gen. Lloyd Austin General quatro estrelas aposentado, serviu como 12º comandante do Comando Central dos EUA
Secretário de Justiça Merrick Garland Juiz federal e presidente da Corte de Apelações para o Circuito do Distrito de Colúmbia. Chegou a ser indicado por Obama para a Suprema Corte, mas o Senado não votou sua escolha por ser o fim do mandato do presidente.
Secretário do Interior Deb Haaland Deputada pelo estado do Novo México e membro da comunidade indígena Laguna Pueblo.
Secretário de Agricultura Tom Vilsack Foi o 40º governador do estado de Iowa e serviu como Secretário de Agricultura de Obama.
Secretário de Comércio Gina Raimondo Gestora de venture capital, é a governadora de Rhode Island desde 2015.
Secretário do Trabalho Marty Walsh Prefeito de Boston desde 2014 e foi membro da Câmara dos Representantes de Massachusetts.
Secretário de Saúde e Serviços Humanos Xavier Becerra Advogado e Procurador-Geral da Califórnia desde 2017. Foi membro da Câmara dos Representantes dos EUA representando Los Angeles.
Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano Marcia Fudge Membro da Câmara dos Representantes dos EUA no 11º distrito congressional de Ohio desde 2008.
Secretário de Transportes Pete Buttigieg Ex-prefeito de South Bend, Indiana. É tenente da Reserva da Marinha dos EUA e trabalhou como consultor da McKinsey & Company. Foi pré-candidato à presidência em 2020.
Secretário de Energia Jennifer Granholm Governadora de Michigan de 2005 a 2011 e também já foi procuradora-geral de Michigan.
Secretário de Educação Miguel Cardona Comissário da Educação de Connecticut desde 2019.
Secretário de Assuntos de Veteranos Denis McDonough Ex-Chefe de Gabinete da Casa Branca de 2013 a 2017, durante o governo Obama.
Secretário de Segurança Interna Alejandro Mayorkas Nascido em Cuba, é advogado e atuou como Procurador dos EUA para o Distrito Central da Califórnia durante o governo de Bill Clinton.
Representante Comercial dos EUA Katherine Tai Advogada, atua como conselheira comercial do Comitê de Caminhos e Meios da Câmara dos EUA.
Diretor de Inteligência Nacional Avril Haines Advogada, foi a primeira mulher a ser vice-diretora da Agência Central de Inteligência (CIA). Também foi Conselheira Adjunta da Segurança Nacional de Obama.
Diretor da Agência Central de Inteligência americana (CIA) William Burns Diplomata, presidente do think tank Carnegie Endowment for International Peace desde 2014.
Administrador da Agência de Proteção Ambiental Michael Regan Ex-especialista de qualidade do ar da Agência de Proteção Ambiental e atual secretário do Departamento de Qualidade Ambiental da Carolina do Norte.
Chefe de Administração de Pequenos Negócios Isabel Guzman Diretora do escritório de Pequenos Negócios do gabinete do governo da Califórnia.
Diretor do Escritório de Gestão e Orçamento Neera Tanden Consultora política e presidente do Center for American Progress. Trabalhou nas campanhas presidenciais democratas de Michael Dukakis em 1988, Bill Clinton em 1992 e Barack Obama em 2008.
Embaixador na ONU Linda Thomas-Greenfield Diplomata, atuou como Secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Africanos no Departamento de Estado de 2013 a 2017.
Presidente do Conselho de Consultores Econômicos Cecilia Rouse Economista e reitora da Escola de Relações Públicas e Internacionais de Princeton na Universidade de Princeton.
Chefe de Gabinete (*) Ron Klain Consultor político, ex-lobista, político e advogado. Foi chefe de gabinete dos vice-presidentes Al Gore e Joe Biden.
Conselheiro de Segurança Nacional (*) Jake Sullivan Foi assessor político sênior da campanha de Hillary Clinton em 2016. Trabalhou no governo Obama como assistente adjunto do presidente e conselheiro de segurança nacional do Vice Joe Biden.
Representante especial da Presidência para o Clima (*) John Kerry Foi senador por Massachusetts e Secretário de Estado do governo Obama. Foi candidato à presidência e acabou derrotado por George W. Bush em 2004.
Conselheiro Científico e Diretor do Escritório para Políticas Científicas e Tecnológicas (*) (**) Eric Lander Matemático, economista e biólogo. É professor de biologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), membro do Whitehead Institute, e diretor do Broad Institute do MIT e Harvard.

(*) Cargos que não precisam de aprovação do Senado
(**) Biden elevou este cargo para status de gabinete pela primeira vez

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Um dos nomes mais conhecidos é o de Janet Yellen, que se tornará a primeira mulher a ser Secretária do Tesouro. Yellen já foi a primeira mulher a comandar o Federal Reserve (o BC americano) e a segunda a liderar o conselho de assessores econômicos do presidente dos EUA (durante o governo de Bill Clinton). Com isso, ela será a primeira pessoa a ocupar os três cargos mais importantes da política econômica do país.

Outro que muitas pessoas devem se lembrar é Pete Buttigieg (Secretário de Transportes), que foi pré-candidato à presidência nesta última eleição e chegou a liderar as primárias, perdendo força em seguida, quando desistiu e passou a apoiar Biden. Ele poderia ter sido o mais jovem a assumir a Casa Branca e o 1º homossexual.

Já Avril Haines será a primeira mulher a comandar a Inteligência Nacional. Ela já tinha sido vice-diretora da CIA durante o 2º mandato de Obama.

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Um dos cargos mais importantes do governo, o de Secretário de Defesa, será ocupado pela primeira vez por um afro-americano, o general aposentado Lloyd Austin. Apesar disso, essa é apontada como uma das aprovações mais complicadas no Senado.

Isso porque ele se afastou do Exército a menos de sete anos, que é o tempo mínimo exigido para assumir o cargo. Mesmo assim, já ocorreram exceções anteriormente, o que aumenta a chance dele ser aprovado.

Um nome que chamou atenção de alguns brasileiros é o da deputada Deb Haaland, que será a primeira descendente de nativos americanos à comandar o Departamento do Interior, que trata da questão dos imigrantes. Eleita em 2018, ela é deputada pelo estado do Novo México e membro da comunidade Laguna Pueblo.

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Em março de 2019 ela assinou um artigo conjunto com a deputada brasileira Joênia Wapichana (Rede-RR), para o jornal The Washington Post, criticando as políticas climáticas dos governos de Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Além disso, o nome de Haaland consta na carta enviada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedindo que os deputados brasileiros não aprovassem o Projeto de Lei 2633/2020, que ficou conhecido como “PL da Grilagem”. No ano passado ela ainda liderou um grupo de deputados democratas que se mobilizou para dificultar a implementação de dois acordos entre Brasil e EUA.

Os alvos eram o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que viabilizava a utilização pelos EUA da Base de Alcântara, no Maranhão, e os acordos derivados do reconhecimento do Brasil como aliado preferencial extra-Otan de Washington.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.