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SÃO PAULO – O direito ao pagamento da meia-entrada em casas de diversão, de espetáculos teatrais, musicais, e circenses, cinemas, praças esportivas e similares da área de esporte, cultura e lazer, veio para facilitar a vida (e o bolso!) de muitos estudantes.
No caso dos estudantes dos cursos de primeiro e segundo graus, poucos já ingressaram no mercado de trabalho, de forma que cabe aos pais arcar com aquele show “imperdível”. Já os estudantes de nível superior são beneficiados pela meia-entrada na questão do orçamento, que normalmente fica apertado por conta dos altos custos das universidades.
Preços de ingressos são maquiados
O problema, do ponto de vista dos empresários do setor, é que a popularização das carteirinhas de estudante acabou atraindo um número cada vez maior de estudantes, que atualmente são responsáveis por parte da lotação de casas de shows, teatros, cinemas e estádios de futebol. Com isso, o faturamento das empresas acabou sendo afetado, o que “obrigou” que as mesmas reajustassem seus preços, deixando os estudantes em desvantagens.
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Na prática, se o ingresso para um show custava em média R$ 40, e com a carteirinha de estudante, ficava por R$ 20, agora este mesmo ingresso custa cerca de R$ 80, e os estudantes pagam R$ 40. Isto significa cobrar o preço real dos estudantes, onerando as demais pessoas que já concluíram seus estudos e não têm mais o direito à carteirinha.
UNE, UBES ou UMES?
Além da maquiagem dos preços, alguns estabelecimentos também vêm sem opondo à aceitação das carteirinhas expedidas por cursos de informática, idiomas e pré-vestibular, através de convênio com a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES).
Apesar da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) não fornecerem a carteirinha para estudantes que não os de cursos de primeiro, segundo (ensino médios) e terceiro graus (graduação e pós-graduação), a legislação garante o direito à meia-entrada para os estudantes de cursos livres que tiverem as carteirinhas expedidas pela UMES, visto que se trata de entidades distintas.
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Cinemark viola direitos dos estudantes
Um exemplo recente com relação aos abusos enfrentados pelos estudantes pode ser visto na rede de cinemas Cinemark, que destaca em seus guichês que somente os estudantes dos cursos de primeiro a terceiro graus terão direito ao pagamento da meia-entrada, de forma que as carteirinhas de cursos livres são recusadas.
A UMES, por sua vez, se mostrou surpresa ao receber uma série de denúncias contra a rede Cinemark e lembrou que o mesmo havia acontecido há algum tempo com a casa de shows Olímpia, que após ter sido repreendida pela prática abusiva, voltou a aceitar as carteirinhas normalmente.
A rede Cinemark argumenta a recusa ao fato de não haver legislação que ampare as carteirinhas dos cursos livres, o que não é verdade sendo que a mesma está prevista na Lei de Bases e Diretrizes da Educação. A UMES informou que já está tomando as devidas providências através de reuniões com a diretoria da rede para que eles voltem a aceitar as carteirinhas dos estudantes, e espera que a situação esteja resolvida na próxima semana.