Vale e siderúrgicas sobem até 21% na semana com “Onda Azul” nos EUA, enquanto e-commerce cai; Méliuz salta 22% na sessão

Confira os destaques da B3 na semana e na sessão desta sexta-feira (8)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mesmo com as ações das empresas que tiveram um verdadeiro salto no Ibovespa nas últimas sessões buscando um movimento de realização de ganhos, o Ibovespa teve mais um dia de forte disparada na sessão desta sexta-feira (8), acumulando ganhos de mais de 5% apenas na primeira semana de 2021 e superando a marca dos 125 mil pontos.

Em destaque fora do índice, a Méliuz (CASH3, R$ 19,84, +22,02%) divulgou seus dados operacionais referentes ao quarto trimestre e ao ano de 2020 e viu suas ações subirem mais de 20% apenas nesta sexta.

Também na sessão, o grande destaque de alta do benchmark da bolsa ficou com as companhias de saúde Notre Dame Intermédica (GNDI3, R$ 91,40, +26,59%) e Hapvida (HAPV3, R$ 16,78, 17,68%), com a confirmação das negociações para que a HAPV incorpore a GNDI após a notícia do jornal O Globo no começo da tarde de que as companhias estavam estudando fazer uma fusão (veja mais clicando aqui).

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Na sequência entre as maiores altas desta sexta-feira, estiveram papéis de companhias que não registraram um desempenho tão positivo nos quatro primeiros pregões do ano, sendo que algumas conseguiram zerar e até fechar o período no positivo. Entre elas, a MRV (MRVE3, R$ 19,19, +6,91%), que saltou na sessão e acumulou alta de 1,27% na semana: vale destacar que, na quarta-feira, a companhia realizou a venda de empreendimento em Miami por US$ 57 milhões de dólares, na primeira operação da unidade nos EUA, AHS, de um total de US$ 306 milhões.

Já a B2W (BTOW3, R$ 72,00, +6,97%), que disparou na sessão, não conseguiu reverter as perdas semanais, que foram de 4,77%, assim como grande parte das varejistas ligadas ao e-commerce, caso da sua controladora Lojas Americanas (LAME4, R$ 23,84, +2,85%), que caiu 8,35% na semana, além de Via Varejo (VVAR3, R$ 15,53, +2,98%) e Magazine Luiza (MGLU3, R$ 23,84, +2,94%) que acumularam perdas respectivas de 3,90% e 4,45% no mesmo período, apesar da alta da sessão.

A semana, mais precisamente os pregões de quarta e quinta-feira, foi marcada por um reforço do movimento de rotação de alguns setores na Bolsa em meio à Onda Azul no Senado dos EUA com a eleição de dois democratas para a Casa legislativa no estado da Georgia, reforçando a avaliação de que medidas de estímulo fiscal serão mais fáceis de passar com o partido do presidente eleito Joe Biden no comando das duas casas.

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Leia também: Como a “Onda Azul” no Senado dos EUA reforçou ainda mais o movimento de rotação de ações na Bolsa brasileira

Neste sentido, presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou hoje que o pacote econômico de seu governo estará na casa dos trilhões de dólares e incluirá auxílio-desemprego e tolerância ao pagamento de aluguel. “É necessário gastar o dinheiro agora”, disse Biden a repórteres. “A resposta é sim, será na casa dos trilhões de dólares, um pacote completo.”

As perspectivas para o governo Biden agora com a maioria democrata (ainda que apertada no Senado) no Congresso reforçaram a avaliação positiva para o setor de commodities.

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“Um dos pilares da política de [Donald] Trump foi a redução do governo. Os democratas devem ir na direção contrária. Biden e seus assessores já vêm falando de amplos pacotes para reconstruir a infraestrutura americana, que há tempos vem dando sinais de fadiga. Além da modernização de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos melhorar o ambiente de negócios, realizar obras públicas é uma ferramenta econômica clássica para aumentar o emprego e a renda”, aponta a equipe de análise da Levante Ideias de Investimentos.

Com isso, e também com a continuidade de uma forte demanda da China, apesar do movimento de realização de lucros nesta sexta (realização que, por sinal, perdeu forças durante o pregão), os papéis de Vale (VALE3, R$ 102,00, -0,31%), Bradespar (BRAP4, R$ 76,77, +0,51%) e siderúrgicas como CSN (CSNA3, R$ 38,76, +0,60%), Gerdau (GGBR4, R$ 29,10, -1,49%) e Usiminas (USIM5, R$ 16,51, -0,48%) tiveram uma disparada na semana. CSN, que disparou 126% em 2020, também foi a maior alta dos últimos 5 pregões, com alta de 21,70%, seguida da alta de 20,50% da Bradespar, de 19,02% da Gerdau, enquanto Vale subiu 16,64%. Menção ainda à WEG (WEGE3, R$ 89,78, +6,05%), que também estreou 2021 na B3 com salto de 18,54%.

Também no radar de commodities, os contratos futuros do minério de ferro negociados na China subiram pela sexta sessão consecutiva nesta sexta-feira, marcando seu primeiro ganho semanal desde meados de dezembro, com siderúrgicas e tradings reabastecendo seus estoques do ingrediente siderúrgico antes do feriado do Ano Novo Lunar.

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O minério de ferro na bolsa de Dalian encerrou as negociações com alta de 2,3%, a 1.067 iuanes (US$ 165,04) por tonelada, após ter atingido 1.079 iuanes, o maior valor desde 22 de dezembro. A demanda de reabastecimento empurrou os preços spot do minério de ferro na China para US$ 172,50 a tonelada na sexta-feira, segundo dados da consultoria SteelHome, perto do pico de nove anos atingido no mês passado (US$ 175).

As autoridades chinesas fecharam alguns acessos de uma rodovia que liga Pequim a Shijiazhuang, capital da província de Hebei, que está lutando contra um surto de infecções por coronavírus. “Como é uma grande província (produtora de aço), as mudanças nas operações das usinas siderúrgicas e na logística causarão flutuações no mercado de aço e futuros”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 31,59 -0,19%;PETR4, R$ 31,12, -0,39%), por sua vez, tiveram um desempenho tímido nesta sessão, mas acumularam forte alta na semana. PETR3 saltou 9,50% e PETR4 teve alta de 9,81% entre segunda e sexta-feira.

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Os contratos futuros do petróleo fecharam o pregão desta sexta em alta, no maior nível em dez meses. A commodity acumulou ganhos em uma semana marcada pela decisão da Arábia Saudita de cortar sua produção em 1 milhão de barris por dia nos dois primeiros meses do ano. Notícias promissoras sobre a vacinação da covid-19 e perspectivas de estímulos fiscais nos Estados Unidos também apoiaram os preços.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para fevereiro subiu 2,77%, a US$ 52,24 o barril, com alta de 7,67% na comparação semanal. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março avançou 2,96%, a US$ 55,99 o barril, e registrou ganho de 8,08% na semana. Os dois contratos alcançaram o maior nível desde março de 2020.

“O petróleo continua bem apoiado à medida que nos aproximamos do final da semana, o que não deve ser uma grande surpresa, dado o resultado otimista da reunião da Opep+ no início da semana”, disseram analistas do ING em um relatório enviado a clientes no início do pregão.

A alta da semana, ainda que mais modesta, também envolveu as ações de bancos como Banco do Brasil (BBAS3, R$ 39,79, +0,58%), Itaú  (ITUB4, R$ 32,82 -0,03%), Santander (SANB11, R$ 45,89 ,-1,06%) e Bradesco (BBDC3, R$ 24,46, -0,77%;BBDC4, R$ 27,60 -0,86%), conseguindo fechar o período com ganhos respectivos de 2,55%, 3,76%, 2,36%, 1,16% e 1,77%.

Para o BBI, os recentes desenvolvimentos políticos nos EUA também estão mudando as expectativas dos investidores tanto no curto quanto no longo prazo, impactando também o setor por aqui.

“A vitória democrata na Georgia está levando os investidores a esperarem que um maior nível de estímulo ocorra no curto prazo, empurrando os investidores na direção de algumas histórias mais cíclicas. As preocupações de longo prazo com a inflação e as condições fiscais, no entanto, estão elevando as taxas futuras, o que parece estar favorecendo as ações dos bancos mais do que alguns outros nomes cíclicos. Em nossa opinião, esses são novos fatores que têm fornecido suporte extra para o bom momento de curto prazo que vem se formando para os bancos brasileiros’, apontam os analistas. Eles destacam também a proximidade da temporada de resultados, com início no final de janeiro, com as instituições provavelmente transmitindo sinalizações construtivas para o ano.

Quem avançou na sessão, mas caiu forte na semana (-6,87%), foi a aérea Azul (AZUL4, R$ 36,60, +1,53%): a companhia, que viu seus papéis registrarem queda de 1,66% na véspera, reportou seus dados operacionais de dezembro. O tráfego de passageiros consolidado (RPKs) cresceu 18,1% ante novembro. A capacidade (ASKs), por sua vez, apresentou uma alta de 22,5% ante novembro. A Gol (GOLL4, R$ 23,51, +0,47%) também teve queda expressiva na semana, de 5,73%.

Apesar da melhora das perspectivas para vacinação contra o coronavírus e, consequentemente, para o setor de turismo, as companhias sofrem com o dólar mais alto – a moeda saltou 4,34%, maior valorização para o período desde a semana finda em 19 de junho do ano passado – e ainda são afetadas pela falta de uma perspectiva clara sobre como se dará o programa de imunização no Brasil. Assim, em um cenário de fortes estímulos à economia em outros países impulsionando commodities, os investidores se voltam para outros setores da economia.

Entre os setores com desempenho fraco na semana apesar da euforia na Bolsa, destaque também para os papéis do setor de shoppings, entre eles (JHSF3, R$ 7,40, 5,41%), Iguatemi (IGTA3, R$ 35,23, +5,16%), Multiplan (MULT3, R$ 22,38, +3,61%) e brMalls (BRML3, R$ 9,41, +2,95%). Apesar da alta na sessão, JHSF fechou a semana com queda de 5,15%, IGTA3 com baixa de 5,17%, BRML3 com queda de 4,95% e MULT3 com baixa de 4,89%.

Conforme destaca a Levante, a partir do segundo semestre de 2020, a reabertura gradual dos shopping centers e a volta do movimento fizeram retornar também as cobranças de aluguéis e as despesas dos lojistas. Porém, o retorno das vendas vem em um ritmo mais lento que a volta das cobranças e com o índice de reajuste, o IGP-M, fechando o ano em 23% no ano (muito acima dos 3% do IPCA), as grandes redes entraram com ações na justiça contra os maiores shoppings do país.

“O ambiente de negócios parece estar piorando para as empresas de shopping centers (ALSO3, BRML3, IGTA3, MULT3), com ambos os lados (lojistas e administradoras) não tendo mais espaço para apertar suas finanças devido à retomada fraca das vendas”, aponta a equipe de análise. A notícia é negativa para os shopping centers, avaliam, indicando que a recuperação não está sendo como esperada e as restrições mais rígidas em abril e maio já possuem efeitos prolongados no resultado financeiro dos lojistas.

Confira mais destaques:

Petrobras (PETR3, R$ 31,59 -0,19%;PETR4, R$ 31,12, -0,39%)

A Petrobras comunicou recordes em sua produção anual de petróleo e na produção total de 2020, que considera tanto óleo quanto gás natural.

A marca histórica de produção total, que considera petróleo e gás natural, foi de 2,84 milhões de barris diários de óleo equivalente (BOE/dia), superou o recorde anterior, de 2015, de 2,79 milhões de BOE/dia. A estatal também informou que atingiu recorde na produção de petróleo, isoladamente, produzindo, no ano passado, 2,28 milhões de barris/dia, ante os 2,23 milhões de barris/dia apurados em 2015.

A Petrobras acrescentou que a produção no pré-sal totalizou 1,86 milhão de BOE/dia em 2020, sendo responsável por 66% do bombeamento total da empresa. Os volumes da produção anual de óleo e de produção total coincidem com o centro das metas de bombeamento da Petrobras, revisadas em outubro de 2020, e superam em 5% as metas originalmente previstas para o ano, afirmou.

No ano passado, apoiado por uma firme demanda externa e o dólar favorável para exportação, o Brasil registrou recorde no volume de petróleo enviado ao exterior, com 70,6 milhões de toneladas, alta de 18,5% na comparação com 2019.

A estatal também assinou com a V2I Transmissão de Energia Elétrica S.A. contrato para a venda da totalidade de sua participação de 49% na sociedade Eólica Mangue Seco 1 por R$ 42,5 milhões, valor a ser pago em uma única parcela no fechamento da transação.

Na quinta-feira, a Petrobras havia anunciado acerto para a venda de sua participação total de 49% nos parques eólicos Mangue Seco 3 e 4, por R$ 89,9 milhões, também para V2I Transmissão de Energia Elétrica, que tem como gestora a Vinci Infraestrutura Gestora de Recursos Ltda.

A empresa disse ainda que o processo de desinvestimento da Eólica Mangue Seco 2 – Geradora e Comercializadora de Energia Elétrica S.A. continua em andamento, na fase vinculante para venda de fatia de 51%, totalidade da participação acionária da Petrobras na empresa. O complexo eólico Mangue Seco, localizado em Guamaré, no Estado do Rio Grande do Norte, tem capacidade instalada total de 104 MW. A Eólica Mangue Seco 1 detém e opera um parque eólico com capacidade de 26 MW.

Camil (CAML3, R$ 11,24, +2,93%)

A Camil teve alta de 96% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2020 na base de comparação com o mesmo trimestre de 2019, para R$ 129 milhões. Na base de comparação com o segundo trimestre, contudo, houve queda de 6,6%.

A receita líquida somou R$ 2 bilhões, alta de 38% frente igual período de 2019, impulsionada pelo crescimento da receita líquida do segmento alimentício internacional (25,2%), em função do câmbio, crescimento de preços e aumento de volume no Uruguai.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) totalizou R$ 237 milhões no período, alta de 78% na comparação anual, com aumento do lucro bruto e diluição de custos e despesas.

O Bradesco BBI afirmou que o Ebitda ajustado da Camil no terceiro trimestre ficou 5% acima de sua expectativa, e 13% acima do consenso de mercado. Segundo o banco, os resultados são impulsionados pelo corte de custos. Além disso, na avaliação do Bradesco a empresa se beneficiou do aumento do preço do arroz do Brasil, que diluiu os custos fixos.

Mas essa tendência deve se reverter entre 2021 e 2022, diz o banco, que espera que os custos do arroz caiam 15% no período.

A receita líquida ficou 5% abaixo das estimativas do Bradesco, mas 10% acima do consenso do mercado. O banco diz que os preços do arroz e do açúcar nas operações da Camil em Uruguai, Argentina e Chile ficaram abaixo de suas estimativas.

E o rendimento ficou 5% abaixo de suas estimativas e 14% acima da expectativa média do mercado. O banco afirma que isso se deve a despesas financeiras 84% maiores do que sua expectativa.

O Bradesco BBI manteve avaliação neutra (expectativa de ganhos dentro da média do mercado) para a Camil, com preço-alvo de R$ 12, frente os R$ 10,92 de fechamento da véspera.

Azul (AZUL4, R$ 36,60, +1,53%)

A Azul divulgou resultados preliminares de tráfego de dezembro. O tráfego de passageiros consolidado (RPKs) cresceu 18,1% ante novembro. A capacidade (ASKs), por sua vez, apresentou uma alta de 22,5% ante novembro.

Frente a dezembro de 2019, o tráfego da companhia aérea registrou queda de 31,4%, enquanto a capacidade encolheu 28,4%, resultando em declínio de 3,5 pontos porcentuais na taxa de ocupação, para 80%. Em 2020, o tráfego de passageiros da Azul caiu 45,5%, enquanto a capacidade caiu 43,1% ante 2019, com a taxa de ocupação recuando 3,6 pontos porcentuais, para 79,9%.

Na comparação anual, o tráfego de passageiros doméstico caiu 10,6% em dezembro, frente a um declínio de 9% na capacidade, resultando em uma taxa de ocupação de 80,8%, queda de 1,5 ponto porcentual comparado com o mesmo período de 2019.

Já no segmento internacional, o tráfego de passageiros encolheu 85,3% no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, enquanto a capacidade caiu 81,4%. Com isso, a taxa de ocupação do segmento ficou em 68,7%, indicando retração de 18,2 pontos porcentuais.

Em nota, o presidente da aérea, John Rodgerson, observa que e dezembro, a retomada mais acelerada entre as companhias aéreas da região continuou, com a Azul voando acima de 90% de sua capacidade doméstica em comparação com o mesmo período do ano passado. “Terminamos o ano voando para 113 destinos, uma surpreendente reabertura de 88 cidades desde abril”, acrescentou.

Gol (GOLL4, R$ 23,51, +0,47%)

A Gol afirmou nesta sexta que aumentou a sua oferta para uma média de 476 voos por dia, alta de 29% frente a média de 369 voos diários de novembro. Em períodos de pico em dezembro, a Companhia operou 610 voos por dia.

A empresa diz que atingiu um novo recorde de passageiros transportados desde o início da pandemia, com mais de 89 mil em um único dia. As receitas brutas consolidadas chegaram a R$852 milhões, e a taxa de ocupação média foi de 81%, que a Gol diz ser consistente com os meses anteriores.

A aérea diz que gerou caixa líquido pelo segundo mês consecutivo, totalizando R$ 6 milhões por dia em dezembro. A Gol destaca que o resultado fica bem acima de sua previsão para o consumo líquido de caixa para o período, de R$ 3 milhões por dia.

Na comparação entre o quarto trimestre de 2020 e o trimestre imediatamente anterior, , houve crescimento de 46% na busca por passagens aéreas da Gol, diz a empresa. Na mesma comparação houve aumento de 24% nas vendas.
A empresa diz que no período da alta temporada, que vai de 18 de dezembro a 31 de janeiro, oferecerá em média 558 voos diários para atender a demanda.

A empresa destaca que, em dezembro, adicionou Jericoacoara (CE), Caldas Novas (GO) e Cabo Frio (RJ) aos seus destinos de voos. Dessa forma, está operando todas as bases de sua malha doméstica.

IRB (IRBR3, R$ 8,00, +3,23%)

O mercado segurador registrou alta no faturamento (prêmios emitidos) pelo sexto mês consecutivo, segundo relatório divulgado na véspera pelo IRB+Inteligência, serviço de inteligência de dados do IRB Brasil RE, através do Boletim IRB+Mercado. Em novembro de 2020, o crescimento foi de 10% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando cerca de R$ 10,5 bilhões.

O crescimento acumulado de janeiro a novembro de 2020 fechou em 4,9%, totalizando R$ 112,2 bilhões em prêmios emitidos em seguros. Responsável por 37% do faturamento total do mercado, o segmento de seguros de Vida teve variação positiva de 4,2% na comparação entre os acumulados de 2020 e 2019: alta de R$ 1,6 bilhão. Só em novembro, o faturamento desse ramo chegou a R$ 4 bilhões.

O índice que mede a proporção entre as despesas com sinistros ocorridos e o faturamento alocado no mês de novembro de 2020 apresentou aumento de 4,3 pontos percentuais na comparação com novembro de 2019. Porém, no acumulado do ano, segundo o Boletim IRB+Mercado, o índice de sinistralidade apresentou melhora com o recuo de 1,6 ponto percentual.

“Novembro foi mais um mês excepcional para o mercado segurador, em que o faturamento cresceu 10%, ratificando a tendência de melhora macroeconômica do país”, avaliou o CEO e presidente do Conselho de Administração do IRB Brasil RE, Antonio Cassio dos Santos.

Vale (VALE3, R$ 102,00, -0,31%)

O governo de Minas Gerais marcou novas reuniões com a Vale para a próxima semana e busca fechar um acordo de reparação pelo desastre de Brumadinho (MG) antes de a tragédia completar dois anos, em 25 de janeiro, afirmou na quinta-feira o secretário-geral da administração estadual, Mateus Simões.

Foi realizada na última quinta-feira a primeira reunião do ano para tratar do acordo, onde “parte dos temas que estavam pendentes” foi superada, afirmou Simões a jornalistas, segundo apontou a Reuters.

Para a próxima semana, foram marcadas trocas de documentos na segunda-feira, além de novas reuniões na terça, quarta e quinta-feira. Tal acordo trata de danos gerais sofridos pelo Estado.

“Efetivamente esperamos sair da quinta-feira com o texto definitivo desse acordo para a gente começar a discutir valores”, afirmou o secretário.

“Não é possível se imaginar que vamos chegar aos dois anos de rompimento da barragem ainda discutindo possível acordo. Então, para todos aqui, está muito claro que temos um limite de prazo se aproximando.”

Caso não seja possível um acordo, Simões afirmou que o governo aguardará então uma decisão judicial para que “o sofrimento social” não seja prolongado.

O governo de Minas Gerais tem pedido na Justiça indenizações totais de cerca de R$ 54 bilhões pelos danos materiais e morais relacionados ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.

Na véspera, Simões afirmou à Reuters esperar fechar um acordo superior a R$ 28 bilhões junto à mineradora Vale como reparação pelo rompimento da barragem que deixou cerca de 270 mortos.

O Morgan Stanley diz avaliar que faz sentido para que as partes cheguem a um acordo final que dê um fim às disputas sobre Brumadinho. No entanto, o acordo final pode ficar em um valor superior ao esperado pelo mercado.

O banco diz esperar que o valor fique acima da estimativa incremental da companhia, de R$ 8 bilhões. Mas diz que o processo pode se acelerar nas próximas semanas, à medida que o governo de Minas Gerais gostaria de ter um acordo até 25 de janeiro, que marca o aniversário do “trágico acidente”.

O banco diz que incluiu em seu modelo um acordo adicional de US$ 4 bilhões, acima das provisões que já foram tomadas, para um potencial acordo no primeiro trimestre de 2021.

O banco mantém avaliação de overweight (expectativa de valorização acima da média do mercado) para o ADR da mineradora, apesar de ainda ter preço-alvo de US$ 17,30, abaixo dos US$ 18,93 de fechamento da véspera.

Méliuz (CASH3, R$ 19,84, +22,02%)

A Méliuz divulgou seus resultados operacionais referentes ao quarto trimestre e ao ano de 2020. A companhia originou para os parceiros do Marketplace um GMV (Gross Merchandise Volume ou Volume Bruto de Mercadorias) de mais de R$ 2,5 bilhões, um crescimento de 51% em comparação com o GMV gerado em 2019. Somente no quarto trimestre, foi originado um GMV total de R$ 950 milhões, um crescimento de 56% em relação ao desempenho observado em igual período de 2019.

Ao longo de 2020, foram abertas 5 milhões de novas contas no Méliuz, um crescimento de 96% em relação a 2019, chegando a uma base total de 14 milhões de contas abertas – um crescimento de 55% em relação ao total no final de 2019.

O número de usuários ativos cresceu 152% na comparação anual, a 5,3 milhões. E as solicitações de cartões de crédito atingiram a marca de 2,8 milhões.

A empresa anunciou que começou a vender cartões de crédito promocionais, passou a oferecer compras dentro do aplicativo, que permitem a usuários obterem créditos que podem ser usados em plataformas como iFood, Uber, UberEats, Google Play, Spotify, Playstation e outros.

O Bradesco BBI afirma que a receita bruta no quarto trimestre está em linha com sua expectativa, especialmente devido ao aumento tanto de contas quanto usuários ativos. Isso aumenta perspectiva crescimento de receita nos próximos trimestres.

O banco destaca que as 1,4 milhão de solicitações de cartões são 27% maiores do que o patamar do trimestre anterior e algo importante à medida que a companhia recebe uma taxa de ativação por cada cartão.

O Bradesco BBI diz que os números, aliados ao lançamento de novas soluções de cartões de crédito fazem com que o banco reforce sua recomendação outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para os papéis, que são sua top pick (maior aposta) para o setor de tecnologia da América Latina. O banco aponta preço-alvo de R$ 20 para os papéis da empresa, frente os R$ 16,26 pelos quais foram negociados no dia anterior.

Enauta (ENAT3, R$ 12,06, +0,25%)

A Enauta Participações divulgou a produção do quarto trimestre de 2020. A produção total foi de 1,28 milhão de barris de óleo equivalente, ou produção média diária de 13,9 mil barris de óleo equivalente.

Valid (VLID3, R$ 9,41, +7,91%)

O Conselho de Administração da empresa de plataformas para identificação Valid aprovou aumento de capital por meio de emissão de ações ordinárias. O aumento do capital social terá montante mínimo de R$ 65,6 milhões (representados por 7,1 milhões de ações) e máximo de R$ 131,3 milhões (14,3 milhões de ações). Será atribuído um bônus como vantagem adicional aos subscritores.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.