Fed mantém juros e se compromete a continuar comprando títulos até que a economia volte ao pleno emprego

Fomc decidiu mais uma vez manter os juros nos EUA, se comprometendo com a compra mensal de US$ 120 bilhões em títulos

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Federal Reserve manteve as taxas de juros nos Estados Unidos próximas de zero, segundo anúncio feito nesta quarta-feira (16) após a reunião do Fomc.

Além disso, a autoridade monetária americana reforçou seu compromisso de comprar pelo menos US$ 120 bilhões em títulos por mês “até que um progresso substancial tenha sido feito em direção às metas máximas de emprego e estabilidade de preços do Comitê”, diz o comunicado.

“Essas compras de ativos ajudam a promover o funcionamento suave do mercado e condições financeiras acomodatícias, apoiando assim o fluxo de crédito para famílias e empresas”, acrescentou o Fomc em sua decisão, que foi unânime.

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Por outro lado, o comitê deixou claro que não irá estender a duração dessas compras de títulos. Desde o início da pandemia, o Fed tem comprado principalmente títulos mais curtos, em um esforço para manter o funcionamento dos mercados.

Em reuniões recentes do Fomc, autoridades têm discutido as vantagens de alongar os prazos dos títulos em um esforço mais direcionado para impulsionar a economia, da mesma forma que fez no rescaldo da crise financeira de 2008.

Prolongar as durações ajuda a baixar as taxas de longo prazo, reduzindo os custos de empréstimos e ajudando a empurrar os investidores em busca de rendimento para ativos mais arriscados, como ações.

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Os integrantes do Fomc também elevaram suas perspectivas sobre a economia em relação ao que era projetado no encontro de setembro. A mediana da expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 agora é de queda de 2,4%, ante a queda de 3,7% prevista antes.  Já a perspectiva para 2021 passou 4% para 4,2%.

O comitê também mostrou uma visão mais otimista sobre o desemprego. Em 2020, a taxa prevista agora é de 6,7%, contra 7,6% esperados em setembro. Para 2021, a projeção mediana é de 5%, ante 5,5%, enquanto para 2022 e 2023 são de 4,2% (4,6% antes) e 3,7% (contra 4%).

As autoridades ainda esperam ser tímidas em relação ao objetivo de inflação de 2% do Fed até 2023, embora 2020 e os próximos dois anos apontem para aumentos de 0,1 pontos percentuais na previsão, para 1,4%, 1,8% e 1,9%, respectivamente.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.