Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Novas restrições por conta do coronavírus ofuscam otimismo com vacina e bolsas caem: os destaques da sessão

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – A sessão começa com a maior parte das bolsas mundiais em queda, ainda repercutindo a decisão de Nova York de fechar escolas, que já derrubou as ações em Wall Street e também levou a uma queda superior a 1% do Ibovespa na sessão anterior.

As medidas renovam o receio de que a 2ª onda da covid leve a novas restrições que barrem o avanço da economia. Notícias sobre avanços das vacinas prosseguem aqui e no exterior, mas são insuficientes para evitar a baixa dos ativos na sessão.

Vale ressaltar que, na quarta-feira, a agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou nesta quarta-feira a nota de crédito soberano “BB-” para o Brasil, com perspectiva negativa, e chamou atenção para os riscos fiscais do país em um ambiente de incerteza política doméstica e ressurgimento global das infecções pelo coronavírus.

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Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

Nesta quinta-feira a tônica das bolsas mundiais é, novamente, marcada pelo noticiário em torno do desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus, e pela propagação da doença.

As bolsas europeias e os índices futuros americanos têm queda, com as medidas para conter a segunda onda do coronavírus ofuscando notícias positivas quanto ao desenvolvimento de uma vacina contra o vírus. Nos Estados Unidos, autoridades voltam a implementar medidas restringindo encontros e mobilidade da população, para tentar barrar a propagação do coronavírus, que vem batendo recordes de novos casos diários.

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O índice Eurostoxx cai 1%; o Dax, da Alemanha, cai 1,04%; o FTSE 100, do Reino Unido, cai 1,04%; o CAC 40, da França, cai 1,08%; o FTSE MIB, da Itália, cai 0,49%.

Na quarta, as farmacêuticas Pfizer e BioNTech afirmaram que a análise final sobre a vacina que produzem conjuntamente indicara que o produto tem 95% de eficácia, superior ao patamar de 90% que haviam divulgado na semana anterior.

As empresas afirmaram que o produto será encaminhado nos próximos dias para aprovação da Food and Drug Administration, agência americana responsável pela aprovação de medicamentos. O anúncio alimentou expectativa quanto à imunização da população no futuro.

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Também na quinta-feira, a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca publicaram na revista acadêmica Lancet resultados que indicam que a vacina que produzem conjuntamente é segura. Os produto levou todos os adultos testados a desenvolverem uma resposta imunológica. Essa vacina é a principal aposta do governo brasileiro para imunizar a população do país, mas, até o momento, os resultados não impulsionam as bolsas globais.

No início da semana, uma outra farmacêutica, a Moderna, anunciou que a análise de testes de terceira fase com sua vacina havia indicado eficácia de 94%.

Apesar da possibilidade de imunizar a população em um futuro não tão distante, os Estados Unidos passam por um momento de forte aceleração das infecções, assunto que volta a ganhar atenção conforme a eleição presidencial fica para trás.

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Na quinta-feira, o país registrou novas 172.391 infecções, o segundo maior patamar desde a sexta-feira (13), quando foram registrados 181.571 novos casos. O número de novas mortes tem tido média de 1.155 por dia.

Com isso, seguindo a baixa da véspera, o índice S&P 500 Futuro cai 0,58%; o Nasdaq Futuro cai 0,62%; o Dow Jones Futuro cai 0,60%.

A cidade de Nova York anunciou ontem pela tarde que irá fechar suas escolas, devido às novas contaminações. Autoridades de outros estados e cidades do país também vêm reinstituindo medidas de restrição de mobilidade da população, incluindo toques de recolher, o fechamento de negócios não essenciais e o uso obrigatório de máscaras. Há temor de que, caso a propagação da doença não seja contida, novos lockdowns precisem ser instituídos, elevando o impacto econômico da covid.

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Os índices asiáticos fecharam em diferentes direções, marcados pelo temor quanto aos dados sobre a propagação do coronavírus no mundo e expectativas positivas quanto ao desenvolvimento de uma vacina.

O índice Nikkei, do Japão, fechou em queda de 0,36%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, caiu 0,71%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,07%; o Shanghai SE, da China, subiu 0,47%.

Confira o desempenho dos principais índices às 7h20 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,58%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,62%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,60%

Europa
*Dax (Alemanha), -1,21%
*FTSE 100 (Reino Unido), -1,04%
*CAC 40 (França), -1,08%
*FTSE MIB (Itália), -0,49%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,36% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) -0,71% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,07% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,47% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -1,51%, a US$ 41,19 o barril
*Petróleo Brent, -0,97%, US$ 43,91 o barril
*Bitcoin, US$ 17.451,65, -3,24%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 2,45%, cotados a 876,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 133,04 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,59

2. Agenda econômica

Às 5h, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, falou ao Parlamento Europeu. Ela prometeu um pacote de estímulos forte em dezembro, e instou governos de países membros a liberarem os recursos “sem demora”.

“O principal desafio dos responsáveis pelas políticas públicas será preencher a lacuna até que a vacinação esteja em estágio bem avançado e a recuperação tenha impulso próprio (…) É, portanto, mais importante do que nunca que política fiscal e política monetária trabalhem lado a lado”, afirmou Lagarde.

Às Às 7h, a União Europeia divulga dados sobre a produção da construção em dezembro.

Às 10h30 são divulgados nos Estados Unidos dados sobre novos pedidos de seguro-desemprego. No mesmo horário, o Federal Reserve, o Banco Central americano, da Filadélfia divulga dados sobre o panorama dos negócios.

3. Resultados da vacina de Oxford

Segundo resultados publicados na quinta-feira na revista científica The Lancet, a vacina contra o coronavírus Sars-Cov-2 e a farmacêutica AstraZeneca é capaz de gerar resposta imunológica em adultos de todas as idades. Ela tem efeito inclusive sobre adultos com mais de 70 anos, que correm o maior risco de serem gravemente afetados pela covid.

Os resultados foram divulgados a partir de teste clínico de fase dois. O estudo da AstraZeneca foi realizado com 560 pessoas saudáveis, divididas em três grupos, com faixas etéreas de entre 18 e 55 anos, 56 a 69 anos e 70 anos ou mais.

De acordo com o trabalho publicado na The Lancet, no 14º dia após a aplicação houve um pico na quantidade de células T, ligadas à reação imunológica do corpo. Após 28 dias da aplicação da dose de reforço da vacina, anticorpos neutralizantes do coronavírus foram encontrados em 99% dos pacientes de todas as idades.

Os resultados mais recentes divulgados pela parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNtech, pela farmacêutica Moderna e pelos pesquisadores russos responsáveis pela Sputnik V indicam mais de 90% de eficácia dos produtos, e são mais avançados do que estes da AstraZeneca, de fase 3. Mas ainda não foram apresentados em publicações científicas.

Até o momento, o produto da AstraZeneca é a principal aposta do governo federal para imunizar a população brasileira. O governo federal fechou um acordo com a empresa, que prevê a compra de 100 milhões de doses pelo Ministério da Saúde, e distribuição com uso da infraestrutura da Fiocruz, caso a vacina seja aprovada pela Anvisa.

No Brasil, a vacina vem sendo testado em fase 3, sob coordenação e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Na quarta-feira, a Pfizer anunciou que seu produto desenvolvido em parceria com a BioNTech tem 95% de eficácia, superior ao que o patamar de 90% informado anteriormente, e acima do patamar de 94% anunciado pela Moderna sobre seu produto.

No mesmo dia, a Pfizer informou que fez uma proposta ao Ministério da Saúde para que seu produto possa ser usado na vacinação de milhões de brasileiros contra a covid-19 no primeiro semestre de 2021.
Na terça-feira, a empresa havia feito uma audiência com o Ministério da Saúde, para apresentar o andamento dos estudos clínicos da vacina e o plano de imunização desenvolvido pela empresa.

4. Pesquisa Ibope, violência e apagão no Amapá

Pesquisa Ibope realizada entre os dias 16 e 18 de novembro indica que Bruno Covas (PSDB) está à frente de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo. Os candidatos têm, respectivamente, 47% e 35% das intenções de votos. A pesquisa foi encomendada em parceria entre TV Globo e o jornal O Estado de S. Paulo.

E, após dois anos de sucessivos recordes de quedas no número de assassinatos no Brasil, o país voltou a registrar aumento da violência nos primeiros nove meses de 2020. Foram registradas 32.298 mortes violentas no período, alta de 4%. Os dados são do Monitor da Violência, iniciativa do portal G1 que compila dados oficiais de 26 estados e do Distrito Federal.

Em 2019, a forte queda no índice de homicídios foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, atribuindo então ao resultado de suas políticas públicas.

O aumento das mortes em 2020 ocorre apesar de o ano ter sido marcado pela pandemia do novo coronavírus, que impactou a atividade econômica e fez com que menos pessoas se expusessem nas ruas, à medida que estados e municípios adotaram medidas de isolamento social.

Após um segundo apagão total no Amapá na terça-feira, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que vai ao estado nesta quinta, ao lado de representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

A crise teve início em 3 de novembro, após uma forte chuva e uma explosão seguida de incêndio comprometer três transformadores na mais importante subestação de energia do estado, em Macapá. Questionado na quarta-feira sobre a crise, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não respondeu.

Na pauta econômica, a equipe econômica vê pautas prioritárias destravadas apenas após fevereiro, com a sucessão no Legislativo, eleição e crise no Amapá atrasando reformas, segundo aponta a Folha de S. Paulo. Contudo, Paulo Guedes, ministro da Economia, mostrou otimismo com a recuperação da economia: Guedes diz que crescimento em 2021 pode ficar acima de 4%. Ele ainda afirmou que o efeito do pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais em 2020 ainda terá reflexo na economia nos primeiros meses de 2021.

5. Radar corporativo

A companhia aérea Gol afirmou nesta quarta-feira nova ampliação de oferta de voos e estimou que poderá voltar a utilizar os aviões Boeing 737 MAX, que consomem menos combustível que os atualmente operados pela empresa, até o final do ano.

A empresa afirmou que em novembro está operando com 50% da programação de voos que teve no mesmo mês de 2019, ampliando a oferta no mês para 372 voos diários ante uma média de 363 em outubro.

A Petrobras tomou diversas ações para regularizar a oferta de gás para termelétricas desde meados de outubro, mas diante do salto na demanda pelo insumo para geração de energia ainda não conseguiu atender duas térmicas do Nordeste e uma terceira tem sido atendida apenas parcialmente, disse a estatal à agência de notícias Reuters.

A Vittia Fertilizantes e Biológicos pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO), envolvendo ofertas primária e secundária de seus papéis. O pedido de registro da oferta ocorre em um momento em o juro em mínima recorde leva empresas a avançarem com planos de abrir capital, mas muitas delas têm abandonando tais planos diante da volatilidade do mercado.

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