Itaú faz estudo para cisão de investimento na XP e venda de fatia de 5%

O banco estuda entregar aos seus acionistas as ações da XP

Equipe InfoMoney

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O Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou na noite de terça-feira (3) que está realizando estudos, já em fase avançada, que tratam da segregação de participação de 41,05% na XP Inc. em uma nova empresa. Uma fatia restante de 5% seria oferecida aos mercados onde os papéis da XP são listados na forma de ofertas públicas.

O Itaú estuda entregar aos seus acionistas as ações da XP. Para isso, a possibilidade seria criar uma nova sociedade, batizada de “Newco”, e segregar nela as ações da XP, ou 41,05% do capital da empresa de investimentos, segundo a instituição financeira.

As ações seriam o único investimento da nova sociedade. Depois disso, os acionistas do Itaú receberiam uma participação acionária dessa nova sociedade. O Itaú frisa que tal cisão, caso seja essa a decisão, não ocorrerá em 2020.

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Como o Itaú possui uma fatia de 46% no capital da XP – a participação de 49,9% inicial foi diluída após a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da XP na bolsa americana Nasdaq -, haveria uma fatia remanescente de 5%.

Uma das possibilidades, conforme os estudos que estão sendo conduzidos, seria vender essa fatia por meio de uma oferta de ações. Com isso, o Itaú afirma que o movimento geraria um aumento do índice de Capital Principal de Basileia III.

Se a distribuição for feita de acordo com a participação no capital do Itaú – visto que o banco possui ações preferenciais e ordinárias -, parte da participação da XP irá para Iupar e Itaúsa, que juntas possuem 46% do Itaú, grande parte nas mãos das famílias Setubal, Villela e Moreira Salles (a Itaúsa tem capital aberto e, por isso, mais acionistas).

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O Itaú informa que a venda, se concretizada, depende “das condições aplicáveis de mercado” e de aprovação do conselho de administração da instituição.

Ontem, o Itaú também divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2020. O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,030 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 29,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 7,156 bilhões, devido ao grande colchão contra perdas montado no contexto da pandemia.

Apontando para uma retomada da economia, o resultado foi 19,6% melhor do que o trimestre imediatamente anterior. O resultado ocorre diante de menores despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa, especialmente vindo do banco de atacado do Itaú.

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Candido Bracher, presidente e CEO do Itaú Unibanco, afirmou em teleconferência com a imprensa nesta quarta-feira (4) que não há possibilidade de ingerência na gestão da empresa de investimentos, que é completamente autônoma devido a um veto do Banco Central.

“Sendo assim, não há nenhuma razão para não destravar o valor da XP que está no banco e repassar para os acionistas. Se pudéssemos exercer controle e gestão, não faríamos a operação”, disse o CEO. “O movimento de agora tem como objetivo destravar um valor de investimento que estava contido dentro do banco. Damos aos acionistas a decisão de continuar a deter ou não ações da XP, cada um com sua proporção.”

Em 2022, o Itaú vai adquirir mais 11,50% do capital social da XP. “Não é uma opção de compra, mas um compromisso. Mas, se fosse uma opção, sem dúvida exerceríamos. Dadas as condições de mercado, tende a ser uma oportunidade de mercado interessante. Continuamos achando a XP um excelente investimento”, disse Bracher. Para o CEO, o potencial de valor de mercado se torna maior com a separação das empresas. “Percebemos que o valor da nossa participação na XP dentro do balanço do Itaú é menor do que ela teria naturalmente.”

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(Com Agência Estado)

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