Magazine Luiza (MGLU3) tem prejuízo ajustado de R$ 62 mi no 2º trimestre; vendas no e-commerce saltam 182%

Apesar de reverter lucro em prejuízo, impactado pelo fechamento de lojas físicas, resultado negativo foi abaixo do esperado

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Magazine Luiza (MGLU3) reverteu um lucro líquido ajustado de R$ 85,2 milhões registrado no segundo trimestre de 2019 em um prejuízo líquido ajustado de R$ 62,2 milhões no mesmo período deste ano, informou a varejista em seu release de resultados na noite desta segunda-feira (17).

“Em abril, o resultado foi bastante impactado pelas lojas fechadas na maior do tempo. Em maio, com a aceleração do e-commerce e a reabertura gradual das lojas, o resultado já foi próximo do breakeven. Em junho, essa tendência se acentuou e a companhia obteve lucro líquido de R$ 93 milhões”, apontou a varejista.

Apesar do dado aparentemente negativo, o prejuízo ficou abaixo da mediana da estimativa compilada pelo consenso Bloomberg, de R$ 127,8 milhões (com variação nas expectativas entre dado negativo de R$ 122 milhões e R$ 136 milhões).

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A receita líquida da companhia, por sua vez, teve alta de 29%, atingindo R$ 5,57 bilhões e também ficando acima do esperado, que era de R$ 5,02 bilhões.

Conforme destacou a companhia no release de resultados, no segundo trimestre, as vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce tradicional (1P) e marketplace (3P) cresceram 49,1% para R$8,6 bilhões, reflexo do aumento de 181,9% no e-commerce total e queda de 45,1% nas lojas físicas, mesmo com apenas 36% das lojas abertas em média no trimestre. O e-commerce atingiu R$ 6,7 bilhões em vendas.

“Em junho de 2020, já com 64% das lojas abertas, o crescimento total das vendas foi 85%. Com isso, a companhia, pela primeira vez desde sua fundação, atingiu a liderança no seu setor no trimestre”, apontou.

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A varejista ainda destacou que, em função dos novos hábitos de consumo durante a pandemia, o e-commerce formal brasileiro cresceu 70,4% no segundo trimestre de 2020, segundo o E-bit.

Contudo, apontou, “o Magalu foi além, cresceu 2,6 vezes o mercado, e assumiu a liderança do e-commerce formal”, destacando que o e-commerce representou 78,5% das vendas totais. “No e-commerce tradicional (1P), as vendas evoluíram 171,5% e o marketplace contribuiu com vendas adicionais de R$ 1,8 bilhão, crescendo 214,2%. O ganho de marketshare foi impulsionado pela excelente performance do app, que já alcançou a marca de 30 milhões de usuários ativos mensais. Também contribuíram a evolução do marketplace, a entrega mais rápida do varejo e o crescimento das novas categorias, com destaque para a Netshoes, a Época Cosméticos e a categoria de mercado”, afirmou no documento.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) teve queda de 62% entre abril e junho na comparação anual, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) passou de 8,8% para 2,6% na comparação ano a ano.

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A companhia informou ainda que o percentual das despesas operacionais ajustadas em relação à receita líquida aumentou de 20,5% no segundo trimestre de 2019 para 23,6% no mesmo período de 2020, como reflexo do compromisso de não fazer demissões no período e de não fechar permanentemente nenhuma unidade.

“Para atenuar esse efeito, a companhia reduziu os salários dos diretores e conselheiros, implementou a medida provisória 936, que permitiu a suspensão de contratos de trabalho e a redução de jornada e salários, e renegociou contratos de aluguel e de prestação de serviços. Em junho de 2020, com o maior número de lojas abertas, a expansão do ship-from-store e o retorno do Retira Loja, o percentual das despesas em relação à receita líquida caiu para 20,2%, um dos menores patamares históricos”, ressaltou.

Já o fluxo de caixa das operações, ajustado pelos recebíveis, atingiu R$ 2,2 bilhões no segundo trimestre de 2020 e R$ 2,0 bilhões nos últimos 12 meses, com a variação do capital de giro contribuindo de forma significativa para a geração de caixa.

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“Com o crescimento das vendas, o giro dos estoques também melhorou ao longo dos meses, atingindo menos de 60 dias em junho de 2020, um dos melhores índices dos últimos anos. Ao mesmo tempo, a companhia aumentou o prazo médio de compras e expandiu o Magalu Pagamentos, que também contribuiu para o capital de giro”, destacou.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.