Lucros da BR Distribuidora e RD caem, prejuízo da Gafisa sobe 85% no 2º tri; acordo para unir Linx-Stone e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quarta-feira (12)

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os investidores acompanham o noticiário político movimentado nesta quarta-feira (12), além da temporada de resultados. A BR Distribuidora viu o resultado ser afetado pela pandemia do novo coronavírus e a construtora Gafisa registrou novo prejuízo.

Já a companhia aérea Azul anunciou acordo com arrendadores de aeronaves e com isso terá uma economia de R$ 3,2 bilhões até o final de 2021. O setor de aviação é um dos mais afetados pelas medidas de isolamento adotadas para conter o avanço do novo coronavírus.

E a empresa de meio de pagamento Stone e a desenvolvedora de software para o varejo Linx anunciaram acordo de fusão de seus negócios.

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BRF, Eletrobras, Marfrig, Via Varejo, MRV, Banrisul, Movida, Aliansce Sonae, Alupar, Fras-le, Mahle Metal Leve, Taesa, Tecnisa, Tupy e Ultrapar divulgam balanço após o fechamento dos mercados. Confira os destaques:

Azul (AZUL4)

A companhia aérea Azul  anunciou na noite de terça-feira que concluiu o acordo com arrendadores de aeronaves e, com isso, terá uma economia de R$ 3,2 bilhões até o final de 2021.

O setor de aviação foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, que exigiu medidas de distanciamento social, além do fechamento de fronteiras.

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Segundo a companhia, esse acordo representa mais de 98% do passivo de arrendamento e negocia com os demais arrendadores.

“Arrendadores de aeronaves representam em torno de 80% de nossa dívida total, e portanto estes acordos são um passo importante para garantir que sairemos desta crise mais fortes e comprometidos com essas parcerias de longo prazo”, explicou, em nota, Alex Malfitani, diretor financeiro da companhia aérea.

Os pagamentos serão feitos com base em um cronograma conservador da retomada da demanda.

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Ainda segundo a Azul, o pagamento de aluguel de aeronaves entre abril e dezembro deve chegar a R$ 566 milhões, uma redução de 77% na comparação com os contratos originais.

Já os aluguéis mensais menores serão compensadas por valores ligeiramente superiores a partir de 2023 ou pela extensão de parte deles por taxas de mercado.

A empresa estima que, com a negociação, o passivo da empresa com arrendamento irá reduzir em R$ 3,4 bilhões entre o final de março e dezembro, totalizando R$ 12,5 bilhões no final do ano.

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Gafisa (GFSA3)

A Gafisa fechou o segundo trimestre de 2020 com prejuízo líquido de R$ 23,545 milhões. A perda foi 85% maior do que no mesmo período de 2019, quando a incorporadora sofreu um prejuízo de R$ 12,724 milhões. A piora nos números reflete a crise provocada pelo coronavírus, que diminuiu o volume de vendas, derrubando a receita e interferindo na diluição de despesas.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 7,722 milhões, encolhimento de 79,4% na mesma base de comparação. A margem Ebitda recuou de 14% para 9,2%.

A receita líquida totalizou R$ 83,8 milhões, baixa de 15,9%, em função do menor volume de vendas. As despesas gerais e administrativas aumentaram 34%, para R$ 19,180 milhões.

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Por conta da pandemia, a Gafisa não retomou lançamentos no trimestre, como havia planejado. As vendas líquidas somaram R$ 19,840 milhões, recuo de 64,7%. Na apresentação dos resultados, a companhia disse que registrou crescimento das vendas no fim do trimestre e que as vendas de julho foram as melhores nos últimos 18 meses.

Em relação aos lançamentos, a Gafisa informou que tem três empreendimentos em fase de pré-lançamento, com valor geral de vendas (VGV) total de R$ 288 milhões.

“Depois de adiar a retomada dos lançamentos em função das condições de mercado decorrentes da pandemia, entendemos que já há condições mínimas para a retomada dos lançamentos”, afirmou a direção.

A Gafisa entrou quatro empreendimentos entre abril e junho, com um VGV total de R$ 543 milhões. Para todo o ano está prevista a entrega de um total de oito empreendimentos, correspondentes a R$ 765 milhões de VGV e 1.350 unidades.

A Gafisa terminou o trimestre com dívida líquida de R$ 103,493 milhões, corte de 82,4%. Já o total de recursos em taxa subiu 212%, para R$ 570,156 milhões. Isso aconteceu porque o aumento de capital aprovado em abril de 2020 levou para o caixa da companhia R$ 259,7 milhões.

Raia Drogasil (RADL3)

A RD teve lucro líquido de R$ 60,2 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 60% em relação ao mesmo período de 2019, uma vez que as medidas de restrição de circulação por causa da pandemia de coronavírus continuaram afetando as operações da rede de varejo farmacêutico.

“Com os primeiros casos chegando ao Brasil em março, o isolamento social começou na última semana do mês e resultou em um segundo trimestre com redução no tráfego e consumo, e também na quantidade de consultas médicas e cirurgias eletivas, estes levando à uma queda na demanda por medicamentos associados a tratamentos agudos não urgentes”, destacou a companhia.

De acordo com a RD, o principal impacto observado ocorreu nas 124 lojas de shopping, que tiveram que lidar com fechamentos temporários, horários reduzidos e severa redução no tráfego de clientes ao reabrirem.

Houve uma queda de 2,6% nas vendas das mesmas lojas, enquanto as lojas maduras tiveram uma queda nas vendas de 6,9%, com um efeito calendário negativo de 0,4%.

Excluindo da base as 124 lojas de shoppings que tiveram que lidar com fechamentos temporários e horários reduzidos, o crescimento total consolidado da receita bruta foi de 12,3%, com alta de 3,2% nas mesmas lojas e queda de 1,2% nas lojas maduras.

A receita líquida totalizou R$ 4,45 bilhões, 5,8% superior em relação ao segundo trimestre do ano passado. A receita bruta subiu 6,3%, a 4,72 bilhões de reais, mas a margem bruta recuou a 28%, de 29% um ano antes.

O Credit Suisse considera que o adiamento do reajuste do preço dos medicamentos contribuiu para o resultado da Raia Drogasil, assim como o fechamento temporário de 124 lojas localizadas em shoppings e a redução do tráfego de pessoas causada pela pandemia do novo coronavírus.

“Apesar do segundo trimestre desafiador para o segmento de farmácias, acreditamos que as indicações de uma recuperação das vendas em julho mostram sinais de recuperação mais cedo do que o esperado”, avaliou o banco em relatório a cliente.

O Bradesco BBI também espera que os próximos trimestres sejam mais positivos. “Há uma mencionada melhora dos volumes com preços reajustados a partir do terceiro trimestre, o que deve colocar as receitas da Raia Drogasil de volta no caminho do crescimento”, pontuou o banco.

No entanto, devido a múltiplos já elevados, o Bradesco BBI manteve a recomendação da empresa como “neutra”, com preço-alvo de R$ 117.

Enquanto isso, BB Investimentos e Brasil Plural cortaram a recomendação para a ação da companhia para equivalente à neutra.

XP Inc.

A XP Inc. registrou um lucro líquido ajustado de R$ 565 milhões no segundo trimestre de 2020, valor 148% superior na comparação com igual período do ano passado e 36% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A receita líquida, por sua vez, teve alta de 68% na comparação anual, passando de R$ 1,147 bilhão para R$ 1,921 bilhão.

A margem líquida ajustada passou de 19,9% no segundo trimestre de 2019 para 29,4% no mesmo período de 2020, uma alta de 9,51 pontos percentuais.

BR Distribuidora (BRDT3)

A combinação entre redução de volume e de preços fez o lucro líquido da BR Distribuidora cair 37,7% no segundo trimestre ante igual período do ano passado, para R$ 188 milhões.

O Ebitda ajustado ficou em R$ 816 milhões entre abril e junho, aumento de 61,3% na comparação anual, com o efeito positivo de uma recuperação de crédito de PIS/Cofins, que somou R$ 376 milhões.

A receita líquida caiu 38,1%, para R$ 14,9 bilhões de reais.

Já o endividamento bruto da empresa chegou a R$ 9,2 bilhões, alta de 49,6%. A empresa informou que essa elevação é decorrente das captações feitas em “caráter precaucional” para lidar com a pandemia da Covid-19.

O Bradesco BBI mantém a visão positiva para a BR Distribuidora, apesar do resultado mais fraco no segundo trimestre do ano. A instituição financeira destacou a posição de caixa e a baixa alavancagem da empresa, que está em apenas uma vez a relação entre dívida líquida e Ebitda.

“Os próximos gatilhos (para a ação) são os resultados trimestrais que podem mostrar mais benefícios dos programas de corte de custos em andamento, recuperação de volumes e menor volatilidade do preço do combustível”, avaliaram.

Já o Morgan Stanley lembrou que o consumo de combustível está se recuperando, apontando para “expansão de margem nos próximos trimestres”.

Eneva (ENEV3)

A companhia de energia Eneva registrou lucro líquido de R$ 85,8 milhões no segundo trimestre, ante R$ 15,8 milhões no mesmo período do ano passado.

O aumento do resultado se deveu basicamente aos valores relacionados a poços secos e a uma melhoria do resultado financeiro líquido.

O Ebitda ficou em R$ 279,2 milhões, uma redução de 2%.

Santos Brasil (STBP3)

A Santo Brasil registrou um prejuízo de R4 9,392 milhões no segundo trimestre do ano, ante lucro líquido de R$ 6,344 milhões em igual período de 2019.

A receita operacional líquida da companhia foi de R$ 224,849 milhões, queda de 15,12% no comparativo anual. Os terminais portuários representam a maior parte da receita da empresa.

O Ebitda ficou em R$ 42,206 milhões entre abril e junho, queda de 28,1%.

O Itaú BBA atualizou o modelo para a Santos Brasil, estabelecendo o preço-alvo de R$ 7 para 2021, o que implica um potencial de ganho de 28,4%. A empresa é classificada como “outperform”.

“O desempenho logístico do segundo trimestre foi afetado por menores volumes armazenados (decorrentes de menores importações no Porto de Santos)”, explicaram os analistas.

No caso do Bradesco BBI, a classificação da Santos Brasil também é “outperform”, mas com preço-alvo de R$ 8 para este ano.

“A Santos Brasil apresentou confortável posição de caixa de R$ 352 milhões no segundo trimestre de 2020, ante R$ 373 milhões no primeiro. A empresa deve minimizar os efeitos de volumes de contêineres mais fracos devido à pandemia da Covid-19 dada a posição de liquidez de caixa combinada com seu perfil de amortização de dívida”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI.

Stone e Linx (LINX3)

A empresa de meios de pagamento Stone anunciou na terça-feira á noite um acordo vinculante para unir sua área de software com a Linx, produtora de programas para o varejo. A transação poderia chegar a R$ 6,4 bilhões.

O acordo será implementado por meio de uma incorporação de ações, com cada ação da Linx sendo trocada por uma nova ação PN classe A e B da Stone. Após outras etapas, o valor base da operação será de R$ 33,7625 por ação da Linx.

Segundo a Stone, o valor base representa ágio de 41,6% sobre o preço médio das ações da Linux nos 60 dias anteriores a 7 de agosto e de 28,3% considerando os 30 dias prévios a esta data.

As ações da Linx fecharam o pregão de terça-feira em alta de 31,5%, a R$ 34,40. Em Nova York, onde são negociados os papéis da Stone avançaram 11%, para US$ 52,39.

O Bradesco BBI considera que o negócio anunciado não reflete os desafios que se colocam à frente e por isso rebaixou a Stone de “neutro” para “underperform”.

“A aquisição da Linx aumenta a exposição de Stone aos negócios mais complexos de ERP, enquanto a empresa ainda trabalha para entregar mais na frente ABC (adquirência, banking e crédito)”, disseram, em relatório, os analistas do banco.

O Credit Suisse, no entanto, destacou que a aquisição da Linx pela Stone reflete as iniciativas ainda empresa, ainda em estágio inicial, nos segmentos de banking, pagamentos e comércio eletrônico, mas não levam em conta possíveis sinergias.

“Embora sinergias de custo sejam esperadas, a maior parte dos ganhos deve vir de cross-selling”, disseram os analistas do banco, acrescentando que os clientes da Linx podem adicionar R$ 1,5 bilhão em receitas.

Já o Morgan Stanley destaca também o potencial de novos clientes para a Stone, além de novos soluções em software. “A Linx opera uma das mais bem sucedidas plataforma de software para varejo no Brasil, com uma participação de mercado de 42%”, reforçaram os analistas do banco americano.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras estendeu até o dia 21 de agosto o prazo para que as empresas expressem interesse na totalidade da participação da estatal na porção exploratória do Bloco Tayrona, localizado na Bacia de Guajira (Colômbia).

O Bloco Tayrona está localizado no litoral nordeste da Colômbia, em águas profundas da Bacia de Guajira. A Petrobras, que é operadora da área, detém 44,44% de participação na concessão por meio da sua afiliada Petrobras International Braspetro B.V.(PIB-BV), em consórcio com a colombiana Ecopetrol, que possui os demais 55,56%. A Ecopetrol poderá exercer o direito de preferência.

Cyrela (CYRE3) e Lavvi 

A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da construtora Lavvi pode movimentar R$ 1,6 bilhão, caso o valor da ação saia no centro da faixa indica de preços, publicada na noite de terça-feira pela empresa.

O preço sugerido vai do piso de R$ 11 ao teto de R$ 14,50. O fechamento da operação deve ocorrer em 31 de agosto, segundo cronograma divulgado.

A Cyrela é acionista da empresa, com uma participação de 45%. Os demais vendedores são a RH Empreendimentos Imobiliários e o acionista individual Moshe Horn.

Banco Inter (BIDI11)

O Banco Inter renovou o contrato de exclusividade à seguradora Liberty para vender produtos de seguros na rede do banco por mais 15 anos.

O valor total da renovação é de R$ 368 milhões, com R$ 60 milhões pagos à vista e o restante com base na performance. O acordo mantém as comissões atuais dos produtos em operação.

A Liberty já é seguradora do Inter desde 2018, quando assinaram um contrato de 10 anos por 12 milhões de reais.

Santander Brasil (SANB11)

O Santander Brasil anunciou a compra de 80% da Gira, fintech de recebíveis do agronegócio. Os valores não foram revelados.

O banco informou que a Gira usa geolocalização de áreas produtivas, captura e analisa dados agronômicos e faz acompanhamento permanente da performance de produção das propriedades envolvidas nas operações de crédito.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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