XP eleva projeção para o Ibovespa para 115 mil pontos em 2020 e destaca quatro fatores principais

Analistas acreditam que impactos da crise irão diminuir nos próximos meses, enquanto governos devem lançar novos pacotes de ajuda econômica

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Otimistas de que os efeitos da pandemia comecem a se dissipar nos próximos meses e que os estímulos econômicos e monetários sigam aumentando para ajudar os países, a XP Investimentos elevou sua projeção para o Ibovespa no fim deste ano de 112 mil pontos para 115 mil pontos (confira o relatório clicando aqui).

Em relatório publicado neste fim de semana, a equipe de Research da XP destaca que julho foi o quarto mês seguido de alta da bolsa brasileira e que isso se deu conforme “os riscos das três crises que o Brasil vive (Saúde, Econômica e Política) dão sinais de melhoras marginais”.

Desde o pior momento da crise, em março, o Ibovespa já subiu 62%, apesar de no ano ainda acumular perdas de 9,6% em reais, sendo queda de 30% em dólares. Com esta recuperação, a bolsa nacional já não é mais a pior do mundo, mas ainda ocupa o 5º lugar entre as piores.

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Para justificar sua mudança de projeção, a XP destaca quatro fatores que devem mostrar melhoras neste segundo semestre:

A equipe de análise também destaca que, em pesquisa feita com 357 assessores de investimento de escritórios autônomos filiados à XP, 82% acreditam que o Ibovespa superará os 110 mil pontos até o fim do ano, sendo a média de palpites de 111.074.

No caso do câmbio, os analistas da XP apontam uma maior estabilização do dólar frente ao real entre R$ 5,20 e R$ 5,40. “Porém, o câmbio ainda se encontra com alta volatilidade, o que é prejudicial para a economia real”, afirmam.

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A XP lembra que o Dollar Index (índice que mede o dólar contra uma cesta de moedas) caiu 4% desde junho, enquanto o euro subiu 4,8% ante a divisa americana, ao passo que moedas emergentes ganharam 1,4% no período. Isso mostra que este movimento de queda do dólar não foi algo isolado e sim um sinal de fraqueza da moeda.

Entre os fatores apontados que ajudam a explicar o movimento estão a recuperação econômica de outros países, como os da Europa, a baixa taxa de juros nos Estados Unidos e o aumento de impressão de dinheiro por lá. Além disso, os grandes pacotes de estímulos também resultam em maior dívida, mais impressão de moeda e consequente valorização dos ativos como ações e commodities, caso de ouro, cobre e prata.

“Se esse movimento de fraqueza do dólar é sustentado ou não, ainda é difícil de dizer, pois o dólar continua sendo a moeda de reserva de valor no mundo, e a moeda que mais de 80% do comércio global se baseia”, explica a XP destacando a potência econômica que são os EUA, o que sustenta sua moeda.

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“Uma taxa de câmbio mais estável é muito importante para que o Brasil consiga voltar a atrair investimentos de investidores e empresas estrangeiras”, afirmam. Diante disso, os analista mantiveram a projeção do câmbio, com dólar em R$ 5,20 ao fim deste ano e voltando para R$ 4,90 até o fim de 2021.

Entre os pontos de atenção para os investidores nos próximos meses, a XP aponta ainda a questão da reforma tributária, que segundo os analistas seria um “grande passo para destravar a economia”. Já no lado internacional, as tensões entre China e EUA podem se tornar um risco, principalmente se surgirem novas sanções ou descumprimento de acordos já feitos.

Carteira recomendada

A XP aproveitou sua revisão de projeção para o Ibovespa para também divulgar sua carteira recomendada para agosto, com apenas uma mudança: entra Locaweb (LWSA3) e sai EzTEc (EZTC3).

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Segundo os analistas, esta alteração é visando “aumentar a exposição ao tema de tecnologia e varejo online”. Eles destacam ainda que a Locaweb “oferece uma combinação de crescimento forte (com alta rentabilidade) e perfil defensivo”.

A XP aponta que, embora os múltiplos da companhia pareçam altos, com as ações negociando em 9,8x EV/Receita em 2021 (vs. cerca de 11x para competidores globais de Software como Serviço (SaaS)), a expectativa é que o crescimento da Locaweb ultrapasse o de seus principais pares internacionais.

Com isso, a composição da carteira XP para agosto ficou em Banco do Brasil (BBAS3), Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3), B3 (B3SA3), Vivara (VIVA3), Lojas Americanas (LAME4), Via Varejo (VVAR3), Localiza (RENT3), Locaweb (LWSA3) e Iguatemi (IGTA3).

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.