Ação da Petrobras cai mais de 3% com petróleo e aéreas recuam até 8%; B2W e Magalu lideram altas da semana

Confira os principais destaques corporativos da B3 nesta sexta-feira (12)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de ficar em terreno negativo durante todo o pregão, o Ibovespa teve uma sessão volátil, variando entre perdas de 1,5% até 4% em dia de nova tensão nas bolsas americanas, que acabaram fechando em alta após a derrocada de até 7% na véspera.

Entre os destaques, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 21,24, -3,54%; PETR4, R$ 20,60, -3,74%) caíram forte ainda reagindo ao desempenho do petróleo na véspera, que fechou com queda de 8% diante de novas preocupações sobre a queda da demanda à medida que novos casos de coronavírus aumentam pelo mundo e após os estoques da commodity no Estados Unidos terem atingido um recorde.

Nesta sexta, após subir mais cedo, o petróleo zerou os ganhos, para no fim do pregão fechar em alta novamente. O barril do WTI, referência no mercado americano, subiu 0,41%, para US$ 36,49, enquanto o brent, usado de referência internacional, teve alta de 1,09%, a US$ 38,97.

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Das 75 ações que fazem parte do Ibovespa, apenas dez registraram alta, com destaque para os frigoríficos Minerva (BEEF3, R$ 13,07, +2,35%) e Marfrig (MRFG3, R$ 12,88, +2,22%), que lideraram os ganhos puxados pela forte alta do dólar.

Entre as maiores quedas, mais uma vez as companhias aéreas Gol (GOLL4, R$ 18,54, -8,40%) e Azul (AZUL4, R$ 22,12, -5,87%), além da CVC (CVCB3, R$ 20,81, -9,44%), recuam com o aumento da tensão no mercado. Elas foram as principais impactadas pela pandemia na Bolsa até agora, mas vinham de um movimento de recuperação em maio. Agora com o novo medo de uma segunda onda de Covid-19, mais uma vez as ações acabam sofrendo.

No desempenho semanal, a Yduqs (YDUQ3) liderou as perdas do Ibovespa ao recuar 13,30%, para R$ 33,43, seguida pela Braskem (BRKM5), que após subir forte em maio, recuou 9,32% esta semana, a R$ 24,70.

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Do lado positivo, mais uma vez as varejistas com negócios digitais foram destaque, com a B2W (BTOW3) saltando 15,22%, cotada a R$ 99,47, seguida pelo Magazine Luiza (MGLU3), que teve alta de 7,57%, para R$ 63,95.

Confira os destaques desta sexa-feira (12):

Latam, Gol (GOLL4, R$ 18,54, -8,40%) e Azul (AZUL4, R$ 22,12, -5,87%) 

A Latam iniciou processo para a devolução de 13 aeronaves Airbus (11 da família A320 e duas A350). Segundo o jornal O Estado de São Paulo, todos os aviões estão no Brasil.

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Essa é uma das etapas da reorganização financeira da companhia conduzida a partir do pedido contra credores feitos nos Estados Unidos e que abrange também o Chile, onde está a filial da empresa.

Ao mesmo tempo, a empresa apresentou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a versão preliminar para uma joint venture com a Delta Airlines. O processo de aprovação regulatória representa o primeiro passo para o acordo.

Uma vez garantidas as aprovações regulatórias, a parceria irá conectar as malhas aéreas complementares das empresas entre as Américas do Norte e do Sul.

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É também o setor aéreo um dos mais afetados durante o tombo dos mercados acionários na quinta-feira, quando a B3 não operou. Gol e Azul devem sofrer ajustes neste pregão.

A Gol informou à CVM que não está negociando a postergação dos pagamentos de um empréstimo de US$ 300 milhões que possui com a Delta, conforme notícia do jornal “Valor Econômico” da quarta-feira.

Vale (VALE3, R$ 53,40, -1,48%) 

A Vale informou ter conseguido liminar para suspender decisão anterior que exigia da companhia R$ 7,9 bilhões em garantias para assegurar o pagamento de eventuais multas pelo desastre de Brumadinho (MG).

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“O desembargador considerou que não há elementos que evidenciem riscos futuros de descumprimento de uma posterior decisão sobre o caso, por parte da Vale”, afirmou a empresa no comunicado.

Shoppings

As administradoras de shoppings aceleram as reaberturas de suas operações no momento em que as medidas de relaxamento do isolamento social começam a entrar em vigor.

A Aliansce Sonae (ALSO3, R$ 28,33, -4,13%) anunciou a abertura sete shoppings na quinta-feira. Ao todo, são 18 shoppings reabertos, que respondem por 63% da área bruta de locação (ABL) da administradora.

A companhia está aplicando regras de descontos sobre a cobrança de aluguel mínimo durante o mês da reabertura, que vão variar de acordo com a condição de cada lojista.

Já a JHSF (JHSF3, R$ 5,95, 0,00%) informou a retomada da operação do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. A companhia tem, ao todo, três de seus shoppings já reabertos.

O Iguatemi (IGTA3, R$ 35,78, -3,77%) anunciou a reabertura de quatro de seus shoppings na quinta-feira. Todos na cidade de São Paulo. Nesta sexta-feira, será reaberto o Iguatemi Alphaville, em Barueri (SP).

Por sua vez, a Cyrela Commercial Properties anunciou a reabertura do Grand Plaza Shopping, em Santo André (SP) a partir do dia 15. Ao todo, serão cinco de seus shoppings reabertos.

Em todos os casos, o horário de funcionamento está restrito e limitado às lojas. Áreas de lazer e alimentação permanecem fechadas.

Burger King (BKBR3, R$ 12,30, -8,82%) 

O Itaú BBA reduziu de “outperform” para “market perform” a recomendação para as ações da BKB Brasil, que opera os restaurantes Burger King no Brasil. O preço-alvo foi fixado em R$ 16 para 2021.

A revisão está baseada nos resultados mais fracos que esperado no primeiro trimestre do ano, piora das revisões macroeconômicas para o Brasil, um período de isolamento social mais longo que o esperado e a cautela com a recuperação dos negócios.

“Os piores resultados do primeiro trimestre de 2020, um cenário macroeconômico mais fraco e (medidas de) bloqueios mais longos levaram a uma revisão as estimativas”, disseram os analistas, em relatório.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,50, -1,03%) 

A Ecorodovias anunciou a prévia de suas operações no período de 16 de março a 9 de junho e também no acumulado do ano. O objetivo da empresa é mostrar o impacto das medidas de isolamento social no tráfego de veículos.

De 16 de março a 9 de junho, o tráfego de veículos leves e pesados recuou 20,7% na comparação com igual período de 2019. Já no acumulado do ano, a queda é de 6%.

O maior recuo é da concessão Ecoponte, que tem uma retração de 43,4% no período analisado é de 23,7% no ano. Já na Ecopistas, o tombo é de 43,2% e 24%, respectivamente. E na Ecovias, de 24,7% entre os dias 16 de março e 9 de junho e de 13,1% no acumulado do ano.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, além das medidas de isolamento social, a menor exportação de grãos na semana do dia 3 de junho também contribui para essa queda.

“Apesar da fraqueza do tráfego, esperamos que os números gerais mantenham a tendência de recuperação, dada a gradual reabertura econômica”, avaliaram, em relatório a clientes, mantendo a recomendação “outperform” para as ações da concessionária.

Sabesp (SBSP3, R$ 53,90, -1,10%)

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fechou um contrato com a prefeitura de Mauá (SP) para assumir os serviços de água na cidade pelo prazo de 40 anos.

O contrato inclui a suspensão, pela Sabesp, de uma cobrança judicial das dívidas do município e da companhia de saneamento da cidade, a Sama. O valor dessa dívida, em março de 2020, era de R$ 3,5 bilhões (valor de face incontroverso).

Para o Credit Suisse, o acordo é positivo para a Sabesp, sendo que o início da prestação de serviços para a cidade de Mauá pode elevar o Ebitda da Sabesp.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.