Ibovespa salta 7,9% em dois pregões e fecha acima de 81 mil pontos após 45 dias; dólar cai 2,6% e vai a R$ 5,51

Índice descola de quedas dos índices americanos e chega ao segundo pregão de alta de mais de 3%

Rodrigo Tolotti

Foto: reprodução

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou esta terça-feira (28) com alta de mais de 3% pelo segundo dia seguido (acumulando ganhos de 7,94%) e voltou ao patamar de 81 mil pontos pela primeira vez desde 13 de março, quando encerrou o pregão em 82.677 pontos.

O índice começou o dia seguindo o cenário externo, mas manteve os fortes ganhos mesmo após as bolsas de Nova York zerarem os ganhos durante a tarde.

Analistas apontam que o alívio na política e sinalizações do lado fiscal também ajudaram a manter o bom humor do mercado brasileiro nesta sessão. Durante a madrugada, foi publicado no Diário Oficial da União que o presidente Jair Bolsonaro nomeou o advogado André Mendonça ministro da Justiça.

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Com isso, o benchmark da bolsa fechou esta terça com ganhos de 3,93%, aos 81.312 pontos, com volume financeiro de R$ 26,678 bilhões.

Já o dólar comercial teve forte queda de 2,59%, cotado a R$ 5,5156 na compra e R$ 5,5172 na venda. O dólar futuro para maio, por sua vez, tem queda de 2,37%, para R$ 5,523.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 recuou 34 pontos-base, a 3,74%, enquanto o DI para janeiro de 2023 teve queda de 67 pontos, para 4,92%. O contrato para janeiro de 2025 caiu 81 pontos-base a 6,66%.

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Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 tiveram leves quedas, enquanto o Nasdaq recuou mais de 1%. Os mercados do petróleo ficaram voláteis, com o WTI chegando a cair 20% de madrugada, virando para ganhos de mais de 4%, mas fechando com perdas de cerca de 1%. O Brent, por sua vez, subiu 2,75%, a US$ 20,54.

Indicadores econômicos

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou na manhã de hoje que o Índice de Confiança nos Serviços no Brasil teve uma queda de 31,7 pontos em abril, despencando para 51,1 pontos.

Segundo a FGV, o índice de 51,1 pontos é o mais baixo desde julho de 2008, quando teve início a série histórica. A entidade aponta a epidemia do coronavírus, que levou a uma série de quarentenas que duram o mês inteiro, como a razão.

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Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, teve deflação de 0,01% em abril, em meio a queda dos preços dos combustíveis e tombo da atividade econômica.

Segundo o IBGE, foi a menor taxa para meses de abril desde 1995 e a primeira deflação desde dezembro de 2018 (-0,16%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,94% e, em 12 meses, a variação acumulada é de 2,92%, abaixo dos 3,67% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Política 

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou na noite de ontem a abertura de inquérito para investigar as declarações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, contra o presidente Jair Bolsonaro.

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A decisão de Celso de Mello atende a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. O objetivo é apurar se Bolsonaro cometeu crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução da Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) apontaram ao jornal O Estado de S. Paulo que, como Aras pediu ao STF a apuração do crime de denunciação caluniosa e contra a honra, o inquérito pode se voltar contra o ex-juiz e ex-ministro Moro, caso as investigações não confirmem as acusações contra Bolsonaro.

Já a pesquisa Datafolha diz que 48% dos brasileiros são contra a Câmara abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro, enquanto 45% apoiam a medida, segundo Folha. 38% avaliaram o governo Bolsonaro como “ruim/péssimo” versus 36% em 17 de abril; 33% disseram que o governo é “ótimo/bom” versus 30% em 17 de abril.

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Por fim, o Plenário da Câmara dos Deputados realiza sessão virtual nesta terça-feira, a partir das 14h30, para votar a chamada PEC do “orçamento de guerra”, que retornou do Senado com alterações.

Congelamento 

O governo federal congelou o Programa Pró-Brasil, pacote econômico de R$ 215 bilhões em obras públicas preparado pelos ministros militares, informa a Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal, a decisão foi um afago ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para evitar um novo desgaste após a saída do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Guedes afirmou ontem, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que os servidores públicos precisam dar sua cota de sacrifícios em meio à epidemia. “O funcionalismo não vai ficar em casa, trancado com geladeira cheia, assistindo à crise, enquanto milhões de brasileiros estão perdendo o emprego”, afirmou Guedes.

Noticiário corporativo

A Neoenergia informou na noite de ontem seus resultados do primeiro trimestre de 2020 e reportou um lucro líquido de R$ 577 milhões no período, em expansão de 17,3% sobre igual período do ano passado.

O grupo, que reúne quatro geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica do interior paulista (Elektro) ao Rio Grande do Norte (Cosern), informou que sua base de clientes ultrapassou 14 milhões.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
VVAR3 19.15456 9.02
CVCB3 14.72492 14.18
BBAS3 13.62398 29.19
AZUL4 13.39476 16
SMLS3 12.73381 15.67

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 -4.54545 9.03
SUZB3 -3.74065 38.6
PCAR3 -3.49791 67.04
RAIL3 -2.22545 20.21
CRFB3 -2.13612 19.7

Em outra notícia, a Companhia de Saneamento de São Paulo – Sabesp, informou que sua emissão de debêntures de R$ 1,45 bilhão recebeu nota “brAAA” da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P).

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.