Moody’s: preço do barril da cessão onerosa é neutro para crédito da Petrobras

Agência de classificação de risco prevê que valor de US$ 8,51 implique diluição dos minoritários e aumento da parcela do governo

Bruna Marques Cortez

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SÃO PAULO – As expectativas em torno do processo de capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4) não poderiam ser maiores, mas os primeiros passos rumo ao aumento de capital da petrolífera tiveram impacto neutro para o perfil de crédito da companhia, segundo a agência de classificação de riscos Moody’s Investors.

O acordo entre a Petrobras e União Federal para a fixação do valor do barril da cessão onerosa em US$ 8,51 não afeta o rating local A3 da companhia, tão pouco o rating de emissor em moeda estrangeira Baa1, comentou a agência em relatório.

A percepção da Moody’s é de que o valor das reservas resulte em uma diluição dos acionistas minoritários e no aumento da participação do governo federal no capital da Petrobras, dado o tamanho da oferta e dependendo do nível de participação dos investidores na oferta. “Os impactos de longo prazo (…) podem ser positivos para a qualidade de crédito da companhia”, disse. 

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Cenários
Se a operação correr conforme o esperado, a Petrobras aumentará em 5 bilhões de BOE (barris de óleo equivalente) suas atuais reservas. Com isso, o balanço da companhia seria impactado positivamente por grandes injeções de capital, redução da alavancagem e maior liquidez, avalia a Moody’s.

Mesmo que a operação fique um pouco aquém das expectativas, a Petrobras ainda teria saldo considerável em caixa, mas, segundo a Moody’s, “a questão principal neste cenário será como ajustará seu plano de capital no curto a médio prazo”.

“Nós acreditamos”
Demonstrando aparente confiança no sucesso da operação, a Moody’s afirmou: “Nós acreditamos que a Petrobras tem flexibilidade para gerenciar sua alavancagem, em linha com a escala, fluxo de caixa e expandir seu perfil de produção que são consistentes com seu atual rating e a base de avaliação de crédito”.

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A despeito do risco de quem nem todos os acionistas públicos participem da oferta, caso a Petrobras consiga levantar entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões, a empresa teria flexibilidade para reduzir sua dívida e financiar seu programa de investimentos, com menor dependência dos recursos disponíveis no mercado, pelo menos no curto prazo.