Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos à espera de discurso de Trump sobre retaliação do Irã

Pré-market demonstra o nervosismo dos mercados diante de um ataque iraniano a bases com militares americanos

Ricardo Bomfim

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos nesta quarta-feira (8) à espera do discurso do presidente americano Donald Trump. Ontem, Trump se comprometeu a falar nesta manhã para contar ao mundo quais serão os próximos passos dos Estados Unidos após o Irã bombardear duas bases iraquianas com a presença de militares americanos. Até lá, a cautela dita o tom nos mercados globais.

Às 9h05 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em fevereiro tinha leve alta de 0,09% a 117.175 pontos. Já o dólar futuro com o mesmo vencimento cai 0,04% a R$ 4,0715. No mercado de juros futuros, todos os contratos de DI operavam estáveis.

Na véspera, logo após o ataque, o petróleo chegou a disparar 4% e os futuros das bolsas americanas desabaram, mas o pânico foi momentaneamente dissipado depois de Trump afirmar pelo Twitter que “está tudo bem”.

Continua depois da publicidade

Já Teerã disse que não busca uma guerra, de modo que a avaliação predominante é de que os ataques do Irã parecem ter sido cuidadosamente calibrados para apaziguar a crescente raiva interna, enquanto dão a Trump a chance de evitar uma guerra que poderia devastar a região.

Não existem ainda informações sobre vítimas nos ataques, que duraram horas na chamada “Operação mártir Soleimani”.

O Irã também é destaque no noticiário após um Boeing 737 com destino à Ucrânia cair com 176 pessoas a bordo, sem que restassem sobreviventes. O chefe da Organização de Mitigação e Gerenciamento de Desastres de Teerã, Mansour Darajati, disse que as avaliações iniciais sugerem que o acidente foi causado por um problema técnico, informou a agência iraniana Irna.

Continua depois da publicidade

Fora as tensões no Oriente Médio, a guerra comercial volta a aparecer como preocupação. A China confirmou que vai enviar uma delegação aos EUA este mês, mas não há mais certeza de que o acordo comercial será assinado no dia 15 como estava previsto no cronograma oficial. O vice-ministro da Agricultura da China, Han Jun, disse que Pequim não aumentará sua cota anual de importação de grãos dos EUA, algo que fazia parte dos requisitos para a assinatura do acordo.

Entre os indicadores, o relatório ADP de emprego no setor privado americano sai às 10h15.

Por aqui, os investidores acompanham quais medidas o governo vai tomar para compensar o aumento dos combustíveis que a Petrobras terá que fazer por conta da alta nas cotações do petróleo. Apesar do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, ter descartado qualquer interferência política, o mercado segue receoso pelo histórico do Brasil neste sentido.

Continua depois da publicidade

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o Planalto já estuda há dois meses as alternativas para permitir que a Petrobras mantenha sua política de preços sem causar a ira dos caminhoneiros.

Noticiário corporativo

O Banco do Brasil fechou onze contratos de fianças bancárias com a Petrobras, no valor de R$ 698,6 milhões. Os contratos são para a petrolífera comprar capacidade de transporte de gás natural na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) em 2020 e 2021. Já a Cemig negou que queira vender, por enquanto, o restante da sua participação na sua subsidiária Taesa.

Ainda em destaque, o governo de São Paulo realiza leilão do lote de rodovias estaduais Piracicaba-Panorama (Pipa) na B3, às 9h. O certame, primeiro da administração do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), será um termômetro importante para medir o apetite dos investidores pelas estradas paulistas. No total, a concessão tem previsão de investimentos da ordem de R$ 14 bilhões em 30 anos.

Continua depois da publicidade

Invista melhor seu dinheiro. Abra uma conta na XP Investimentos clicando aqui

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.