Ibovespa Futuro cai com desdobramentos das tensões EUA-Irã e dados fracos da China

Pré-market reflete a pior no ambiente geopolítico internacional durante o fim de semana

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta segunda-feira (6) ainda repercutindo os desdobramentos das tensões no Oriente Médio, assim como dados fracos da economia chinesa.

Durante o fim de semana, o governo do Irã afirmou que não irá mais respeitar os termos do acordo nuclear de 2015 e que seu programa de enriquecimento de urânio não terá limites. Já os Estados Unidos destacaram que atacarão 52 alvos iranianos se houver retaliação do país persa à morte do general da Guarda Revolucionária, Qassem Soleimani, na semana passada.

Colocando mais lenha na fogueira, o Parlamento do Iraque aprovou uma medida que expulsa tropas estrangeiras do território do país, inclusive as americanas. O presidente Donald Trump reagiu e disse que irá impor sanções econômicas ao Iraque, “como eles nunca viram antes” caso o governo de Bagdá prossiga na medida de fechar as bases militares estrangeiras.

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Também no exterior, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China desacelerou a 52,5 pontos em dezembro, abaixo dos 53,5 pontos em novembro, mas ainda acima da mínima de 8 meses alcançada em outubro.

Às 9h13 (horário de Brasília), o contrato do Ibovespa Futuro com vencimento em fevereiro de 2020 caía 0,61%, a 117.630 pontos, enquanto o dólar futuro com o mesmo vencimento tem leve alta de 0,01%, a R$ 4,064.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 5,27%, enquanto o DI para janeiro de 2023 recua um ponto, a 5,80%, e o DI para janeiro de 2025 tem queda de dois pontos, a 6,43%.

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Entre os indicadores nacionais, a pesquisa Focus do Banco Central mostrou que o mercado agora projeta uma taxa básica de juros (Selic) maior para 2021, de 6,50% ao ano. No último Focus de 2019, a perspectiva era de que a Selic seria de 6,38% em 2021. Para 2020, a previsão do mercado para a Selic manteve-se inalterada em 4,50% ao ano, como na última pesquisa.

Já a projeção de inflação em 2019, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,17% para 4,20%. A previsão para os Produtos Internos Brutos (PIBs) de 2019, 2020 e 2021 não foram alteradas de uma semana para cá, mantendo-se, respectivamente, em expansão de 1,17%; 2,30%; e 2,50%.

A projeção do mercado para a taxa de câmbio mudou ligeiramente para 2020, de R$ 4,08 para R$ 4,09 por dólar americano. Para 2021, permaneceu inalterada em R$ 4 por dólar americano.

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Política 

O presidente Jair Bolsonaro liberou um valor recorde em emendas parlamentares em 2019, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira. No ano passado, foram desembolsados R$ 5,7 bilhões, mais do que os R$ 5,29 bilhões liberados em 2018 por Michel Temer.

Segundo a reportagem, na conturbada relação com o Congresso, Bolsonaro não deixou de atender a pedidos dos deputados federais para as suas bases nos Estados.

Noticiário corporativo

Na noite de sexta-feira (3), a Petrobras protocolou um comunicado na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, no qual informa que pretende vender 734 milhões de ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Essas ações correspondem a um valor de mercado de US$ 5,82 bilhões (R$ 23,5 bilhões). Não está claro quando a operação começa. Segundo informações publicadas ontem (5) no portal do Estadão, essas ações são do BNDES e o banco estatal pretende vender a sua participação na petrolífera.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.