Preço dos alimentos básicos podem mais que dobrar em 20 anos

Segundo ONG britânica, custo da alimentação vai subir até 180% em 2030 se líderes globais não realizarem reformas

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – Estudo da ONG britânica Oxfam aponta que preços de alimentos básicos podem mais que dobrar até 2030, caso os líderes mundiais não promovam reformas.

A organização afirma que o custo médio de colheitas consideradas essenciais para a alimentação da população global vai aumentar entre 120% e 180% nos próximos 20 anos, segundo matéria veiculada pela BBC Brasil.

Mudanças climáticas
O principal motivo do aumento dos preços será as mudanças climáticas e, por isso, a Oxfam acredita que é essencial que os líderes globais trabalhem para regularizar o mercado de commodities e busquem a criação de um fundo climático global.

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Para a executiva chefe da Oxfam, Barbara Stocking, o sistema de negociação de alimentos precisa ser reformulado para que seja possível lidar com os crescentes desafios relacionados às alterações de temperaturas ao redor do globo, o aumento no preço da comida, a falta de terras, água e energia.

Áreas já afetadas
Foram destacadas no relatório da ONG quatro áreas onde já existem dificuldades para alimentar os habitantes. Em primeiro lugar está a Guatemala, onde 850 mil pessoas são afetadas tanto por conta da falta dos investimentos estatais como pela alta dependência de alimentos importados.

A Índia também passa por dificuldades, e sua população gasta com comida cerca de duas vezes mais que um cidadão britânico – de forma proporcional ao salário que recebem. Azerbaijão e o Leste da África também são citados no estudo, ambos afetados pelas variações climáticas que vêm ocorrendo nos últimos anos.

Fome
Segundo Barbara Stocking, a situação no planeta é a seguinte, de cada sete pessoas, uma passa fome, apesar do mundo ser capaz de alimentar todas.

Essa realidade só poderá ser combatida caso haja mais transparência no mercado de commodities e regulamentação de mercados futuros, alerta o estudo. Ainda, é preciso buscar o fim das políticas que promovam biocombustíveis e realizar investimentos em cultivos familiares, em especial os comandados por mulheres.