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SÃO PAULO – O livro “Aventuras Empresariais”, de 1969 (Business Adventures, em inglês) de John Brooks é o livro preferido de Bill Gates. O bilionário reiterou recentemente em uma palestra que deu com sua esposa, Melina Gates, em nome da Fundação Bill&MelinaGates, que esse livro direcionou os rumos de sua carreira, segundo o site Reddit.
Em seu blog, Gates revelou que se apaixonou pelo livro, que conta sobre os fracassos de grandes empresas, na década de 90, quando ainda era CEO da Microsoft – hoje ele ocupa o cargo de presidente não-executivo.
“É certamente verdade que muitos dos detalhes dos negócios mudaram. Mas os fundamentos não. As idéias mais profundas de Brooks sobre negócios são tão relevantes hoje como eram na época em que escreveu”, disse Gates.
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Para Gates, Brooks fez um trabalho aprofundado sobre negócios. “Ele enquadra um problema, explora em profundidade, apresenta alguns personagens atraentes e mostra as consequências”, afirma o bilionário.
Confira algumas da lições que Gates leva consigo depois de ler o livro:
Os pioneiros precisam continuar a inovar
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No livro, o autor conta a história da Xerox Corporation, que desenvolveu a fotocopiadora, produto que mudou o modo como os escritórios funcionavam em todo mundo. Cinco anos depois a ideia deu certo e trouxe US$ 500 milhões em receita para a empresa.
A companhia, no entanto, se sentiu confortável com a boa fase liderando o mercado. E ficou para trás quando a concorrência começou a produzir as fotocopiadoras.
Isso para dizer que a empresa parou de inovar e, por isso, teve um prejuízo. “Eu sei que não sou o único em pensar que a decisão – de não inovar e não transformar o produto – como um erro por parte da Xerox”, disse Gates. “Decidi que não deixaria isso acontecer com a Microsoft”, complementou.
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Deixar o ego guiar os caminhos pode ser desastroso
Outra parte do livro – e uma das preferidas de Gates – conta a história do Ford Edsel, um lançamento da montadora Ford que tinha tudo para ser um carro revolucionário, mas ficou marcado como um dos grandes fracassos da indústria automobilística.
A Ford decidiu fazer uma pesquisa para desenvolver o carro e a equipe de designers fez um levantamento com sugestões do público e testaram idéias em grupos focais. No entanto, os executivos da marca não adotaram os resultados e decidiram fazer um carro que consideraram “perfeito para os americanos”.
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No entanto, o carro não agradou ao público e o mercado sofreu um revés inesperado com os consumidores comprando menos carros. Se a liderança da Ford agisse com mais cautela e evitasse apostar tanto no Edsel, provavelmente teria sido capaz de evitar a perda de US$ 350 milhões, segundo Gates. Isso para concluir que o trabalho em equipe e a pesquisa de mercado são importantes.
A falha é um aprendizado
Apesar dos incontáveis ??erros que a liderança da Ford fez com o Edsel, Brooks analisou o caso e viu que ninguém assumiu a culpa ou falou sobre o erro cometido. Segundo Gates, o livro mostra, como consequência, que aceitar o erro é uma forma de aprender e recomeçar de forma diferente, para evitar erros futuros.
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Os chefes devem se comunicar claramente com os seus funcionários
Outro tópico abordado por Brooks no livro é a comunicação entre pares e superiores que deve ser transparente e clara para um ambiente próspero de trabalho. Ele cita o escândalo de fixação de preços de 1961 entre 29 empresas de eletricidade. Ele investigou a General Electric e analisou a falta de comunicação para baixo e para cima da escala corporativa e como isso aprofundou o prejuízo da companhia.
Gates conta que quando era CEO sempre fez questão de conversar com os representantes dos setores da Microsoft e atualizar todos sobre o que estava acontecendo e ouvir o que eles tinham para dizer, para seguir essa linha de transparência.