Dia das Mulheres: quando o assunto é trabalho, o que festejar e o que melhorar?

Segundo especialistas ouvidos pelo Portal InfoMoney, questão da igualdade salarial com os homens ainda precisa melhorar

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (8), comemora-se o Dia Internacional das Mulheres. A data, muito lembrada por comerciantes e tema de campanhas publicitárias de entidades representativas de diversos setores da sociedade, é também um momento de reflexão.

Dessa forma, o portal InfoMoney foi ouvir especialistas em mercado de trabalho para saber o que, neste sentido, é possível comemorar neste 8 de março e o que ainda é necessário melhorar.

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De acordo com a palestrante especialista em mercado de trabalho e comportamento humano, Branca Barão, ao longo dos anos, as mulheres conquistaram seu espaço no mercado trabalho, deixando para trás a ideia de serem apenas boas donas de casa e mãe.

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Além disso, completa, cada vez mais, as mulheres têm assumido posições de liderança e atuam em carreiras antes tipicamente consideradas masculinas.

“É cada vez maior a presença feminina nas faculdades em cursos antes dominados por homens. Hoje, as mulheres já buscam trabalhar em algo em que possam se sentir realizadas, sem ceder a estereótipos (…) As mulheres também estão assumindo mais posições de liderança, com os homens gostando de ser liderados por mulheres”, diz Branca.

A headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, Renata Perrone, concorda e afirma que está mais fácil exercer a liderança com características femininas, ressaltando que as empresas estão apostando na diversidade.

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“Nas empresas de menor porte ainda percebe-se resistência à liderança feminina com características femininas, mas a tendência é que, em pouco tempo, isso diminua muito. Nas multinacionais e grandes empresas em geral, o que se vê é uma grande aposta na diversidade”, conclui Renata.

Neste sentido, acredita Branca, em um futuro próximo, veremos as empresas mais humanizadas, com as lideranças, inclusive as masculinas, refletindo a maior presença feminina no mercado de trabalho.

Melhoras
Ainda que as especialistas estejam otimistas quanto ao futuro do mercado de trabalho para as mulheres, ambas concordam que ainda há aspectos a melhorar.

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A questão da igualdade salarial com os homens é a principal questão, já que, explicam, muitas empresas ainda pagam menos para mulheres em relação a homens que ocupam a mesma posição, por acreditar que as mulheres, pela possibilidade da licença-maternidade, custam mais caro.

Para se ter uma ideia, dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) no início do mês mostram que, em 2009, os homens ainda ganhavam salários 46% maiores aos das mulheres em igual posição.

Tanto na avaliação de Branca como na de Renata, cabe às mulheres mudarem de postura e assim reverterem esta situação. “As profissionais não podem mais aceitar esta situação, precisam se colocar e exigir das empresas que sejam tratadas iguais aos homens”, finaliza Branca.