Mirae Asset planeja lançar 5 novos ETFs no mercado brasileiro a partir do ano que vem

Gestora de ativos mira pessoas físicas em um mercado que ainda não é tão explorado no Brasil

Ricardo Bomfim

O CEO da Mirae Asset Brasil, Jisang Yoo (Crédito: Giovana Leme/Mirae Asset)

Publicidade

SÃO PAULO – A Mirae Asset tem planos para lançar no Brasil, a partir do ano que vem, cinco ETFs – Exchange Traded Funds –, que são fundos passivos de índices comercializados como ações. Depois de ser a primeira gestora de recursos a lançar um ETF de renda fixa no mercado brasileiro, a aposta é em promover a diversificação.

Os cinco fundos que a empresa coreana tem planos para abrir no Brasil são: um ETF que acompanha o desempenho de ações de empresas globais de tecnologia de ponta (o Robotics and artificial intelligence ETF); um fundo de Super Dividendos, que segue o desempenho das 100 ações com os maiores dividend yields (dividendo dividido pelo preço das ações) no mundo; o terceiro é um ETF focado em empresas com alto grau de sustentabilidade e governança corporativa; o quarto busca exposição a companhias valorizadas pela geração millennial; e o quinto seria atrelado a um índice setorial ainda não definido.

Segundo Jisang Yoo, presidente da Mirae Asset Global Investments no Brasil, os planos de estruturação dos fundos serão colocados em prática – bem como as conversas com os órgãos reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – assim que houver certeza de que existe demanda para essas modalidades de investimento no Brasil.

Continua depois da publicidade

“Já existem diversos investidores brasileiros que criaram contas offshore para investir nos nossos ETFs. A ideia agora é levar esses produtos aos investidores locais sem que eles precisem ir para o exterior para investir”, explica Vitor Batista, chefe de vendas da Mirae Asset.

No Canadá, a Mirae tem um ETF ligado a maconha com mais de US$ 1 bilhão em ativos chamado Horizons Marijuana Life Sciences Index ETF. O fundo não está disponível para investimento dos brasileiros, mas faz muito sucesso entre os estrangeiros atualmente.

Diversificação

De acordo com Jisang Yoo, o momento atual de taxa de juros na mínima histórica no Brasil torna mais difícil para o investidor conseguir bons retornos sem tomar muito risco.

Continua depois da publicidade

“Antes, o investidor podia praticamente sem risco ganhar um juro real de 10% no Brasil, agora, ele ganha no máximo 2% ou 3% além da inflação. Esse nível de rendimento não é aceitável para qualquer tipo de investidor”, diz.

Fora isso, Yoo lembra que muitos fundos de investimento possuem taxas de administração mais taxas de performance na casa dos 1,5% ou 2%, o que pode eliminar completamente o ganho dos investidores. Esse problema, na visão do executivo, é mitigado nos ETFs, que possuem taxas em torno de 0,3%.

“É por isso que a diversificação será importante e as pessoas buscarão ações, imóveis e produtos internacionais”, avalia. Yoo entende que o mercado de ETFs se beneficia desse cenário, pois é um instrumento fácil de fazer e vender, com taxas de administração muito baixas.

Continua depois da publicidade

O executivo ressalta ainda que há muito espaço para crescer no mercado brasileiro, uma vez que há apenas 1 milhão de CPFs cadastrados na nossa Bolsa de Valores. “Nosso alvo são as pessoas físicas. Nós já temos o interesse dos grandes investidores institucionais, que são muito importantes para nós, mas por que não ir atrás do varejo agora?”, questiona.

Invista nos melhores ETFs do mercado: abra uma conta gratuita na XP

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.