Ibovespa sobe 1,3% em semana marcada por guerra comercial e balanços; dólar salta 2,5%

Bolsa opera com ganhos e se descola do exterior nos cinco dias que ainda tiveram a aprovação em segundo turno da reforma da Previdência

Ricardo Bomfim

Painel e gráfico de ações em um tablet (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta de 1,3% na semana que se encerrou nesta sexta-feira (9). Entre as ações que compõem o índice e que mais subiram nos últimos cinco dias encontram-se bancos como Itaú (+5%), que responde por 10% da carteira de 66 ações, e frigoríficos como BRF (+12,4%), cuja fatia é de 1,7%. 

Assim, a semana acabou ficando marcada pela preponderância do noticiário corporativo, que conseguiu ofuscar a guerra comercial entre Estados Unidos e China, principal razão por que o Dow Jones caiu 0,8% no período nos EUA. 

Nesta sexta, a Bolsa teve leve queda de 0,11% com volume financeiro negociado de R$ 17,058 bilhões. 

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Os resultados positivos novamente foram tudo o que segurou o Ibovespa diante da pressão do exterior. As bolsas norte-americanas recuaram entre 0,3% e 1%. 

Este desempenho negativo ocorreu porque, apesar do Banco do Povo da China (PBoC) novamente ter fixado a referência do câmbio em nível acima do esperado – 7,0136 yuans por dólar – as notícias de que os Estados Unidos estão segurando licenças à Huawei à medida que a China suspende a compra de grãos, reacendeu as preocupações globais. 

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA não estão prontos para fazer um acordo com a China e que não farão mais negócios com a empresa de tecnologia do país asiático. 

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Como consequência, o dólar comercial avançou 0,39% a R$ 3,9395 na compra e a R$ 3,942 na venda. Na semana, a moeda norte-americana teve ganhos de 2,56% sobre o real. O dólar futuro com vencimento em setembro sobe 0,52% a R$ 3,948. 

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 caiu três pontos-base a 5,38% e o DI para janeiro de 2023 registrava ganhos de um ponto-base a 6,35%.

Por aqui, o relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, Tasso Jereissati (PSDB), evitou confirmar que o texto aprovado na Câmara dos Deputados teria maioria no plenário do Senado, mas comentou que o “ânimo é francamente pró”.

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Já a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), avalia, no seu “achismo”, que haveria 49 votos pró-reforma dentro do Senado – o mínimo necessário para aprovação.

Noticiário Corporativo

O Valor Econômico traz entrevista com ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em que garante que o governo vai perder o controle da Eletrobras.

Segundo a publicação, essa é a primeira vez que o ministro reconheceu que a capitalização será acompanhada de perda de posição majoritária da União. O desenho da privatização, ainda em segredo, terá sete etapas, envolvendo Congresso, Tribunal de Contas da União e, por fim, a capitalização.

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A Rede D’Or São Luiz anunciou a compra de cerca de 10% das ações ordinárias da Qualicorp (QUAL3), pertencentes ao fundador da companhia, José Seripieri Filho, mais conhecido como Júnior.

Até a conclusão da operação, o executivo permanecerá como CEO e membro do conselho da companhia. Depois disso, deixará a administração da Qualicorp e seguirá, como acionista indireto, detendo ações representativas de cerca de 9,9% do capital da empresa.

Entre os balanços divulgados destaque para a B3 (B3SA3), que registrou um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 654,8 milhões no segundo trimestre, uma queda de 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda ocorreu por conta das despesas relacionadas à alta do preço da ação, com encargos sociais, trabalhistas e provisões.

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Já a produtora de celulose Suzano (SUZB3) teve lucro líquido de R$ 700 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de mais de R$ 2 bilhões de um ano antes. Além do balanço, a Suzano divulgou uma redução em sua projeção de investimento em 2019, que passou de R$ 6,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões.

Já CVC (CVCB3) teve prejuízo por conta da crise da Avianca, mas no resultado ajustado teve lucro 16,9% maior, a R$ 41,1 milhões.

Entre as concessionárias, a CCR (CCRO3) registrou lucro líquido de R$ 347,7 milhões, alta de 25,1% sobre o mesmo período de 2018. A Triunfo, por sua vez, teve uma piora de 155% no prejuízo, que subiu a R$ 103 milhões.

Entre as construtoras, a MRV (MRVE3) teve lucro de R$ 190 milhões (+15%); Cyrela (CYRE3) lucrou R$ 114 milhões, revertendo prejuízo de R$ 28 milhões um ano antes; enquanto a Tecnisa (TCSA3) viu seu prejuízo subir 67,9%, para R$ 144,140 milhões, e a Tenda ampliar em 41% seu lucro, para R$ 73 milhões.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.