Ibovespa sobe e dólar cai seguindo ânimo do exterior com Trump diminuindo o tom contra China

Presidente americano amenizou o tom na disputa com os chineses,  o que impulsiona as bolsas lá fora e também aqui no Brasil.

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os investidores têm um “respiro” após a forte queda do Ibovespa na semana passada, notoriamente na sexta-feira, em meio às farpas entre EUA e China com a guerra comercial cada vez mais perto de ser deflagrada. Nesta segunda-feira (26), contudo, o maior ânimo ocorre justamente após Donald Trump, presidente dos EUA, amenizar o tom na disputa com os chineses, o que impulsiona as bolsas lá fora e também aqui no Brasil.

Às 10h10 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,79%, a 98.435 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em setembro tinha leve queda de 0,15%, a R$ 4,117. O dólar comercial, por sua vez, registra um movimento mais forte, com queda de 0,34%, a R$ 4,1106 na venda. 

Boa parte desse movimento mais positivo ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer durante reunião do G7 que as perspectivas de um acordo com a China são melhores agora do que em qualquer momento desde que as negociações começaram no ano passado. 

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Ainda sobre o G7, Trump disse ontem à noite que a China ligou para o pessoal do comércio dos EUA. Ele também elogiou o presidente Xi Jinping como um “grande líder”. 

Vale ressaltar que, na sexta-feira, a retaliação da China a uma elevação tarifária anterior nos EUA levou a outro anúncio de aumento por Trump, que disse que as tarifas existentes de 25% sobre cerca de US$ 250 bilhões em importações da China aumentariam para 30% em 1º de outubro.

Também na reunião das sete maiores economias do mundo, os Chefes de Estado e governos dos países acordaram sobre o envio de ajuda aos países afetados pelos incêndios na Região Amazônica “o mais rápido possível”, conforme declarou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

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Segundo ele, os líderes do G7 se aproximam de um consenso sobre como ajudar a extinguir o fogo e a reparar os danos resultantes, com mecanismos apropriados, tanto técnicos quanto financeiros, mas que “tudo depende dos países da Amazônia”, sem que haja comprometimento da soberania.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ainda que o reflorestamento será discutido com o Brasil quando os incêndios diminuírem. Macron colocou os incêndios amazônicos no topo da agenda do encontro, após declará-los emergência global.

O meio ambiente é uma das questões abordadas pela pesquisa CNT/MDA a ser divulgada nesta manhã, que fará medição da popularidade do governo de Jair Bolsonaro e também vai revelar em quais áreas o presidente tem tido o melhor e o pior desempenho. 

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A sessão é de leve queda no mercado de juros futuros. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 tem baixa de 3 pontos-base, a 5,41%, enquanto o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2023 tem baixa de 1 ponto-base, para 6,43%. 

Vale ressaltar que, o relatório Focus fez ajustes baixistas para o IPCA: a mediana para a inflação em 2019 passou de 3,71% para 3,65% e, na mesma direção, para 2020 caiu de 3,90% para 3,85%. Já a projeção para a taxa Selic foi mantida em 5,00%, em 2019, e passou de 5,50% para 5,25%, em 2020.

No mercado de câmbio, o Banco Central estende  a sua nova estratégia de intervenção ao longo de setembro e pode vender mais US$ 11,6 bilhões das reservas. O BC anunciou na noite de sexta que fará leilões de dólar à vista conjugados com swap reverso de 2 a 27 de setembro, para rolar vencimentos de 1º de novembro. Hoje, BC oferta até US$ 550 milhões à vista em conjunto com swap. Na sexta-feira, o dólar fechou acima de R$ 4,12, no maior nível desde antes da eleição. 

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Para o PIB, o mercado espera menor crescimento: a mediana das expectativas para o final deste ano passou de 0,83% para 0,80%, enquanto foi reduzida de 2,20% para 2,10% em 2020.

Já para o real, o mercado espera um nível ligeiramente mais depreciado neste ano: a mediana para o dólar passou de R$ 3,78 para R$ 3,80, mas permaneceu em R$ 3,81, para 2020. 

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Noticiário corporativo

Em destaque, as ações da Petrobras registra ganhos em meio à alta do petróleo com as melhores perspectivas para um acordo EUA-China e também após o grupo liderado pela brasileira Itaúsa Investimentos oferecer cerca de R$ 3,5 bilhões (US$ 850 milhões) à distribuidora de gás de botijão da Petrobras, segundo a Bloomberg.

A Petrobras, em comunicado, havia informado apenas que a Itaúsa, holding das famílias Setubal e Villela, em consórcio com a Copagaz Distribuidora de Gás e a Nacional Gás Butano, ofereceu a maior oferta pela Liquigás Distribuidora.

Outros concorrentes da Itaúsa incluíram um grupo liderado pela Mubadala Investment e outro capitaneado pela distribuidora holandesa de gás SHV Holdings. A Petrobras esperava que os lances chegassem a R$ 2,8 bilhões, disseram fontes anteriormente. 

Já a Eletrobras concluiu a venda para a Ventus Holding de Energia Eólica (J. Malucelli Gerenciadora de Projetos e Análise de Riscos) de participações em empreendimentos pelo valor de R$ 178,2 milhões.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1 Links
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 34,77 +2,93 +54,48 16,01M  
 YDUQ3 YDUQS PART ON 31,45 +2,18 +35,52 1,05M  
 JBSS3 JBS ON 28,25 +2,17 +143,77 8,87M  
 GOLL4 GOL PN N2 34,03 +1,89 +35,58 4,64M  
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 32,77 +1,80 +24,82 3,22M  

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1 Links
 HYPE3 HYPERA ON 31,00 -0,83 +4,49 810,62K  
 QUAL3 QUALICORP ON 29,50 -0,67 +135,62 2,62M  
 EQTL3 EQUATORIAL ON 94,26 -0,59 +27,90 2,08M  
 IRBR3 IRBBRASIL REON 100,03 -0,47 +22,97 3,48M  
 EGIE3 ENGIE BRASILON 43,55 -0,41 +32,18 1,44M  

 

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.