Guedes refuta ideia de democracia em risco e destaca avanços na economia: “dá um tempinho para a gente”

Ministro da Economia, que discursou no 10º Fórum Liberdade e Democracia realizado pelo IFL, em Belo Horizonte, ainda apontou metas para o segundo semestre deste ano e planos de privatização

Equipe InfoMoney

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou no 10º Fórum Liberdade e Democracia realizado pelo IFL, em Belo Horizonte, que tem havido críticas aos resultados da política econômica até agora. Contudo, ressaltou que vê avanços desde a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao poder.

“Reclamar que em cinco, seis meses, não houve entrega, que o Brasil não está crescendo. Nós estamos tentando reanimar a baleia. Dá um tempinho para a gente. Ficaram furando a baleia por 40 anos”, disse, ao fazer analogia do animal com a economia brasileira.

De acordo com o ministro, a economia já está “começando a andar mais rápido neste semestre” e ano que vem “vai andar mais rápido ainda”. “Dá um tempo, um apoio”, pediu.

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Ele voltou a esboçar um quadro de recuperação econômica. “O primeiro ano é de sacrifício. No segundo, a economia está se movendo melhor. No terceiro, decolar. E no quarto estará em velocidade de cruzeiro”, argumentou. “Estamos absolutamente seguros que estamos fazendo a coisa certa.”

Guedes disse ainda que o Congresso é parceiro nas reformas e que elas estão “começando a andar”. Ele ressaltou também que a equipe não quer “cair no erro da Argentina”, que optou pelo gradualismo no processo de ajuste.

Imediatamente, porém, ele evitou continuar as críticas à economia do país vizinho. “Quando falei de outro país da outra vez, andei falando besteira, fiz comentários inadequados”, afirmou, ao fazer uma alusão aos comentários que fez sobre a primeira-dama da França, Brigitte Macron.

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“Democracia não está em risco”
Guedes ainda destacou que, em nenhum momento, a “democracia brasileira esteve em risco”, como vem sendo ventilado por muitos setores da sociedade com a chegada de Bolsonaro ao poder. 

“Aí começam a dizer que a democracia está em risco. Tá em risco por quê? Só pode ganhar um lado?”, disse. Ele argumentou que o Brasil está assistindo a um “épico de desenvolvimento institucional”, com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em funcionamento.

Para o ministro, o Brasil vive uma “democracia vibrante, que antigamente só pulava na perna esquerda”. “Como podem dizer que reduziu o espaço democrático? Ampliou”, defendeu.

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Ao pedir apoio às reformas, o ministro foi irônico com os oposicionistas. “Deixa a gente consertar um pouco para quando você voltar poder gastar um pouco”, disse. “Agora espera quatro anos, depois toca a buzina. Deixem os caras governarem um pouco”, acrescentou

Privatização virá com força

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o secretário de Desestatização, Salim Mattar, está debruçado em um programa de privatização que “virá com força” no ano que vem. “É o Salim em grande estilo”, disse o ministro.

O ministro, porém, não deu detalhes do processo de privatizações. Ao comentar as perspectivas para os próximos meses, Guedes garantiu que virá uma reforma do saneamento, com o apoio do BNDES. “O BNDES vai ser de saneamento”, afirmou. “Em vez de financiar campeão nacional, o BNDES tinha de estar dando dinheiro para o saneamento”, continuou.

Na sua fala, que durou mais de uma hora, Guedes ressaltou outros feitos econômicos. Ao comentar sobre os efeitos das reformas, ele comemorou a redução dos juros no Brasil. “Os juros estão descendo, estão em 5,5%. E vão continuar descendo”, opinou.

Ele citou ainda conversas sobre acordos comerciais com os Estados Unidos, o Canadá e a Coreia do Sul.

Guedes falou ainda de outras mudanças na administração federal, não somente na área econômica. “O governo diminuiu criminalidade. O desmatamento está abaixo da média dos últimos 15 anos”, disse.

Reforma tributária
Ele também apontou que o governo vai acelerar nos próximos dias os estudos para a reforma tributária. “Semana que vem a gente já começa a entrar com a nossa proposta tributária”, garantiu. 

Ao comentar o tema, ele citou, sem grandes detalhes, o processo de demissão de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal. Na fala de mais de uma hora, Guedes reconheceu que, após a Previdência, o governo gostaria de tratar do pacto federativo com o Congresso, mas os parlamentares estavam dispostos a debater no momento a reforma tributária.

“Tem uma questão de timing político. Tive de recuar e fazer a tributária”, afirmou. Ao defender o pacto federativo, o ministro voltou a dizer que a proposta é “desindexar e desvincular” recursos, para que o dinheiro vá “para onde o povo está”. “Temos de devolver os orçamentos públicos para a classe política. É preciso descarimbar o dinheiro público”, afirmou. 

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