Paim pode trocar reajuste do mínimo por política de reajuste dos aposentados

O senador negou que tenha mudado de ideia por ter sido "enquadrado" pelo PT. "A mim ninguém enquadra", disse Paim

Publicidade

SÃO PAULO – Na última semana, o senador Paulo Paim (PT-RS), havia anunciado que iria propor uma antecipação de R$ 15 do reajuste do salário mínimo de 2012, para que o piso salarial deste ano atingisse o valor pedido pelas centrais sindicais, de R$ 560.

No entanto, nesta segunda-feira (21), o senador afirmou que irá “conversar com a bancada e com os ministros” para negociar a troca da emenda por um debate sobre a política de reajuste para os aposentados e uma proposta de fim do fator previdenciário.

“Todo trabalhador sabe que é muito mais importante para ele avançar uma política permanente para os aposentados do que uma antecipação de R$ 0,50 por dia no salário mínimo”, afirmou Paim, segundo a Agência Brasil.

Continua depois da publicidade

O senador negou que mudou de ideia por ter sido “enquadrado” pelo PT. Na semana passada, o líder do partido, Humberto Costa (PT-PE), avisou que iria cobrar “reciprocidade” dos colegas de partido e que faria de tudo para derrubar as emendas que surgissem na base aliada, antes de serem apresentadas.

“Todos me conhecem, a mim ninguém enquadra. Se eu reconheço que essa política [de reajuste do mínimo] é boa, eu não quero alterar essa política”, afirmou o senador.

Emendas
Também nesta segunda, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), protocolou duas emendas ao projeto de lei que reajusta o salário mínimo. A primeira prevê um valor de R$ 600.

Continua depois da publicidade

“A apresentação desta emenda pretende manter coerência com a posição do PSDB durante a campanha presidencial de 2010. A proposta de R$ 600 é factível, realista e, mais que isso, explícita de onde os recursos podem vir. Basta um mínimo esforço de reengenharia orçamentária. As fontes de financiamento vão desde cortes de despesas de custeio à reestimativa de receitas, como impostos e contribuições”, afirmou Dias.

Já a segunda emenda veda a possibilidade de fixação do valor do mínimo por decreto presidencial, com o argumento de que a Constituição Federal determina que o salário mínimo seja fixado em lei.

“O reajuste via decreto é um dispositivo flagrantemente inconstitucional e uma afronta às prerrogativas do Parlamento brasileiro”, disse Dias.