Márcio Appel vê momento “singular” e reduz risco de fundos como nunca tinha feito

Carteiras foram calibradas para os menores patamares de risco desde a criação da Adam Capital

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – O badalado gestor Márcio Appel, da Adam Capital, é conhecido por seus resultados consistentes no longo prazo, mas sempre com uma dose de volatilidade. Os acontecimentos dos últimos meses, no entanto, fizeram o supergestor segurar a mão e fugir do risco em meio a muitas incertezas com Brasil e outros mercados globais onde tem posições. Após uma queda de  2,95% em maio e 2,63% em junho no fundo Adam Macro, Appel explicou a tomada de decisão.

“O ambiente externo foi menos favorável para os mercados emergentes com o fortalecimento do dólar, o debate comercial entre EUA e China, aliados à frustração com o ritmo de crescimento doméstico e consolidação das incertezas político-eleitorais sacudiram as ‘peças do jogo'”, diz a carta mensal aos cotistas do fundo. Tudo isso gerou impactos negativos nas cotas.

“A neutralização da carteira do ponto de vista direcional, assim como o aumento da preferência por ativos internacionais vieram da percepção de que a indefinição é abrangente”, explica a carta aos investidores. “E nesse contexto, as carteiras foram calibradas para, neste momento singular, os menores patamares de risco desde a criação da Adam Capital”. 

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Mesmo com a forte queda dos últimos meses, o fundo mantém uma rentabilidade histórica de 35,38%, ou 148% do CDI, desde a abertura, em maio de 2016. Historicamente, o fundo apresentou 6 meses negativos, no total, e 20 meses positivos – sendo 17 acima do CDI.

Foram levados em conta em conta a expansão econômica dos EUA, que, no entendimento dos gestores, pode estar no fim de um ciclo; a greve dos caminhoneiros e seus impactos nacionalmente; o iminente encerramento do programa de compra de ativos pelo BCE, entre outros fatores.

Com tudo isto, o relatório do Adam não fornece expectativa de retomada do viés positivo com Brasil – ou sequer com o mercado internacional. “Ao que nos parece, ambiguidade é o nome do jogo”, escreve a gestão. “Entendemos que oportunidades importantes de investimentos podem estar à frente, e por isto manteremos as posições reduzidas até que tenhamos mais clareza do panorama”, conclui.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney