Ações do Santander sofrem na Bovespa com rumor de perda milionária

Banco teria feito empréstimos a empresas que agora enfrentam dificuldades de pagamento

João Sandrini

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SÃO PAULO – As ações do Santander Brasil estão sob pressão na BM&FBovespa devido a um rumor de que a instituição financeira apresentará perdas milionárias na carteira de crédito a grandes empresas. O boato que circulou nesta terça-feira (10) em tesourarias de bancos e mesas de operação de grandes fundos de investimento era de que três companhias em dificuldade não teriam conseguido pagar empréstimos de R$ 500 milhões ao banco. As perdas seriam integralmente lançadas no balanço do Santander do segundo trimestre, que está programado para sair no próximo dia 26.

Procurado, o Santander afirmou que não pode comentar as informações porque está em período de silêncio devido à proximidade da divulgação do balanço.

No pregão desta terça-feira, as ações mais negociadas do Santander (SANB11) caíram 9,7% e tiveram o terceiro pior desempenho do Ibovespa, atrás apenas da PDG (PDGR3) e B2W (BTOW3). Às 11h38 desta quarta, os papéis avançavam 0,57%, para R$ 14,11.

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Como empréstimos a grandes empresas geralmente são rateados entre diferentes bancos com o objetivo de reduzir o risco de cada um, também circulou no mercado a informação de que o Itaú poderia sofrer perdas de crédito com as mesmas empresas. As ações mais negociadas do Itaú (ITUB4) caíram 4,48% nesta terça-feira enquanto os papéis da Itaúsa (ITSA4) perderam 5,35%. Os papéis também se recuperam nesta quarta, com altas superiores a 1%. O banco também não comentou a informação. Já o Bradesco (BBDC4), que esteve imune aos boatos, caiu só 1,95% nesta terça-feira.

Nos últimos meses, as ações dos bancos brasileiros foram pressionadas pelo aumento da inadimplência principalmente no segmento de pessoas físicas. Os bancos Votorantim (que tem como sócio o Banco do Brasil) e Itaú estão entre os que divulgaram perdas crescentes no segmento de crédito para a compra de veículos. De forma geral, os bancos adotaram uma postura mais conservadora nos últimos meses e têm exigido mais garantias na liberação de empréstimos para a aquisição de automóveis.