“Estão quebrando a Petrobras”, diz presidente da Abimaq

Para ele, isso é culpa de como o governo trata a companhia, como um de seus braços e não uma companhia soberana em busca de lucro e expansão dos negócios

Felipe Moreno

Publicidade

SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) não vive dias muito agradáveis na BM&FBovespa. A empresa já perdeu R$ 52 bilhões de valor de mercado desde o pico que se formou e apresentou queda superior à 10%, após o último reajuste de gasolina. 

Para José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos), isso é culpa de como o governo trata a companhia, como um de seus braços e não uma companhia soberana em busca de lucro e expansão dos negócios. “Estão quebrando a Petrobras e toda a cadeia de fornecedores está sendo prejudicada”, alertou. 

“O maior problema da Petrobras é que o presidente do conselho é o ministro da Fazenda”, disse em evento da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), reportou a Agência Estado. Para ele, a combinação dos dois cargos na mesma pessoa não condiz com o que se espera do ministro da Fazenda e do presidente do conselho de administração.

Continua depois da publicidade

Se o primeiro tem como objetivo a formulação de política econômica, o segundo precisa garantir o lucro de sua empresa. Não seria portanto à saída de Mantega dos cargos que atrapalha – e sim a junção dos cargos em uma única pessoa. É isso que fez com que a política de precificação de preços ficasse tão incerta, salienta. 

Além disso, ele destacou que Graças Foster foi “inábil” ao divulgar antecipadamente que uma política de preços seria divulgada – sem que ela, de fato, já estivesse bastante costurada. “A presidente da Petrobras foi inábil em prever gatilho para a gasolina”, finalizou.