Descrença com reajuste: Petrobras PN cai 6,3% e tem pior pregão desde junho de 2012

Forte pressão negativa levou os papéis aos patamares mais baixos desde 28/10, pregão seguinte ao anúncio da estatal sobre nova metodologia de reajuste dos preços dos combustíveis

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) seguiu em forte queda na Bovespa no pregão desta terça-feira (26), depois que uma reportagem da Folha de S. Paulo trouxe que a presidente Dilma Rousseff resiste em autorizar uma fórmula de reajuste automático para gasolina e diesel defendida para a empresa. As ações ordinárias da estatal encerraram a sessão em queda de 6,43%, sendo cotadas a R$ 18,20, enquanto as preferenciais registraram desvalorização de 6,29%, a R$ 19,08. Essa é a maior queda da ON desde 5 de fevereiro deste ano, quando o papel caiu 8,29%, e a mais acentuada dos papéis PNs desde 25 de junho de 2012, quando recuaram 8,95%

A forte pressão negativa levou os papéis aos patamares mais baixos desde 28 de outubro, pregão seguinte ao anúncio da estatal sobre a nova metodologia de reajuste dos preços dos combustíveis proposta pela diretora da empresa.

Com esse desempenho, os papéis da Petrobras já perderam mais da metade do movimento conquistado depois do anúncio, feito em conjunto com o resultado do terceiro trimestre, em 25 de outubro. Primeiramente, a leitura do mercado foi extremamente positiva, levando os papéis a atingirem alta de mais de 17%. Mas, do dia 18 de novembro para cá, diversas declarações do governo têm mexido com o humor dos investidores, que temem pelo “mais do mesmo”, ou seja, reajustes atrelados aos ânimos do governo. 

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O governo vem se esquivando de dar o aval à nova fórmula de reajuste, com temor de perder o controle sobre prazo e magnitude das remarcações dos preços dos combustíveis, seu impacto sobre a inflação e eventual espraiamento das mesmas condições para outros setores.

O assunto do reajuste é crítico para a estatal. No última semana, a empresa adiou para a próxima sexta-feira (29) a reunião do conselho de administração da empresa que deve discutir o assunto. Analistas do Itaú BBA já falam de um segundo adiamento da reunião para dia 6 de dezembro (data que será divulgado o IPCA). 

A situação piorou hoje, após declarações dadas pelo ministro da Fazenda e presidente do conselho de administração, Guido Mantega. Ele afirmou que ainda está sendo amadurecida uma modalidade, e não uma fórmula, para eventual reajuste dos combustíveis. Ele também afirmou que a decisão não pode ser tomada de improviso.