Petrobras lucra R$ 5,68 bi no tri; nova contabilidade “salva” R$ 7,9 bi

No mesmo período do ano passado, companhia havia tido prejuízo de R$ 1,34 bilhão; lucro líquido atribuído aos acionistas atingiu R$ 6,2 bilhões

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3PETR4) registrou lucro líquido de R$ 5,68 bilhões no segundo trimestre de 2013 – revertendo um prejuízo de R$ 1,87 bilhão que havia sido resistrado no mesmo período do ano passado. O resultado da estatal veio acima das projeções compiladas pelo Portal InfoMoney, que era de lucro líquido de R$ 4,7 bilhões no trimestre. O lucro líquido atribuído aos acionistas atingiu R$ 6,2 bilhões. 

“Faço questão de aqui reiterar a confiança desta diretoria executiva em nossas equipes técnicas, e por isso afirmo que nossas perspectivas de crescimento são exequíveis no curto prazo”, destaca Maria das Graças Foster, presidente da companhia. Ela salienta que a companhia já superou inúmeros desafios em 2013 e está convicta que atingirá as metas e objetivos do PNG 2013-2017. 

Receita e geração operacional de caixa
O resultado foi “salvo” pela nova contabilidade de hedge para se proteger de exportações futuras, que evitou a redução em R$ 7,98 bilhões. A companhia mostrou uma despesa financeira líquida de R$ 3,55 bilhões, devido à depreciação cambial sobre o endividamento líquido – já que houve uma depreciação de 10% do real frente ao dólar. 

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A receita de vendas da petrolífera no trimestre ficou em R$ 73,62 bilhões, superando em cerca de 8% o montante visto no mesmo período de 2012. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado ficou em R$ 18,09 bilhões, mostrando alta de 70,69% em relação ao mesmo período do ano passado, quando essa linha atingiu os R$ 10,60 bilhões. 

Resultado por segmento
A empresa mostrou resultados distintos em seus seis segmentos – E&P (Exploração e Produção), Abastecimento, Biocombustível, Gás & Energia, Distribuição e Internacional. Enquanto quatro deles apresentaram resultados melhores frente ao ano passado, outros deles segmentos mostraram números piores.

O principal segmento da companhia, o de E&P (Exploração e Produção) teve ganhos líquidos de R$ 8,90 bilhões no trimestre, o que corresponde a uma queda de 16,53% frente ao período similar em 2012. “A redução do lucro líquido decorreu dos menores preços de venda/transferência do petróleo nacional, refletindo a redução das commodities no mercado internacional”, comunica a companhia. 

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Já a produção nacional no segunda quarto do ano teve leve queda de 0,51% para 2,32 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Em relação ao ano passado, o “a produção de petróleo e gás natural reduziu em função do maior número de paradas, da saída das plataformas SS-11 e P-34, além do declínio natural dos poços”, destaca a companhia. 

Abastecimento
A área de abastecimento mostrou uma grande melhora. O resultado negativo de R$ 2,51 bilhões representa uma melhora de 64,21%  frente os R$ 7,03 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Isso é decorrência dos reajustes nos preços do diesel e gasolina no mercado interno em janeiro e março, além da menor participação de derivados importados no mix de vendas. 

É válido destacar que as importações de petróleo e derivados caíram 2,21% atingindo 708 mil barris diários. A exportação caiu 35,20% passando de 554 mil barris para 359 mil barris por dia. “Menores importações de derivados devido ao aumento da produção e maior importação de petróleo em função do aumento da produção nas refinarias”, salienta a companhia. 

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Gás & Energia, Biocombustíveis, distribuição e internacional
No segmento de Gás & Energia, houve um avanço de 569% no resultado líquido, chegando a R$ 576 milhões. Isso se deve a maior geração e melhores preços médios, como consequência do menor nível dos reservatórios. 

No segmento de biocombustível, o resultado líquido negativo de R$ 74 milhões no segunda trimestre deste ano é uma redução de 34,51% perto dos R$ 113 milhões negativos no mesmo período em 2012. Houve redução das margens brutas das operações de biodiesel. 

Por fim, a área de distribuição fechou o primeiro trimestre de 2013 com um lucro líquido de R$ 459 milhões, queda de 2,75%. “Apesar do maior volume de vendas, as menores margens médias de comercialização de combustíveis determinaram a redução do lucro líquido”, finaliza a companhia. 

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Enquanto isso, a área internacional da companhia mostrou um resultado líquido de R$ 1,96 bilhão – uma melhora muito expressiva frente os R$ 42 milhões do mesmo período no passado. Isso ocorreu por conta dos ganhos líquidos provenientes da venda de 50% dos ativos na África, os R$ 1,90 bilhões.