Petrobras anuncia JV com BTG e venda de ativos; ações sobem no after com volume

Ganhos elevados no after-market costumam preceder altas nos pregões regulares, já que alguns investidores aproveitam o after para montar posição depois de boas notícias

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) sobem no after-market da BM&FBovespa nesta sexta-feira (14), após a companhia formar uma joint venture com o BTG Pactual (BBTG11) para exploração e produção de óleo e gás na África, e vender ativos de energia elétrica para a Cemig (CMIG4), por R$ 650 milhões. 

As ações preferenciais tem ganhos de 1,83%, aos R$ 18,39 por volta das 19h05 (horário de Brasília), com um volume de cerca de R$ 7 milhões – muito acima da média do after-market. Enquanto isso, as ordinárias sobem 1,21%, para R$ 16,73 – também com volume muito acima da média. As ações estão limitadas à altas de 2% – que no caso das preferenciais a levaria para no máximo R$ 18,42. 

Ganhos elevados no after-market costumam preceder altas nos pregões regulares, já que alguns investidores aproveitam o after para montar posição depois de boas notícias. Pela baixa liquidez – raros são os dias em que os ativos mais líquidos batem liquidez de R$ 1 milhão -, a BM&FBovespa limita o movimento a 2% para cima e para baixo, de forma a não permitir a manipulação do mercado. 

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JV com BTG
A celebração da joint venture foi feita através da Petrobras International Braspetro, controlada da petrolífera e será feita através da aquisição, pelo BTG Pactual e seus clientes através do Veículo BTG Pactual, de 50% das ações de emissão da Petrobras Oil & Gas B.V., atualmente integralmente detida pela PIBBV, pelo valor total de US$ 1,525 bilhão.

No início de junho, já havia rumores de que uma operação do tipo pudesse ser anunciada em breve. O BTG Pactual ainda não possuía nenhuma operação de petróleo, embora seja parceira da EBX, que possui a petrolífera OGX Petróleo (OGXP3). 

De acordo com as duas companhias, “a parceria entre a Petrobras e o BTG Pactual representa uma promissora oportunidade de investimento em E&P – Exploração e Produção – na África e será o veículo preferencial para novos investimentos dessa natureza em tal continente”.

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A operação envolverá, uma vez concluída a reorganização societária ora em fase de implementação, as sucursais localizadas em Angola, Benin, Gabão e Namíbia, assim como as subsidiárias Brasoil Oil Services Company Ltd., Petroleo Brasileiro Nigeria Ltd. e Petrobras Tanzania Ltd.

De acordo com o BTG Pactual, “a operação representa um passo na geração de oportunidades de investimento no continente africano e no segmento de óleo e gás, em linha com a estratégia de crescimento de suas atividades de gestão de recursos e investimentos, assim como também manifesta a contínua expansão e diversificação do portfólio de produtos disponíveis para seus acionistas e clientes”.

Venda de ativos de energia
Além disso, a companhia assinou um contrato de compra e venda com a Cemig da totalidade da participação acionária detida na Brasil PCH. A fatia para pela Cemig, equivalente a 49% do capital votante, é de R$ 650 milhões, a ser ajustado na forma do contrato de compra e venda de ações.

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No último dia 5, a companhia de energia mineira já havia manifestado, em comunicado ao mercado, a intenção de comprar a participação detida pela Petrobras na empresa. A Brasil PCH é formada pela associação da Petrobras, Eletroriver, BSB Energética, Araguaia Centrais Elétricas e JOBELPAA, e possui 13 pequenas centrais hidrelétricas que são controladas pela PCH Participações, uma subsidiária integral da empresa. 

A operação, que faz parte do Programa de Desinvestimentos da Companhia, foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras e da Cemig. Contudo, a conclusão se encontra pendente, dentre outras condições precedentes, da aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)e a anuência da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Os acionistas detentores de ações ordinárias da Brasil PCH poderão exercer o direito de preferência ou o direito de venda conjunta – “tag along” -, no prazo máximo de 45 dias.