3 investimentos ruins e um péssimo produto que quase todo mundo já teve na conta

Embora seja um ótimo caminho, investir nem sempre é fácil e as pessoas podem cair em armadilhas   

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Investir é a melhor forma de conquistar sonhos e a tão desejada independência financeira. Embora seja um ótimo caminho, nem sempre é fácil e as pessoas podem cair em armadilhas, fazendo escolhas de aplicações ruins e com pouca rentabilidade. Assessores de investimentos ouvidos pelo InfoMoney listaram produtos financeiros que comumente são adquiridos pelos clientes dos grandes bancos, mas que nem de longe são uma boa opção. “Entre os piores produtos estão poupança e títulos de capitalização”, afirma Claudio de Lucca, assessor de investimentos da Valor A Mais.

Confira as aplicações das quais você deve fugir se busca bons investimentos:

Poupança
A poupança é um dos piores investimentos em termos de rentabilidade, no entanto, é um dos mais comuns entre os brasileiros. Essa aplicação é uma das preferidas porque é vendida como um investimento simples, seguro e livre de Imposto de Renda. O que os gerentes normalmente não falam é que a poupança costuma perder em rentabilidade até mesmo para a inflação, ou seja: quando você investe neste produto está na verdade perdendo poder de compra ao longo do tempo. “Não vale a pena”, afirma de Lucca.

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Bruno Ponciano, assessor de investimentos da Aequilibrium Investimentos, complementa. “A rentabilidade atual da poupança é de 70% da Selic + Taxa Referencial (TR). O investidor ganharia mais investindo em um título do Tesouro Selic, mesmo que tenha Imposto de Renda. E com a vantagem de ter o rendimento diário (a poupança só tem crédito de rendimento a cada 30 dias)”, diz o assessor. Ele lembra que neste cenário atual de juros, a poupança deverá render menos de 5% em 2018. “Não é uma boa opção”.

Ponciano ainda lembra que outros produtos mais rentáveis, como o CDB, têm garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil, o que os torna uma opção tão segura quanto a caderneta, porém muito mais rentáveis. Um CDB de banco médio oferecido nas plataformas de corretoras de valores, por exemplo, chega a pagar 120% do CDI, muito mais do que o rendimento da caderneta.

Max Scamtiburgo, assessor de investimentos da Atlas Invest, complementa ainda que a instabilidade econômica que o país enfrenta e a Selic em 6,75% ao ano tornam o atual momento ainda pior para a poupança.

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CDBs de grandes bancos

Investir em CDBs de grandes bancos também é uma péssima opção. Isso porque a rentabilidade fica em torno de 80% do CDI, contra até 120% do CDI em CDB de bancos médios. 

Uma reportagem recente publicada pelo InfoMoney mostra que os CDBs do Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil pagam bem menos aos investidores na comparação com os títulos emitidos pelos bancos pequenos e médios que ficam disponíveis nas plataformas das corretoras de valores. Clique aqui para ler.

Além de render bem mais que os CDBs de grandes bancos, os CDBs de instituições menores também são garantidos pelo FGC. Isso quer dizer que você tem tranquilidade de buscar aplicações que pagam um rendimento muito maior sem precisar se preocupar tanto com a questão do risco de crédito, já que se aquele banco que emitiu o CDB enfrentar problemas e, em último caso, quebrar, o FGC garante aplicações de até R$ 250 mil por instituição e por CPF – até o teto máximo global de R$ 1 milhão.

Fundos DI ou curto prazo com taxas superiores a 0,5%
Os grandes bancos oferecem fundos DI e de curto prazo com taxas que podem chegar a 5% ao ano, o que com a taxa de juros atual faz com o que o gestor ganhe muito mais do que o próprio cliente em um ano, como mostrou uma reportagem do InfoMoney. Clique aqui para ler. 

A verdade é que fundos DI com taxas de administração superior a 0,5% não são uma péssima escolha. “Fundos deste tipo com taxas acima dessa nem deveriam existir. Fuja deles”, aconselha Ponciano. “As taxas comprometem a rentabilidade do investidor e, nesse cenário atual de juros cada vez menores, toda economia fará diferença”, complementa.

Paulo Secco, assessor de investimentos da Alta Vista Investimentos, explica que a taxa de administração de um fundo existe para remunerar o gestor, que escolhe os ativos que vai comprar com o capital do investidor para remunerar dinheiro de acordo com a política do fundo. 

Segundo Secco, considerando que os fundos DI e de curto prazo investem basicamente em apenas um produto, a LFT (título público pós-fixado), se o fundo cobrar uma taxa de administração muito alta o gestor vai ganhar muito dinheiro para fazer um trabalho que o próprio investidor poderia executar. “Qualquer investidor pode comprar títulos públicos atrelados à Selic ou investir em CDBs pagando 100% do CDI ou até mais”, afirma. 

Comprar título de capitalização achando que é investimento

Esse é um dos maiores mitos dos bancos e não é considerado um investimento. Na prática, o título de capitalização é um título de crédito, que você adquire por determinado tempo, com o objetivo de guardar dinheiro (e não investir) e participar de sorteios de prêmios. Justamente por isso a capitalização não pode nem ser considerada um investimento, mas apenas um produto bancário.

“Há certa apelação no oferecimento desse título, dada a participação em sorteios de prêmios, sendo sua característica diferencial de outros produtos. Mas isso não significa que seja um investimento”, afirma Diogo Hoffmann, assessor de investimentos da Ciga Invest. Estes títulos normalmente apenas corrigem o dinheiro pela TR (taxa referencial), que costuma ser de menos de 2% no ano, e se o investidor tirar antes do final ainda perde uma boa parte daquilo que foi pago.

Em outras palavras, “mesmo que no final do plano você resgate o equivalente a 100% do valor pago + a correção da T.R, ainda assim terá perdido dinheiro, pois a inflação não foi totalmente corrigida”, complementa Ponciano. Segundo o assessor da Aequilibrium Investimentos, a capitalização precisa ser encarada como um jogo de azar, no qual você tem a possibilidade de resgatar parte do valor pago em algum momento. “O investidor precisa ser sorteado para ganhar dinheiro e as chances são mínimas”, diz .

Descubra seu perfil
Uma forma de evitar investimentos ruins é encontrar o seu perfil. “Acho que o investidor deve evitar qualquer investimento que não esteja adequado ao perfil dele. Este é o erro mais clássico, porque as pessoas miram só a rentabilidade e ignoram os riscos”, afirma Claudio de Lucca. 

Você precisa saber se é um investidor conservador ou mais agressivo, por exemplo. Se está começando agora não comece por ações, é preciso experiência e entendimento do mercado para aplicar neste tipo de investimento.

Outro exemplo é a febre por criptomoedas. “As pessoas nem sabem ao certo no que estão investindo, só tomam a decisões de investimento porque ouviram falar que muita gente está ficando rico com bitcoin”, explica De Lucca. Antes de investir e arriscar se conheça, para não perder dinheiro por escolhas erradas que poderiam ter sido evitadas.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.