Poupança rende mais do que a previdência?

Rosário Pujado, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Gostaria de esclarecer algumas dúvidas que tenho sobre investimento. Atualmente tenho previdência privada VGBL – Tributação progressiva. E faço aplicação em poupança.

Detalhes da previdência:

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Possuo R$ 397,92.

Debito automático de R$ 100,00.

Taxa de administração de 3,2%.

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Rent. Projetada: 6% a.a.

Tempo para retirada: 01/01/2047

Detalhes da poupança:

Tenho R$ 2000,18.

Aplico todo mês R$ 500,00.

Tempo para retirada: Indefinida.

Eu fiz alguns cálculos e, aparentemente, a poupança pareceu mais atrativa por não pagar IR, Alíquota e taxa de ADM.

Queria saber se realmente a poupança valeria mais a pena? Ou teria alguma aplicação que eu poderia direcionar esses dois recursos?

Leitor: Frederico

Rosário Pujado, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF:

Para fazermos as contas na ponta do lápis, precisamos conhecer a taxa de carregamento do produto, ou seja, quantos desses R$ 100,00 mensais vão efetivamente para o fundo de previdência e quantos R$ são cobrados pela instituição seguradora.

Em todo caso já podemos adiantar que, sendo a taxa de administração de 3,2% ao ano, dificilmente a rentabilidade do produto vai superar à da poupança.

O grande benefício dos produtos de previdência é que o participante coloca o valor investido como se fosse numa “gaveta separada” que é considerada intocável. Para muitas pessoas, este conceito ajuda a manter os recursos aplicados. No seu caso, nos parece que você tem bastante disciplina para poupar, então poderia continuar aplicando recursos na poupança (por enquanto) e partir para aplicações no Tesouro Direto quando tiver um valor acumulado maior. Isto porque, além do Imposto de Renda, o Tesouro Direto tem custos e taxas que impactam muito o rendimento quando você considera pequenos valores. Entre no site do Tesouro Direto (www.tesourodireto.gov.br) e verifique os diferentes títulos, os agentes de custódia e as taxas cobradas e traçar sua futura estratégia. Permanecemos à disposição.

Rosário Pujado é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF