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Mais uma “flipada” lucrativa: trader ganha R$ 24 mil com estreia das ações do Banco Inter

Suas estratégias já renderam lucro de R$ 5 milhões desde sua primeira incursão neste mundo, em 2006, partindo de R$ 35 mil

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O ex-publicitário e trader Ricardo Brasil ganhou R$ 24.024 em apenas alguns minutos do pregão desta segunda-feira (30) no IPO (sigla em inglês para Oferta Pública Inicial) do Banco Inter. As units, sob o ticker BIDI11, foram precificadas a R$ 74 no IPO na última quinta-feira (26) e o trader conseguir um lucro de 14,81% ainda nos primeiros minutos de operação da B3.

Brasil comprou 2.192 ações por R$ 74 e vendeu 92 delas a R$ 84,04, com 21 minutos de pregão, e as outras 2.100 units por R$ 85 após 24 minutos da abertura dos negócios. Com um investimento de R$ 162.208 ele alcançou um resultado de 186.232, um ganho de 14,81%.

A estratégia de Ricardo, que há mais de uma década abandonou a carreira publicitária para tornar-se trader em tempo integral, é relativamente simples – e também não é novidade. Ele é um “flipper”, nome dado a quem participa da oferta pública inicial de ações de uma empresa e vende logo no pregão de estreia. Com esta nova leva de IPOs no Brasil, tudo indica que esta categoria de investidor voltará com força em 2018.

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O trader já analisa, ainda para este ano, as aberturas de capital do Grupo SBF, Blau Farmacêuticas, DASS Nordeste Calçados e JHSF Malls.

Histórias como a de Ricardo provavelmente irão inspirar outros aficionados por bolsa a tentar a mesma estratégia. No entanto, as estreias vencedoras, como do Banco Inter, tende a reduzir os lucros das “flippagens” nos próximos IPOs, justamente por esse aumento no número de “flippers”.

Histórico de ganhos com “flippadas”

No dia 19 de abril, Ricardo Brasil ganhou R$ 140 mil na Bolsa. Ele comprou R$ 1 milhão em ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) no IPO e vendeu estes papeis logo na abertura do pregão de estreia deles na B3, com 14% de lucro.

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Menos de uma semana depois, no dia 25, fez exatamente o mesmo com ações da Hapvida (HAPV3): comprou R$ 910 mil via IPO e vendeu no primeiro minuto de pregão da empresa na bolsa, embolsando R$ 116 mil. Fez a conta? O investidor teve lucro bruto de R$ 256 mil em dois dias de operação.

No caso descrito para NotreDame e Hapvida, o lucro poderia ter sido ainda maior – praticamente o dobro, já que as ações de ambas as empresas fecharam o dia da oferta com alta próxima a 20%. Caso ficasse até o final do pregão, sua aposta na NotreDame geraria lucro de R$ 227 mil. Já a da Hapvida teria rendido R$ 154 mil, fechando um total bruto de R$ 381 mil.

No entanto, o trader é adepto da filosofia “em time que está ganhando não se mexe”: segundo ele, a média do mercado mostra que normalmente as empresas que abrem subindo caem no restante do pregão. Por isso, entra em todos os IPOs da bolsa com R$ 1 milhão e sai na abertura, sem checar análises fundamentalistas ou jamais mudar de estratégia.

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Mesmo após “perder” duas grandes oportunidades seguidas, ele tem motivação para manter a lógica que aprendeu ao longo dos anos. Suas estratégias na bolsa, sempre baseadas em padrões lógicos, e nunca em emoção, já renderam lucro de R$ 5 milhões desde sua primeira incursão neste mundo, em 2006, partindo de R$ 35 mil.

A motivação dos flippers

Existem algumas explicações específicas para a alta destas duas empresas – como a tendência a expansão de ambas -, mas Ricardo não se importa com isto. Os flippers, de maneira geral, seguem a mesma linha de indiferença. A verdade histórica, segundo ele, é que buscar IPOs para o curtíssimo prazo costuma ser bom negócio na grande maioria dos casos. 

Isso ocorre tanto porque IPOs ormalmente ocorrem em momentos de otimismo com determinado setor como pelo formato em que são realizadas. Frequentemente, grandes investidores (como fundos de investimentos) compram antes da abertura menos ações que o necessário para sua estratégia. Logo, têm a necessidade de comprar muitas mais após a abertura – inflando o preço.

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Explicando em miúdos: normalmente grandes empresas abrem capital por estarem em um momento em que é mais vantajoso vender ações do que tomar crédito para investir. Um IPO só é bem-sucedido se grandes investidores, que compram ações em “baciada”, participam da oferta. O pulo do gato nesta história é que as empresas, propositalmente, evitam oferecer aos grandes investidores o volume total de ações que eles solicitam. Dessa forma, caso queiram realmente obter a posição planejada, esses fundos e grandes investidores precisam ir a mercado.

Somada a tudo isso tem a euforia – se a empresa emite ações, é porque existe algum otimismo do mercado em torno dela, e algum otimismo dela com relação à Bolsa. Nestes casos, é natural que os preços subam. Tudo isso gera o interesse dos flippers.

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“Tenho robôs e algoritmos, vivo de day trade, e minha estratégia em IPO é realmente flippar”, diz Ricardo. “Essas duas ações continuaram subindo [ao longo do dia], mas em geral faz mais sentido vender logo na abertura”, explana ele, que passou boa parte da vida estudando as movimentações do mercado e cuja tese de pós-graduação teve como tema Coordenação e Estabilização de IPO.

Isso de maneira alguma significa que o mercado está livre de exceções. Ele lembra especificamente da JBS, IPO de que também participou como flipper. “A ação abriu a R$ 8 e saiu a R$ 7,98”, recorda, “no dia, a ação perdeu 12%”.

Como entrar em um IPO

Participar de um IPO é relativamente simples para o investidor: basta solicitar a participação à corretora registrada na CVM com antecedência. Normalmente, este tipo de oferta aparece em destaque nas páginas iniciais dos servidores das corretoras, facilitando o processo.

A entrada em um IPO segue uma agenda específica. Em primeiro lugar, há a Publicação de Aviso ao Mercado e do Procedimento de Bookbuilding (construção do livro de ofertas); cerca de uma semana depois, vem o Período de Reservas – quando os investidores têm uma semana para efetivamente comprar os papéis.

Posteriormente, fixa-se o preço por ação – dentro da faixa pré-determinada pela companhia. O banco Inter, por exemplo, fixou o preço próximo ao piso: R$ 18,50, sendo que a faixa ia de R$ 18 a R$ 23. Fixado o preço, se encerra o Bookbuilding e iniciando o Prazo para Exercício da Opção de Lote Suplementar, quando a empresa pode definir ofertar mais ações que o previsto inicialmente. Iniciam-se, depois disso, as negociações na B3 (momento de venda dos “flippers”), seguidas da Liquidação Financeira da operação e do encerramento do prazo para exercício da opção de lote suplementar.

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