“Grande oportunidade já passou”, afirma analista sobre Petrobras

Para Flávio Conde, o momento de grande lucro com a ação da companhia ficou para trás

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR4) divulgou seu balanço de resultados auditado de 2014 na noite de ontem (22), em que anunciou prejuízo de R$ 21,6 bilhões, sendo R$ 6,2 bilhões de perdas com corrupção. Na manhã de hoje (23), as ações preferenciais da companhia chegaram a recuar quase 10% por conta desse resultado. No entanto, o que o investidor deve fazer com os papéis da companhia agora? Para o analista Flávio Conde, “a grande oportunidade já passou”.

O especialista afirma que o pior momento da companhia foi no primeiro mês desse ano e já ficou para trás. Para ele, o preço atual parece justo no curto prazo e agora os ganhos tendem a ser menores e a volatilidade maior e aconselha a quem lucrou com o recente rali do papel que embolse os ganhos agora. No curto prazo, os principais drivers para o papel, de acordo com o analista, devem ser o preço do petróleo e a cotação do dólar – caso o dólar caia, a empresa deve ser beneficiada.

No entanto, no médio prazo, o viés ainda é de alta para Conde. “Os papéis se recuperaram e, de agora em diante, os resultados da companhia devem melhorar um pouco, ela deve voltar a ter lucro e o grande desafio é reduzir o endividamento, que é mais demorado”, afirma. Ele destaca que o primeiro grande desafio da companhia, que era reconhecer suas perdas, já foi alcançado.

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A equipe de análise do Goldman Sachs, após a divulgação dos resultados da Petrobras, divulgou relatório em que mantém sua recomendação Neutra para o papel e destaca que o desempenho da ação ainda está bastante dependente da conclusão das investigações de corrupção e movimentos cambiais.

Já o Bank of America Merril Lynch elaborou relatório em que recomenda compra para os ADR (American Depositary Receipts) da companhia. A divulgação de resultados foi um evento positivo em si, independentemente dos números publicados para o BofA. A instituição financeira acredita que os problemas com a companhia ainda não acabaram, mas o caminho da ação parece ser bom, com maior visibilidade em relação à nova gestão e valuation atrativo em relação a seus pares. “Continuamos a ver um potencial sólido de alta daqui”, escrevem os analistas.