“Cada pronunciamento do Mantega nos deixa mais pessimistas com o Brasil”, diz Inva

Com isso, a Inva acredita que, olhando para frente, o cenário não é dos melhores para os investidores brasileiros, por conta da falta de confiança

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O mês de novembro foi marcado pelo conturbado reajuste automático nos preços dos combustíveis pela Petrobras, que, em meio a diversas confusões, prejudicou ainda mais a confiança do mercado com a estatal, que viu o preço de suas ações desabar.

De acordo com a Inva Capital, em relatório, o principal culpado é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Cada dado econômico e cada pronunciamento do Mantega nos faz ficar cada vez mais pessimistas com o Brasil”, afirmou, citando a história da Petrobras.

Em conjunto com o péssimo resultado do terceiro trimestre de 2013, a companhia anunciou que submeteria ao conselho uma fórmula para o reajuste do preço dos combustíveis baseado nos preços do mercado, na produção e etc. Mas, segundo a Inva, isso fez com que o mercado se esquecesse do resultado em si e ficasse na expectativa da prometida fórmula. “Pois bem, a reunião estava marcada para dia 22/11 e foi adiada para 29/11. Entre o anúncio e a divulgação, o presidente do conselho da Petrobras, que por sinal é o Ministro da Fazenda, Guido Mantega (conflito de interesse?) não parou de dizer que não gostou nem um pouco da divulgação da possibilidade de um reajuste automático”, contou.

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Após o fechamento da bolsa no dia 29, veio o tão esperado fato relevante: a fórmula foi aprovada, mas ela não seria divulgada. “Isso mesmo, ‘por questões de mercado’, a Petrobras não divulgaria nada. Será que ela existe? Será que o governo irá autorizar um aumento demandado por ela?”, questionou Raphael Cordeiro, analista da boutique de investimentos.

Um entre tantos problemas
Tudo isso ajuda a quebrar a confiança, que já é bem frágil. O problema da Petrobras, que penalizou as suas ações, foi apenas mais um entre tantos outros que colaboraram com a desconfiança do mercado no ministro Mantega.

Diante disso, a Inva acredita que, olhando para frente, o cenário não é dos melhores para os investidores brasileiros. “Além de a economia passar por um período turbulento, ano que vem teremos eleições, a inflação continua alta, o PIB deve crescer pouco e a retirada dos estímulos deve fazer com que 2014 seja um ano bastante desafiador”, finalizou.