Analista que recomenda OGX justifica posição na empresa

Analista da Inva Capital afirma que a estratégia é se manter exposto em petróleo

Gabriella D'Andréa

Ocean Lexington

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SÃO PAULO – Mesmo após reportar queda de 29,3% no mês de maio (e de mais de 70% no ano), as ações da OGX (OGXP3) ainda são recomendadas pela Inva Capital para o mês de junho. Na última carteira divulgada, o peso das ações no portfólio diminuiu de 5% para 3%.

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O analista da Inva, Raphael Cordeiro, afirma que a estratégia da Inva é se manter posicionada na atividade de exploração do petróleo, por acreditar que este é um ativo valioso e que o preço da matéria prima não tem mais espaço para cair. Apesar de saber que a situação da OGX é delicada, Cordeiro frisa que sua prioridade é estar posicionado para pegar uma “possível onda de alta” das ações.

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Dentro desta estratégia, Cordeiro prefere as ações da OGX às da Petrobras. O especialista afirma que não acredita que a estatal vá entregar os projetos e também disse duvidar sobre a capacidade de exploração do pré-sal.

Resultados e cortes
Em seus resultados do 1º trimestre de 2013, a OGX registrou um prejuízo líquido de R$ 805 milhões, quase o triplo dos R$ 286 milhões observados no quarto trimestre de 2012. E logo após a divulgação, já foi possível assistir a reação negativa do mercado com a queda de 5,68% do papel no dia da divulgação do relatório (9 de maio).

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Depois dos dados de produção não muito animadores, algumas instituições renomadas divulgaram seus preços-alvos para a empresa, cortando-os significativamente. A Citi Corretora foi a que bateu o martelo no menor valor para as ações (R$ 0,34). Já o Deutsche Bank e o Credit Suisse revisaram o preço-alvo da petrolífera para R$ 0,80 e R$ 1,00, respectivamente, reforçando o pessimismo do mercado com as ações da OGX.

Potencial inadimplente
No dia 17 de maio a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou as notas de probabilidade de inadimplência da petrolífera de Eike de “B” para “B-“, além do rating nacional de longo prazo de “BBB” para “BB+”. A agência ainda rebaixou o rating de emissão de notas de “B/RR4” para “B-/RR4”.

Segundo o comunicado, o rebaixamento dos ratings ocorre devido às preocupações com a liquidez da companhia. Um dos fatores que pesaram foi a aquisição de 13 blocos exploratórios na 11ª rodada de leilões da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) em um período em que a OGX implementa um programa de investimentos e luta para que a produção de petróleo e gás entre em operação.

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A aquisição dos blocos está avaliada em aproximadamente US$ 190 milhões e deverá ser paga antecipadamente nos próximos meses, sendo que os investimentos mínimos compromissados em relação a estas aquisições totalizam US$ 350 milhões no período exploratório de cinco anos.

Para a agência, esse cenário pressionará ainda mais as necessidades de caixa da OGX – no 1º trimestre, a OGX registrou US$ 4 bilhões de dívida total e apenas US$ 1,1 bilhão de caixa e aplicações financeiras. Por conta disso, a perspectiva de notas também foi revisada, passando de estável para negativa, o que abre espaço para a chance de novos cortes nos próximos meses.