Investidores pagam taxas de 150% a.a. para apostar contra a OGX

Operadores de mercado têm relatado dificuldades para alugar o papel de OGX, ao passo que as taxas para "tomar" emprestado sobem a cada dia

Paula Barra

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SÃO PAULO – A OGX Petróleo (OGXP3) tem despertado muita atenção do mercado nos últimos dias. Na beira de entrar em recuperação judicial, os investidores têm preferido pagar taxas exorbitantes para “tomar” a ação alugada, ao invés de ficar de fora do papel. 

Operadores do mercado têm relatado dificuldades para alugar o papel de OGX, ao passo que as taxas para “tomar” emprestado sobem a cada dia. Isso fez com que a BM&FBovespa anunciasse no início desta semana alteração no limite da taxa, que antes era de 99,99% ao ano.

“O movimento short (de venda) caiu, mas a demanda continua bastante aquecida. Os aluguéis em OGX estão saindo na casa dos 150% ao ano”, disse um operador que pediu para não ser identificado. 

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Dados atualizados pela BM&FBovespa indicam essa escassez para alugar o papel da petroleira de Eike Batista: estão disponíveis 73 milhões de ações, ou 2% do total. Entretanto, desde setembro deste ano, quando os empréstimos bateram 694.277.933 papéis – patamar histórico mais alto – até o pregão da última terça-feira (1), quando estavam em 471.401.259 ações, a queda foi de 32%. 

A redução dos papéis disponíveis para alugar, entretanto, significa mais a saída de fundos e investidores do papel, do que uma queda na demanda por empréstimos. Segundo um operador, o papel segue com uma forte pressão na ponta vendedora. “Os investidores estão apostando que a empresa entrará em recuperação judicial, ainda mais após o anúncio de calote a credores na véspera, e por isso não estão importando em pagar taxas altíssimas. Tem saído tanto contrato reversível ao doador como os pré-fixados, com prazos para entrega de dois a quatro meses”, disse.