OGX lidera perdas do Ibovespa e ação já cai mais de 50% no ano

S&P cita empresa altamente alavancada e liquidez menor do que o esperado para cortar rating da dívida da petroleira de Eike Batista na última noite

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – A OGX Petróleo (OGXP3) volta a liderar as perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (4) e já perde mais da metade do valor de mercado apenas neste ano. Na última noite a agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou o rating de dívida da petroleira de Eike Batista de “B” para “B-“, com perspectiva negativa.

Nessa nota a agência entende que a empresa ainda possui capacidade de honrar seus compromissos financeiros, mas se a nota for rebaixada em mais um degrau, para CCC, ela vai se tornar dependendente de condições favoráveis de negócios, financeiras e econômicas para honrar os compromissos financeiros.

Segundo cotação das 11h02 (horário de Brasília), a desvalorização de OGXP3 é de 4,50%, aos R$ 2,12. No acumulado do ano, as perdas já alcançam 51,60%. A queda da OGX é acompanhada por outras empresas do grupo de Eike Batista, como LLX Logística (LLXL3, -2,38%, R$ 2,05) e MMX Mineração (MMXM3, -1,95%, R$ 2,01).

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Desde a publicação do resultado trimestral, em 26 de março, a petroleira de Eike Batista sofre com a desconfiança do mercado com seu caixa. Na época, 8 casas de análise se mostraram preocupadas com o caixa ou a produção da empresa.

Isso porque a empresa tem investimentos estimados em US$ 1,3 bilhão para este ano, mas a posição de caixa no fim do ano passado era de US$ 1,65 bilhão. A empresa ainda pode exercer a opção concedida por Eike Batista, para que ele injete US$ 1 bilhão na companhia.

Alavancagem alta, liquidez baixa
Mas a S&P, que avalia o risco financeiro da OGX como “altamente alavancado” e a liquidez como “menos do que adequada”, não se mostra convencida de que a posição da empresa é confortável. “A perspectiva negativa reflete uma potencial deterioração adicional na qualidade de crédito da empresa em função das prováveis pressões de liquidez”, explica, em comunicado.

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A empresa não possui nenhum vencimento significativo de dívida até 2018, mas a agência de classificação de risco estima que a OGX irá consumir suas reservas de caixa durante o ano. E a produção continua sendo a principal fonte de risco para a empresa, colocando mais pressão sobre a qualidade da dívida: “(…) os atrasos na produção e aumento nos custos devem manter suas métricas de crédito fracas nos próximos dois anos”.

Eles completam que ainda em 2014 a produção não deve gerar fluxo de caixa operacional suficiente para continuar financiando investimentos e pagamentos de juros.

O cenário-base da S&P leva em conta níveis conservadores de produção, a não conexão do quarto poço no campo de Tubarão Azul e um atraso de três meses em uma das novas FPSOs (plataforma flutuante), a OSX-2 ou a OSX-3, que tem previsão de entrega até o final deste ano. “Com base nessas premissas, a empresa poderia somente reduzir sua dívida rapidamente após 2015”, conclui a agência.