Easy Táxi muda de nome ao mergulhar em novo mercado

Concorrentes ao serviço do Uber são cada vez mais numerosas, mas os parceiros não estão muito satisfeitos

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A primeira empresa a trazer o serviço de táxi via aplicativo ao Brasil está consolidando sua entrada também no mercado de caronas particulares. Nesta quinta-feira, em evento, a Easy Táxi anunciou que passa a chamar Easy, ao consolidar o lançamento de sua nova gama de serviços – inclusive um concorrente do Uber sobre o qual o InfoMoney noticiou na sexta-feira.

A partir dessa mudança, a companhia passa a operar em três frentes na cidade de São Paulo: Easy Táxi, te táxis convencionais; Easy Plus, com o serviço de táxis pretos que a Prefeitura instaurou no final de 2015; e Easy Go, que funciona como concorrente do Uber e estará disponível ao usuário na próxima segunda-feira, 25, junto com uma atualização do aplicativo em design e funcionalidades. 

A princípio, todos os carros entram na mesma categoria no Easy Go, mas há planos de criar divisões entre modelos de forma semelhante às categorias Black e X do Uber. Os valores das corridas usam a fórmula a seguir: R$ 2 + (R$1,63 vezes a quilometragem + (0,30 vezes a distância). A taxa cobrada pela Prefeitura está inclusa nisso. 

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Para todas as opções, o usuário tem a possibilidade de escolher o Easy Share, que funciona como o Uber Pool, mas com a diferença de “realmente visar ganhos maiores para os motoristas parceiros”, de acordo com Fernando Matias, CEO da Easy para o Brasil. Ele explica: “se uma corrida dividida por duas pessoas custaria R$ 20, a gente não cobra 10 e 10, mas sim 12 e 12, por exemplo. Assim, o motorista ganha mais e o passageiro gasta menos”.

Uma das maiores críticas dos motoristas ao UberPool, maior concorrente deste serviço, é que, com cobrança de uma taxa de 30% sobre o valor pago por cada passageiro, o serviço torna-se uma opção desvantajosa para quem aceita essas corridas. No Easy Go, a tarifa cobrada do motorista é sempre de 20%.

Esse enfoque no motorista, aliás, é uma bandeira que a Easy faz questão de levantar em seu discurso. “Cobramos um pouco mais do que a concorrente [Uber], mas fizemos isso para aumentar a atratividade ao motorista”, explica Fernando.

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Mesmo os taxistas, que perderam a exclusividade de atuação dentro do app, “aceitaram e entenderam” a decisão, de acordo com o CEO. “Houve sim casos de reclamação, principalmente nas nossas páginas nas redes sociais. Mas internamente percebemos que o número de apoiadores foi muito maior”, garantiu.

Os taxistas consultados pelo InfoMoney demonstraram não apoio, mas principalmente resignação. “A gente trabalha do nosso jeito, mas estão nos deixando de lado”, disse Marcelo, que trabalha com táxi mas não tem problemas com o Uber “desde que regularizado certinho”. Para ele, a saída de taxistas do aplicativo é uma questão de tempo. “As pessoas vão saindo, muita gente já desinstalou, tem que saber valorizar o trabalho”, comenta.

A reportagem conversou com três motoristas de táxi que saíram da Easy, mas de acordo com Fernando, mesmo as saídas foram temporárias. “Vimos muitos descredenciamentos, mas também recredenciamentos. Eles pediam para sair e depois mandavam querendo voltar. No final, o número de novos motoristas que vieram com o Easy Go foi bem maior do que os que saíram”, completa.

Van e agendamento

Na apresentação, a Easy falou também sobre outras funções que chegarão ao aplicativo dentro de algum tempo. Uma delas é um serviço semelhante ao de lotações, mas mais personalizado, que funcionará por valores muito mais baixos – “um real, dois reais”, de acordo com Fernando.

Já em testes na cidade de Lima, capital do Peru, o serviço consiste em carros maiores que fazem trajetos pré-estabelecidos, mas para em pontos da escolha do usuário: cada veículo tem um ponto de chegada e um de partida, e qualquer pessoa que vá descer em algum local entre esses dois pode solicitar a carona.

A Easy também trabalha com a possibilidade de agendamento via Outlook: é possível chamar um veículo diretamente através do aplicativo de calendário da Microsoft. Para o futuro, a companhia busca também a integração com o Google Calendar para possibilitar agendamentos automáticos.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney