Presidente e diretores da Mundial só souberam do indiciamento através da CVM

Dez pessoas serão acusadas por formação de quadrilha e manipulação do mercado, sendo duas pessoas acusadas por "insider trading", o uso de informação privilegiada

Felipe Moreno

Publicidade

SÃO PAULO – Em resposta à uma requisição da BM&FBovespa, Michael Ceitlin, presidente e diretor de relações com investidores da Mundial (MNDL3), destacou que nem ele, nem os outros diretores da companhia já foram indiciados formalmente pelo Ministério Público.

De acordo com Ceitlinn, eles só foram comunicados da ação penal através da notícia publicada no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Com isso, a companhia destaca estar impossibilitada de prestar informações acerca do processo. 

Dez acusados
Dez pessoas serão acusadas por formação de quadrilha e manipulação do mercado, sendo duas pessoas acusadas por “insider trading”, o uso de informação privilegiada. Eles são acusados de causarem o que foi convencionado de “bolha do alicate” – quando as ações tiveram valorização de 3.000% em pouco mais de três meses, e perderam 90% do valor em três dias. 

Continua depois da publicidade

Além de penas de prisão, os denunciados poderão ser condenados a penas de multa que podem atingir até três vezes o lucro obtido com as irregularidades. 

Entre os denunciados, estão o empresário Michael Ceitlin (na foto), ex-presidente da Mundial, Rafael Ferri, investidor, o agente autônomo Pedro Barin Calvete, já indiciados no inquérito da Polícia Federal, concluído em maio, por formação de quadrilha e manipulação de mercado. Segundo investigações da PF, Ferri investia em ações da companhia e passou a recomendá-las aos amigos em Porto Alegre. 

Outros denunciados pelo MPF são: Rafael Danton Weber Toro, Marco Beltrão Stein, Jorge Hund Junior, Guilherme Anderson Weber Toro, Paulo Borba Moglia, Eduardo Vargas Haas e Diego Buaes Boeira.